Capítulo 18 - Thomas

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Depois que as luzes se apagaram eu fui até a porta na tentativa inútil de abri-la. Resultado: bati a perna direita em uma caixa de som que estava ao lado da porta.
- Tom? - Bianca fala em um tom de voz que não sei identificar ao certo. Eu tentei abrir a porta e dei até um chute nela, mas nada dela abrir. - Tom? - Eu ainda não tinha respondido, mas quando ouvi um pouco de medo em sua voz me dei conta de que ela estava com medo.
- Eu estava tentando abrir a porta, mas não deu certo. - Falei indo até onde ela estava antes das luzes se apagarem.
Assim que cheguei ao lugar onde eu imaginava ser o lado direito dela, cantarolei uma música da Taylor Swift baixinho, mesmo que não gostasse de cantar, gostava menos ainda de vê-la com medo.
Quando eu já estava terminando a música senti a mão da Bianca na minha, ela apertou minha mão e respirou fundo.
- Está mais calma? - Perguntei com cautela, não queria que ela se fechasse por causa de uma palavra errada.
- Estou, obrigada. - Ela falou com uma voz calma, mas ainda abalada.
- Posso perguntar uma coisa? - Ela demorou um pouco pra responder, porém depois de um suspiro ela disse que sim.
- No desenho que me mostrou mais cedo, você tinha desenhado o auditório da escola, eu e o pessoal da banda e uma garota, mas não deu pra definir o rosto dela. Quem era?
- Eu esperava outra pergunta, mas tudo bem. A pessoa que você viu é o ganhador do show por isso ele não tem rosto, mas o fato de ser uma garota é que é um palpite. - A voz dela estava mais firme.
- Você desenha bem. Não lembro da última vez que vi um desenho como aquele.
- Não precisa elogiar muito, eu sei que não sou uma boa desenhista.
- Mas é sério, você desenha muito bem. Você é uma ótima desenhista e qualquer um que disser o contrário está mentindo. - Ela ficou quieta por alguns segundos, mas logo falou com um tom desconfiado.
- Está falando sério? As pessoas pra quem já mostrei os meus desenhos nunca deram tanta importância. - Ela fala insegura e ainda não acreditando.
- É sério, você desenha muito bem. Vamos sentar? Eu estou cansado de ficar de pé. - Falo tentando convencê-la a sentar e convencê-la de que desenha muito bem. - Como é a sua família?
- Você realmente quer saber? 
- Quero. - Falo firmemente.
- O meu pai trabalha muito, quase não o vejo, meus irmãos preferem brincar à ficar comigo e... - Ela não continuou, achei estranho mas achei melhor não mencionar.
- O seu pai não casou de novo? - Falo tentando fazer ela continuar.
- Casou, o nome dela é Joana O'Brien. - Ela fala amarga.
- Pelo visto você não gosta muito dela, não é? - Ela solta um suspiro e logo responde.
- Eu tenho os meus motivos. - Ela falou seca.
- Não tenho dúvidas disso. - Depois que eu falei isso ela respirou fundo e falou.
- Desculpa, é só que não falo muito da minha família. - Percebi que ela não estava me contando algo, resolvi não perguntar mais sobre a família dela.
- Se quiser conversar sobre isso pode contar comigo, mas mudando de assunto qual seu tipo de música favorita?
- Eletrônica, mas gosto de pop também. E você? - Ela fala sem pestanejar.
- Eletrônica, solos de guitarra era o que eu mais escutava quando tocava. - Ela não falou nada e nem eu, estava um silêncio muito bom.
Não sei quanto tempo ficamos ali, mas começei a sentir sua mão tremer um pouco, apertei a mão dela pra ela lembrar que não estava sozinha, ela também apertou a minha, e ficamos assim, um apertando a mão do outro.
- Posso fazer uma pergunta? - Ela falou receosa.
- Claro. - Falei apoiando a cabeça na parede e fechando os olhos.
- Não precisa responder se não quiser. Ouvi dizer que a maioria das garotas da escola estão dando encima de você, e até agora nenhuma delas conseguiu, eu acho. Porquê? - Essa pergunta dela me fez abrir os olhos (mesmo que eu não conseguisse ver um palmo a minha frente) de tão surpreso que eu fiquei.
Tentei arrumar uma desculpa, mas só de pensar em mentir pra ela, eu já me sentia culpado. Então resolvi falar uma meia verdade.
- Acho que a gente só deve namorar com a pessoa certa. - Depois de um período de silêncio ela voltou a perguntar.
- E como você sabe quem é a pessoa certa?
- Eu não sei, nunca me apaixonei de verdade. - Eu falei amargo.
- Então você nunca namorou? - Falou com um misto de surpresa e indignação.
- Eu não disse isso... - Falei em um tom divertido.
- E você vai fazer a gentileza de explicar?
- Claro, porquê não? - Falei rindo um pouco da sua ironia - Eu namorei duas vezes, nas duas eu achei que estava apaixonado, mas não estava. E você já se apaixonou? - Falei desviando o assunto.
- Eu estou namorando com Jack. - Ela afirmou, mas ouvi um tom de dúvida em sua voz.
- Não foi isso que eu perguntei. - Falo em tom de afirmação.
- Eu gosto muito do Jack, ele é bonito, beija muito bem e ele é bastante gentil comigo. - Eu me senti estranho depois que ela disse aquilo, como se algo tivesse se quebrado dentro de mim.
Depois do que ela disse ficamos em silêncio por mais um tempo, até que ela coloca a cabeça no meu ombro.
- Se eu te contar uma coisa você promete não contar pra ninguém?
- Prometo - Eu falo com sinceridade.
- Está bem, mas não é pra contar nem pra Alice.
- Pode confiar em mim.

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Olá leitores, tudo bem com vocês? Espero que sim.
Percebi que algumas pessoas votaram, e agradeço muito, pois esses votos me deram um gás pra escrever esse capítulo.
E aqui vai um pedido de desculpas, eu sei que o cap está pequeno, mas foi o que eu consegui, prometo que o próximo será maior.
Amo vocês, até o próximo cap! ;)

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