Todos estavam torcendo pela minha felicidade, e eu era o único que não. Fazia tempo que não gostava de uma pessoa como eu gostava do Edward, ele era legal, gente boa. Como conheci ele? Ah! Essa é uma longa história. Foi logo depois que entrei na universidade.
Tinha chegado a umas semanas, depois de uma discussão com minha mãe, resolvi ficar até quando terminasse os estudos e entrasse na universidade, me esforcei o ano inteiro para que passasse de ano, pra me ver logo livre de tudo aquilo.
Era uma noite fria, e estava em casa, não tinha nada pra fazer, estava um tédio tudo aquilo, minha mãe na sala assistindo TV, meu irmão Kelton junto com ela. Éramos três, minha mãe era divorciada á 14 anos, foi logo depois que fiz 5 anos de idade, meus pais tiveram uma briga feia, me lembro de poucas coisas daquele tempo, mais só sei que não foi nada agradável.
Sentia falta do meu pai, ainda hoje sinto, queria revê-lo, abraça-lo novamente, mais depois daquele dia ficou tudo impossível. Mudamos de cidade, pois minha mãe não queria mais vê-lo, e para evitar que isso acontecesse ela resolveu mudar. Mais nada substitui o grande cara que ele foi.
Estava nas provas finais do ano letivo, estudava feito louco, já fazia um bom tempo que não saia de casa, a não ser pra escola. Meu telefone toca, é minha amiga de sala e melhor amiga que fique bem claro.
- Oi Glória, tudo bem?
- Tudo "G". Ei! Tenho uma proposta pra fazer, você topa?
- Qual seria?
- Hoje vai ter uma social na casa do Nicolas. Vamos?
- Claro que sim, mais eu tenho que inventar alguma coisa pra minha mãe. O que falo?
- Diz que você vem aqui em casa estudar, ela vai acreditar, tenho certeza.
- Pode deixar.
- Estou te esperando aqui.
- Ok!O que eu mais queria era sair de casa naquela noite. Coloquei uma roupa simples, mais que chamasse atenção é claro, era simplesmente a casa do Nicolas, tipo, o cara mais gato do colégio, fiquei até surpreso de Glória ter me ligado convidando para irmos numa festa na casa dele.
Não tinha muita intimidade com ele, a gente mal se falava na escola a não ser um "Oi", ele sempre estava cercado de garotas e de seus amigos, de pessoas que nem ele mesmo conhecia, tirava boa notas, não fazia nada sozinho, sempre tinha um garoto ou uma garota pra ajuda-lo sendo seus pés e suas mãos, eu praticamente achava isso ridículo, não sei por que as pessoas babavam tanto ele, ele nunca olhava pra ninguém diretamente, e quando olhava tinha aquele olhar frio de desprezo, como se ele fosse a coisa mais importante do mundo. Não gostava de certas brincadeiras, mais amava tirar com todos, eu não escapava, eu era alvo predileto. Nunca entendi o porquê, se ele mal falava comigo, então porque fazia tudo aquilo.