Parte XIII

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Nossa amizade nunca mudaria, agora que glória já sabe de tudo me sentia mais a vontade para conversar abertamente com ela sobre certos assuntos de Nicolas, mais algo sempre me dizia que não tinha feito a coisa certa, pareceu fácil de mais, um amigo esconder algo assim de você, logo um amigo de tanto tempo, um amigo confidente, e ele simplesmente nem contestar sobre o assunto.

Não tinha ido para a escola na manhã seguinte, estava resolvendo uns problemas em casa, Minha mãe estava passando por momentos difíceis, mais ela nunca me contava o que era, só resolvia o que era de meu interesse, o que era praticamente nada. O que me deixava calmo naquele momento era falar com Nicolas, ouvir sua voz me faria bem.

Resolvi ligar pra ele.

- Oi Nic.
- "G". – Ele me tratava com mais intimidade, "G" era um apelido que ele mesmo tinha colocado para zoar comigo e com Glória, agora ele me chamava de "Bi", não tinha nada haver com meu nome, mais se era vindo dele tudo soava bem.
- Queria te ver.
- Claro! Onde?
- No Hollyt, pode ser?
- Não Bi, vou te levar agora em lugar que eu gosto muito, acho que você também vai gostar. – Não tinha dúvidas que gostaria, qualquer lugar que ele me levasse sem importância de onde seria já me fazia feliz. – Te pego às 17:00 na sua casa.
- Combinado então.

Não fazia a mínima ideia de onde ele me levaria, estava ansioso, te confesso que estava com um pouco de medo também mesmo sabendo que ele não era capaz de fazer nada de ruim comigo. Mais não podemos evitar esses pensamentos.

Aprontava-me quando ele chegou, não sei como deixei ele ir até minha casa, minha mãe ainda não sabe de mim, por isso tinha receio, não dela não aceitar, mais do constrangimento que ele iria fazer eu passar na frente dele. Olhei pela janela e mandei ele me esperar ali mesmo e que já descia, não demorei.

O que me deixava mais apreensivo era onde ele iria me levar, ele parecia muito feliz e eu mais ainda, me deu um beijo no rosto, disse que eu estava lindo, mais quem estava lindo mesmo era ele, de camiseta branca marcando o abdômen, com aqueles braços fortes, bermuda jeans acima do joelho e tênis, óculos de sol que deixava seu rosto mais perfeito do que já era, ele simplesmente me surpreendeu.

Entrei em seu carro, andamos por uns 20 minutos até chegarmos numa praia deserta, ele me olhou e sorrio, meu coração acelerou fiquei calado olhando o horizonte, o lugar era lindo, tinha uma ilha ao fundo acompanhada de duas montanhas. Descemos do carro, ele segurou minha mão e me levou até um ponto da praia, ele me dizia que ia ali quando era mais novo com seu pai e, que depois que foi crescendo vinha sozinho para pensar um pouco na vida, quando as coisas ficavam mais difíceis era ali o seu refugio, e que agora seria a nossa ilha.

Conversamos sobre nós e sobre outras coisas, olhava em seus olhos fixamente enquanto falava, via o quando ele maravilhoso, que ere era totalmente diferente do que eu pensava, fui caindo em mim mesmo naquele momento, aquele Nicolas de olhar frio, de varias pessoas não existia mais, ele era meu. Não que não tivesse interessado no que ele me contava, mais a gente estava perdendo tempo de mais conversando.

- Nicolas. Não sei se o que eu vou te dizer aqui seja certou ou errado, se eu estou me precipitando de mais, não sei. Mais eu acho que isso possa não ser certo. Eu te euro muito, na verdade eu sempre te quis...
- E por que você está dizendo isso?

Tinha me batido um espécie se arrependimento, como se algo tivesse bloqueando meus sentimentos, algo me dizendo que não estava certo, meu coração por outro lado dizia que sim, que aquele era o garoto certo pra mim, mais como viver nesse conflito, isso me machuca tanto e não queria que machucar ele por isso.

- Não, nada, Esquece.

Por que tinha pensado naquilo, não era justo, não com ele.

- Nic, me beija. – Eu disse, foi o beijo mias verdadeiro, não via nada, não queria mais entender nada, as coisas ao meu redor sumiram, ali só estavam nós dois.

Ele me abraçou forte, como se não quisesse mais me soltar, e eu era todo dele, eu sentia o seu corpo em mim, e cada segundo que passava tudo aquilo ficava mais intenso, eu também não queria solta-lo, queria ela pra mim, que aquele lugar fosse nosso para sempre. O sol se pondo a nossa frente, aquele laranja refletindo nas águas, o som das ondas quebrando na praia era nossa musica no momento, não tinha culpa, não estávamos fazendo nada de errado nem proibido, por mais que digam que o amor não existe, ali era prova de que ele estava presente com toda sua força.

Não aconteceu nada além daquilo entre nós, não que não tivéssemos tentado, mais era por que eu não estava pronto, mesmo que o lugar conspirasse a favor, mais não era a hora certa mesmo pra mim. Ficamos até o anoitecer, vimos as primeiras estrelas aparecerem no céu, a lua com sua forma majestosa, cheia, nos induzia a fazermos pedidos a cada estrela que caia a nossa frente. Pedi que aquilo não acabasse, que não fosse um sonho, que durasse para sempre, o para sempre não existe eu sei, mais eu queria que aquilo durasse.

Nós nos assustamos ao olhar para o relógio, era tarde, tinha que esta em casa antes que minha mãe sentisse falta de mim e começasse a me ligar. Fomos embora, nos olhamos como se nunca tivéssemos nos visto antes, segurava sua mão enquanto a outra ia no volante, ele a beija me olha e sorria, até que chegamos na minha casa, ele fez questão de me deixar até a porta, me beijou.

- Essa noite foi incrível. – Disse ele. O abracei forte, não queria deixa-lo ir embora.
- Pra mim foi mais inda.

Ele me desejou uma boa noite e me deu mais um beijo. Vê-lo indo embora me partia o coração, como se um pedaço de mim fosse junto. É! E realmente ia.

GabrielWhere stories live. Discover now