- Como foi seu fim de tarde "G", aproveitou muito com Nicolas ontem?
Fui pego de surpresa por essa pergunta de Glória. Como ela sabia que tinha saído com Nicolas na tarde passada? Mais como ela sabia?
- Sim, aproveitei muito. Como você sabe disso? – Perguntei surpreso.
- Ontem fui na sua casa, e sua mãe me disse que você tinha saído de carro com um garoto. Então imaginei logo que era o Nicolas, ele é o único garoto que você gosta e que sairia. Foi fácil saber.Estava mais aliviado, mais eu não queria contar detalhes, por mais que ela quisesse saber. Não é querendo esconder nada, só que eu não me sentia a vontade contando. Estávamos na escola, alguém poderia ouvir e logo a escola toda saberia, Nicolas me mataria se a conversa chegasse aos ouvidos dele.
- Ai amiga, não quero falar disso, não agora e aqui.
- Nossa! Gabriel. De uns tempos para cá eu ando excluída da sua vida, do que a minha amizade tá servindo? Antes era tudo legal, você pedia ajuda nas coisas por mais que você não gostasse...
- Não é isso Glória.
- E é o que então? Pois até agora eu não entendi.Não queria discutir com glória e nem colar nossa amizade em risco, só queria que ele me entendesse, se ela fosse minha amiga de verdade ela me entenderia. Ela estava certa em dizer que me ajudaria sempre que eu precisasse, mais naquele momento a ajuda de alguém poderia atrapalhar tudo. Tinha medo que Nicolas soubesse que ando comento nossas intimidades para alguém, sei que Glória não sairia falando para as outras pessoas, só não queria que aquilo tudo se tornasse chato pra todos. Perder Nicolas naquele momento por causa da minha boca nervosa não era o que eu queria. Perder a amizade de Glória por mero desfrute meu também estava fora de cogitação, mais era minha felicidade, meu futuro, minha vida.
Glória ficou indiferente comigo, falava normalmente. Fazíamos as mesmas coisas que fazíamos juntos. Eu levava aquilo de boa, pois era uma fase, um momento de raiva dela com motivo. Assistimos as aulas um do lado do outro como de costume, fomos ao refeitório e sentamos de frente, nos olhamos por alguns segundos e sorrimos. Aquela sena era patética, parecíamos dois retardados sorrindo alto, as pessoas nos olhavam assustados. Eu estava feliz, pois tudo estava bem de novo, ela não conseguia ficar com raiva de mim e nem eu dela, poderíamos ter a pior briga do mundo mais depois estaríamos cheirando de novo.
Ela era minha conselheira, precisava dela pra tudo, aliás, quase tudo. Tinha certas coisas que eu não contava, qualquer pessoa faria isso ou faz. Pra deixar o clima melhor do que estava convidei ela para sair à noite depois da aula para andarmos um pouco, queria fazer algo diferente naquela noite, estava um clima agradável. Disse pra ela colocar algo confortável e leve, fiquei em duvida se iria pedalar ou caminha pela orla da praia, mais era uma questão para nós dois escolhermos, iria deixar Glória decidir o que iriamos fazer, ela meio preguiçosa e vai reclamar na hora, se eu não a conhecesse.
Glória me liga desesperada, pois não sabia o que usar.
- "G", quando você disse algo leve, você quis dizer o que? – É!
Realmente não tinha explicado a ela qual tipo de roupa usar.
- Veste Uma camiseta regata, short, como se fossemos para a academia. Cabelos em rabo de cavalo, trás garrafinha de água.
- O que vamos fazer?
- Você que escolhe. Caminhada ou pedalar pela orla da praia.
- Ah! Não Gabriel. Pensava que íamos para o Café, cinema ou outra coisa do tipo, tinha separado roupas confortáveis.Ri com aquilo, Glória era muito de festas e não suportava essas ideias de esporte.
- Vamos pedalar então, é mais rápido. Poxa Gabriel, você me paga seu... Seu... "Aah!" Que ódio "G". - Sorri por uns vinte segundos sem parar.
Estava na sacada de casa a sua espera, quando a vejo longe, ela estava linda como sempre, se não fosse gay eu a apegaria, mais não tinha a mínima possibilidade daquilo acontecer. Desci a seu encontro e fomos conversando até a praia, ficava uns 20 minutos da minha casa, com ela aqueles minutos passavam rápido de mais como todos os outros, eu queria que com ela as horas minutos e segundos se passassem lentamente, nós momentos a sós nos proporcionavam muitas aventuras e nos rendiam muitas história loucas e legais.
Chegamos a praia e logo todos os caras que estavam lá olhavam para nós, nos seguiam com olhares de famintos, queria que fossem para mim aqueles olhares nervosos, mais eram para Glória. Me bateu um pouco de inveja daquilo não vou mentir, mais já estava acostumado com tanto assedio, ela não era fácil como as outras garotas e nem dava bola para qualquer cara que aparecesse, ela uma garota de valores, o que a fazia ser mais perfeita.
Andávamos a algumas horas jogando conversa fora, falando sobre a gente. Vejo Nicolas ao longe, parecia que ele estava me seguindo, depois de uns tempos para cá vejo ele com frequência, ele começou a frequentar os mesmos lugares que eu, a está onde eu menos espero encontra-lo. Será que ele me seguia? Como ele sabia de tudo aquilo, como?
Passamos por ele, ficamos nos encarando por minutos, Glória sorria achando aquilo normal, ela sabia de tudo, era pra mim ficar feliz, era, mais era coincidência de mais. Seguimos pedalando até um quiosque para comprarmos um sorvete, glória que mais gulosa pediu logo fritas com refrigerante. Nós sentamos logo a frente em um banco de frente a praia, ficamos olhando o mar e conversando, falamos sobre tudo, até sobre as coincidências que estavam acontecendo entre mim Nicolas. Ela achava isso tudo normal, falava que era coisa de destino, que nossas vidas já estava escrita nas estrelas e blá, blá, blá...
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