- Vejam só quem chegou. A dupla "G"
Fomos recebidos pelo próprio dono da festa, o que era de se esperar, ele sempre com seu bom humor e com esse seu jeito de tornar as coisas tão desagradáveis.
- Não enche Nic!– Disse um pouco irritado, mais feliz por ele ter falado comigo.
Pode parecer loucura eu dizer que não sinto nada por ele, mais estava estampando na minha cara deis da primeira vez que eu o vi. Ele realmente não faz o estilo de garoto que eu gosto, nada haver nós dois, já tinha desencanado dessa possibilidade de ficarmos juntos, mais nunca tinha perdido a esperança, eu sabia que um dia aquilo tudo poderia acontecer. Mais quando? Em que ocasião? De que forma e maneira? Essas perguntas rodam minha cabeça até hoje quando o vejo.
Glória me chama atenção, olha para meu lado e a sena com os olhos, quando olho sinto uma coisa esquisita dentro de mim, meu estômago revira. Ele estava do meu lado, mais não dizia uma só palavra, bebendo sua cerveja e olhando a movimentação, de uma vez ou outra uma menina se aproximava e conversava, um amigo o chamava e ele acenava dizendo que depois iria, mais não dizia uma só palavra. Aquilo me deixava angustiado, eu travei, não sabia o que fazer, o que dizer. Quando de repente.
- Olá Gabriel! Você por aqui, achava que você não andava nestas festas. Pensava que você estava estudando para as provas finais.
- É! Não ando, mais glória me convidou e eu vim.
- E aí, tá gostando da festa?
- Ela não faz muito meu estilo, mais tá legal.
- Quer beber alguma coisa?
- Não. Obrigado!Não sabia ao certo o que estava fazendo.
"Deveria ou não deveria aceitar a bebida? Aí! Acho que estou fazendo tudo errado. " Calma Gabriel, calma."- Vou ali, depois a gente se fala. – Disse ele.
- Ok! – Respondi friamente.Corro pra onde está Glória, conto tudo a ela, ainda meio em estado de choque, pois ele nunca havia conversado comigo, aquilo não foi bem uma conversa, mais ele falou comigo, sem tirar nem uma brincadeira boba, me olhando fixamente nos meus olhos. Ela fica feliz e sente comigo toda emoção. Aquilo tinha realmente acontecido.
Vou à sacada da casa, fico olhando para os outros convidados, na verdade os melhores amigos dele, pensando em coisas surreais. Não passo muito tempo ali, e vou para outro cômodo, é uma espécie de escritório, vários livros, móveis velhos, uma escrivaninha. Sento-me numa poltrona e fico olhando para o teto, algo nem um pouco divertido comparado a festa que rola lá fora. Quando ouço passos, a maçaneta da porta gira, o meu coração acelera, de duas uma, ou era Glória ou o Nic, ou Um casal animadinho querendo algo mais.
- Nic! – Falo assustado.
- O que você está fazendo aqui sozinho? Tem uma festa acontecendo lá fora e você aqui. – Me pergunta.
- Resolvi ficar só por um instante.
- Posso sentar aqui?
- Claro! A casa é sua. – Sorri em tom de ironia."Nossa! Como eu posso ser tão idiota, por que falei isso, não bastava dizer apenas que pode. Burro, Gabriel, você é burro."
Ele sentou do meu lado, colocou a cerveja na mesa, me olhou dos pés a cabeça e sorrio. Eu imaginava que ele fosse tirar mais uma de suas brincadeiras, dizer que eu sou isso e aquilo. Mais não, foi diferente de tudo o que eu imaginava.
- Sabe, sempre tive curiosidade de saber quem é você, tiro brincadeiras com você, pego no seu pé direto, sendo que você nunca me deu motivos para que eu fizesse isso.
Fiquei surpreso com o que ele me dizia, já mais imaginaria na vida que ele tivesse a vontade de me conhecer. Mais vê ele ali do meu lado me falando aquelas coisa, aumentava mais as minhas esperanças, mesmo sabendo que tudo aquilo seria só mais uma pessoa querendo se aproximar de mim por amizade. Eu queria que ele soubesse o que sinto, mais eu tenho medo, um medo que me trava sempre que chego perto, sempre que o ouço falar. Mais como falar?
- Não sabia que você tinha essa curiosidade sobre mim, eu sempre te achei tão distante, nossas conversas nunca passaram de um "Oi". Legal de sua parte. – Disse
- Pois é! Não sabia como chegar até você, não queria que as outras pessoas soubessem ou desconfiassem. O que me restava eram as brincadeiras, essa era uma forma de falar com você.
Nossa! Tudo parecia tão simples naquele momento, as coisas se encaixavam, eu me sentia seguro do lado dele. Mais o que eu não entendia era isso tudo o que estava acontecendo, dele querer me conhecer. Será que é pra chegar até Glória, a única garota da escola que ele ainda não tinha pego, ou ele sentia algo por mim, ou só amizade apenas?
Fui em direção da porta quando me segurou pelo braço e me trouxe até ele.
- Desculpa se disse algo que te deixou constrangido ou coisa do tipo.
- Não, imagina, não foi nada.
-Falo com você amanhã? – Parecia muito óbvio eu responder que sim, não queria que ele soubesse que sou louco por ele, eu iria estragar tudo.
- Quem sabe.Saí primeiro da sala, e ele veio logo em seguida. Coitada da Glória, estava com os olhos fervilhando a minha procura.
- Aí "G". Onde você estava?
- É uma longa história, depois te conto.
- Você não aprontou nada não né "G"?
- Claro que não né Glória, vê se essa carinha de anjo é capas de aprontar alguma coisa. – Rimos juntos.A festa estava animada, mais eu já estava cansado de ficar ali, eu e Nicolas não nos vimos mais aquela noite. Eu e Glória demoramos pouco, e logo fomos embora.
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