Fui comprar um sorvete, o quiosque ficava do outro lado do parque, perto de um brinquedo, convidei Glória pra ir comigo, perguntei se ela queria um, mais ela não quis, disse que estava com um começo de resfriado, garganta doída, então fui sozinho. Falei com uns colegas que passavam por mim. Mais não estava muito para conversas.
Quando volto para onde eu estava, Glória não estava mais lá, não imaginava para onde ela iria, nem me importei muito. Mais o Nicolas não saia da minha cabeça. De tanto eu pensar nele, o próprio se fez a minha frente, mais como ele sabia que eu estava aqui, justamente aqui. Algo errado está acontecendo.
"Não Gabriel, não tem nada errado, você e essa sua mania de achar que toda vez que ele chegar perto de você é por que tem algo por trás, algo está errado, mais não está, nada está errado, aqui é tão grande, tem tanta gente, ainda é cedo, todos estão aqui, por que ele não podia está também. Gabriel, Gabriel."
Ele veio sorridente na minha direção, mais não baia se ele ia passar direto, ou ia falar comigo. Mais se ele passasse por mim e não falasse eu acharia muito estranho, muito estranho mesmo. Não sei o que falar, queria manter um pouco distante dele, não queria que tudo aumentasse, tomasse uma proporção maior do que já tinha tomado dentro da minha cabeça. Eu queria um tempo pra mim, ficar sozinho comigo mesmo, só assim eu saberei qual decisão tomar, e não quebraria acara, algo me diz que isso estava perto de acontecer, mais queria acreditar que não.
Como eu imaginava, ele veio falar comigo.
- Olá Gabriel! Sempre te encontro.
- É, já percebi.Mais aquela conversa não ia durar muito tempo.
- Posso te fazer uma pergunta Nic? – Perguntei, mais já sabia sua resposta, sabia que ele queria saber com certeza o que eu queria perguntar.
- Pode!
- O que você está começando a sentir por mim, ou acha que está sentindo, é verdadeiro, ou você só quer brincar comigo?Ele ficou meio triste, deu pra perceber no seu olhar, ele ficou um pouco em silêncio, sem respostas. Acho que fiz mal perguntando isso pra ele, agi errado, como sempre eu fazia, nunca acertava, eu tinha passado dos limites, como eu poderia duvidar do sentimento de uma pessoa que eu nem conhecia, mais que estava começando a se interessar por mim, e principalmente, duvidar da pessoa que eu amava.
- Nossa Gabriel, você dúvida dos meus sentimentos, eu tinha te falo tudo o que eu sentia a um tempo atrás. E você me vem com essas perguntas. – Ele me deu as costas e saio.
- Volta aqui Nicolas. Nicolas! – Gritei, mais sem sucesso.Eu realmente tinha feito a coisa errada, nem tinha pensado na consequência que isso ia tomar, ver ele indo assim triste, por uma bobagem minha, eu e essa minha boca, essa mania torta de ver as cosas. O cara que eu gostava, a pessoa que eu sou mais admirava, mais queria pra mim, está se indo, não sei se ele falará comigo, nem se ele olhará mais pra mim, não sei mais de nada.
Glória estava chegando perto de mim, ela tinha percebido que Nicolas tinha saído triste, ela me conhece bem e logo desconfiou do que eu tinha feito. Estava arrependido, se Nicolas voltasse eu o pediria desculpas.
- O que você fez dessa vez "G"? – Ela me pergunta com indiferença.
- Nada Glória.
- Claro que fez sim, nunca vi o Nicolas assim antes. O que você disse pra ele?
- Nada Glória. Ele já veio assim, e falou só um oi comigo, como de costume.Escondi novamente o que tinha acontecido, não estava mais aguentando guardar aquilo pra mim, estava cheio de tudo, vontade de sumir, queria ir embora, a noite que estava começando já tinha acabado pra mim. Ficou um clima ruim, sem graça, nunca tinha tratado ele assim antes, essa perguntas, essas incertezas já estavam me fazendo falar coisas, gostar de alguém é tão difícil assim. O mais difícil é esconder, seria tão fácil se eu dissesse logo o que sinto, mais tem a seguinte questão: A incerteza era minha e dele.