Sentia-me só, não tinha mais minha grande e fiel amiga, procurar entende-la me cansava, mais era uma missão muito difícil que estava disposto a enfrentar. Não suportava mais ficar sem ninguém, não contava com Nicolas por que ele era meu namorado, e não era necessário contar com ele.
Urizzy e era um grande amigo meu, nos conhecíamos a menos tempo do que conhecia Glória, mais era também muito importante pra mim. Estava comigo nas horas que eu mais precisava quando Glória surtava. Não que eu usava pras minhas necessidades de carência, nada disso, tinha pouco contato com ele, é difícil de entender, vou tentar explicar. Conheci Urizzy dois anos depois de Glória em uma viagem da escola, no começo a gente não se falava muito, nos olhávamos apenas, a intensão de nos conhecermos foi dele, ele sempre foi desinibido, sem vergonha no bom sentido, era assim como eu, mais não tinha namorado, não sei por que, ele era e continua lindo. Não é de muita conversa, odiava brincadeiras bobas, para ela tudo tinha hora e um lugar, inteligentíssimo, nós dois tirávamos as notas mais altas da turma, era zoando como eu, sofria os mesmos preconceitos, ainda sofremos até hoje. Numa dessas ocasiões que o conheci.
Um garoto desses afobados, que se acham a última coisa do mundo veio tirar satisfações comigo, me perguntar o que tinha perdido nele, o que eu estava olhando tanto, na hora não me vinha respostas, não soube o que fazer, siam miseras palavras, sussurros praticamente. Quando fui tirado daquela saia justa, ele não era lá um grandalhão também, mais sabia como desafiar uma pessoa. Saímos como se fossemos namorados ou outra coisa do tipo, pra ver se o garoto não acompanhava. Cheio de gentilezas, educado e preocupado comigo, me ofereceu proteção, me senti seguro, mais não levei isso a diante, nos falamos algumas vezes, só o procurava pra conversar sobre meus probleminhas, digo, probleminhas de escola.
Como estava muito preocupado com Glória, pedi que ele me ajudasse a descobrir o que estava acontecendo, queria que ele se aproximasse dela, fizesse perguntas não tão diretas e nem tão óbvias.
- Urizzy, sei que você pode me ajudar, eu não sei mais o que fazer.
- Mais o que está acontecendo?
- É com Glória, ela anda muito distante de mim, sei lá. Ela muito esquisita.
- Percebi isso, ela vivi andando com Nicolas, mais nunca soube o motivo. Eles são amigos, não são?
- Sim, são, mais ela não costu... costumava andar com ele. – Aquilo me fazia pensar se Nicolas tinha alguma coisa a ver com a mudança de Glória. – Mais faz muito tempo que eles andam juntos?
- Não muito. Parece que eles evitam que os outros os vejam juntos.
- Como assim?
- Quando saem sempre ficam olhando para os lados ou não se olham quando se distanciam.
- Mais ha quanto tempo isso acontece?
- Desde o primeiro ano.
Fiquei perplexo. Por que glória nunca havia me falado que saia com Nicolas, o que faziam que ninguém podia ver eles juntos. Urizzy havia me ajudado o bastante, soube de coisas que não queria saber. Mais por que, por quê? Tinha que descobrir mais que nunca o que estava acontecendo, me subia uma raiva, um ódio, aquela sensação de que você enganado muito tempo, foi golpeado pelas costas com uma espada cheia de dentes.
Agora sentia raiva de Glória, não iria fazer nada se não soubesse da boca dela o que estaria acontecendo, Nicolas não queria vê-lo nem pintado na minha frente, eu o mataria. Será que era por isso que ela sempre insinuava as coisas que me acontecia e depois desdobrava se fazendo de desentendida? O sonho que tive com eles dois era uma querendo me dizer que não confiasse tanto assim em Glória. Não, não quero acreditar que ela sabia de tudo, ela não era tão sonsa a esse ponto. Tudo tinha que haver uma explicação, uma solução tinha que ser tomada.
- Você está bem? Falei algo que você não queria ouvir?
- Não Urizzy, você me disse o suficiente pra me fazer enxergar com que tipo de pessoas estou me envolvendo. Seja lá o que eu vou fazer, nem vou me importar com as consequências.
- Vê lá o que você vai fazer Gabriel.
