O ano vai passando e não vejo nem um avanço de Gabriel, isso já estava me deixando chateada, já havia conversado com ele, dito que ele tinha chances de conquista-lo, bastava ele ir atrás, mais ele nunca me ouvia, sempre dizia que estava muito cedo, que não era hora. Mais quando seria a hora? Nunca vi coisa tão complicada. Nem ele e nem eu tomávamos uma decisão concreta, tinha minhas armas mais não queria usa-las, não agora. Deixei as coisas andarem a passos lentos, acontecerem como Gabriel queria, não tomei a frente, nem fiquei contra e a favor de nada.
Comecei a sair mais com "G", já era hora, saindo com ele o Nic ia ver e iria comentar comigo depois, essa seria a oportunidade de colocar tudo em pratos limpos. Íamos juntos a todas as dependências da escola, ficávamos juntos no intervalo. Nicolas já havia percebido, mais nunca comentou, eu também não tocava no assunto para não parecer obvio. Continuei nas rodinhas de conversa, participando das mesmas coisas que os dois faziam, tinha hora pra ambos.
O tempo foi passando, e eu ia sabendo das coisas, elas vinham muito fáceis, não precisava eu ir atrás que elas apareciam, assim como de bandeja. Fui pegando a confiança de Nicolas cada vez mais, sabendo das suas intenções, e se ele era ou não uma boa companhia para Gabriel.
Nicolas nunca desencanava, sempre queria ficar comigo, uma vez ele deu encima de mim na frente de Gabriel, sorte minha que ele não estava nem ligando, como o Nicolas estava perto, ele fazia de conta que não percebia. Por um instante eu ia colocar tudo a perder, nada do que eu havia planejado ia dar certo, ai não adiantaria nada o esforço que fazia.
Meus ânimos mais calmos e passado o susto voltei a meu plano, mais agora tinha outra visão de tudo, resolvi mudar as táticas, facilitar mais, ser mais verdadeira e ágil com as palavras. Chamei Nicolas para conversar, não sobre a gente, mais de coisas que eu acho impossíveis dele entender, mais de alguma forma eu tinha quer fazer aquilo.
- Nicolas, podemos conversar.
- Claro que sim.
- Mais não aqui, e nem agora.
- Por quê? – Perguntou olhando para os lados.
- Ligo pra você e marcamos tudo direitinho.
- Eu sei safadinha, você quer algo a mais né?! – Falou com um tom meio esnobe, se achando o cara.
- Claro que não. Você acha que sou mais uma dessas menininhas que você fica. Corta essa!Se ele soubesse o real motivo de tudo aquilo, eu seria uma mulher morta, não se brinca com uma pessoa assim, mais era tudo que eu estava fazendo, era por uma boa causa, para alguns nem tanto, mais pra mim sim.