Capítulo 2

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Fomos até um pequeno restaurante no centro da cidade, encomenda-mos sushi e enquanto não estava pronto fomos dar uma pequena volta a pé. Visti uns calções de ganga e uma t-shirt branca.
-Está a começar a escurecer.- Hilde disse.
-Sim, eu sei.-Olhei para um ponto no céu, Lorien. Não preciso que ninguém mo diga, é simplesmente uma força que nos atrai naquela direção.
-Como foi? - pergunto.
-Como deves calcular nada agradável. Lorien perdeu muitos lorianos nesses dias.
-Foram três, não foram?
-Sim, Lorien caiu três dias depois da invasão. Os mogadorianos dizimaram-nos, destruíram nosso povo apenas por inveja, inveja dos nossos recursos, da nossa bondade. Acabaram com tudo o que era bom e puro... O nosso povo nunca sentiu inveja, aliás havia poucos lorianos com inveja contava-se pelos dedos de uma mão. Somos civilizados Um, sempre fomos.
Assenti tristemente era verdade, era tudo verdade, a morte de nosso povo,  do nosso planeta, tudo causado apenas por inveja.
-Fomos avisados cerca de um mês antes pelos Anciãos. Eles estavam todos presentes, até Pittacus, eu e os outros oito Cêpan's ficamos admirados com a presença dele, nunca o tinha visto, era muito raro ver um Ancião quanto mais nos últimos meses antes da invasão. Eles nos avisaram do plano, manter vocês nove vivos era mais importante até que os próprios Anciãos. Cada um deles entregou a sua arca a um de nós, ficamos muito espantados ,como deves calcular os Anciãos não andam por aí a dar a sua Herança aos Cepan's.
-...A minha Arca Lorica, foram eles que te deram...?
-Sim, havia uma Ancia chamado Lilian foi ela que me deu a tua Arca.
Caminhamos por um tempo caladas sempre observando o por do sol e o cair da noite.
-A quem é que Pittacus entregou a sua Herança? -Perguntei curiosa.
Hilde pensou um pouco.
-Já foi à muito tempo...não tenho bem a certeza, mas se não me estou a enganar foi a Brandon, não o conhecia muito bem, só conhecia a mulher dele Julianna era minha amiga , uma mulher encantadora e muito apaixonada, penso que a Herança de Pittacus ficou em boas mãos...acho que era o Cepan do número quatro ,um rapaz louro com olhos azuis escuros lembras-te? .
Assenti. Lembro-me um pouco dele. Era um rapaz que estava sempre a brincar com um Chimaera,  um animal loriano com a capacidade de poder se transformar em qualquer animal , eram os animais de estimação de Lorien. Lembro-me de ver muitos a combater contra os mogadorianos no dia em que partimos.
Andamos lentamente até que voltamos para trás em direção ao restaurante. Hilde tinha uma expressão vazia, cheia tristeza. Sempre que falamos sobre Lorien ela fica assim, pergunto-me porque será. Finalmente ganho coragem e pergunto-lhe.
-Deixas-te lá alguém?  Em Lorien?
Ela assentiu tristemente.
-A minha irmã mais nova...Rina...
-Lamento.
Caminhamos o resto foca alinho em silêncio, até que chegamos ao restaurante pegamos no sushi e fomos até casa. Pus a mesa enquanto Hilde foi tomar banho. Rina pensei. A irmã de Hilde. Tenho pena, ela certamente morreu juntamente com os meus pais e todos o que lá ficaram.
-Tinha o cabelo meio ruivo meio castanho e tinha os olhos enormes.
Virei-me para a porta da cozinha, Hilde estava lá, ainda com o cabelo molhado.
-Não precisas de dizer nada.Eu é que sou muito curiosa quando não devia.-disse à pressa.
-Não faz mal. Supunho que os mortos devem ser recordados não com tristeza mas sim felicidade.
-Lamento, lamento por tudo.
-Porque? - perguntou ela.
-Deixaste-a la, sozinha. Podias te-lá trazido connosco ou salvo não sei, deixaste-a la sozinha, condenada a morrer.
Ela chegou-se perto de mim firmamente.
-Não penses que a culpa é tua. Nós Cêpan's devemos tudo a vocês e todos estávamos cientes dos riscos que corríamos ao entrar naquela nave. Ninguém foi obrigado a tomar conta de vocês nove, nós quisemos e quando o quisemos fomos obrigados a jurar lealdade à nossa promessa.
A sua voz era soou mais firme, lágrimas começaram a escorrer-me dos olhos. Ela senta-se comigo.
-Mais importante até mesmo que o compromisso é o amor, o laço de ternura e carinho que nos une é é muito importante e nada nem ninguém se pode meter entre nós.
O laço de amor e entre um Cepan Mentor e um Guard é um laço mais forte do que de um pai e de um filho e eu sei disso, eu sinto-o.
Abraçamos-nos.
-Bem vamos comer antes que fique frio.- disse limpando as lágrimas que escorrem dos meus olhos.
Começamos a comer e falamos de várias coisas, o sushi não estava muito bom, mas com a fome que eu tinha podia comer tudo o que tinha à frente.
-Pareces o teu pai a comer dessa maneira.
Olhei para ela, Peter, o nome do meu pai.
-Achas? - perguntei.
-Tenho a certeza, o teu pai comia tudo o que tinha a frente, podia ate ser a pior comida do mundo mas se ele tivesse fome ninguém o parava. -Ri-me. - A tua mãe era diferente, dizia tudo o que lhe passava pela cabeça, era muito transparente. Eram o par ideal.

-Para ser sincera até foi bem interessante a forma como se conheceram, o teu pai estava a fazer uma corrida matinal e a tua mãe quase o atropelou.No último minuto o teu pai teletransportou-se para dentro do carro da tua mãe, a partir daí ficaram inseparáveis.- continuou ela.
Sorri.
Acabamos de comer e ajudei Hilde com a louça.
-É melhor ires para a cama.
-Já?!- perguntei um pouco indignada.
-Amanhã temos de treinar, técnicas de luta e telecnicia, quanto a ti não sei mas para eu estar bem disposta preciso de dormir um belo sono.
-Claro- resmungei.
-Espero que não penses que lá por nos modarmos não quer dizer que o teu treinamento é suspenso. Vais ter de fazer corrida matinal na mesma todos os dias.
-Mas...
-Não está aberto a discussões.- disse ela. E este era o ponto final da conversa, era sempre. Hilde acabava sempre assim uma discussão.
Subi para o nosso quarto e deitei-me na minha cama a pensar em Lorien.

Eu Sou A Número UmOnde histórias criam vida. Descubra agora