Parte IV

8 0 0
                                    


Era semana de prova, havia estudado o bastante para fazer uma boa prova, sabia todas as matérias, ajudei Glória com algumas coisas que ela não sabia, passamos tardes e tardes estudando juntos, mais conversando do que estudando, me sentia bem com a presença dela, observando bem, ela tinha algo que eu tinha que descobrir, era muito obvio ela sempre vir até mim sorridente, como se soubesse de algo sobre mim, ou sobre as coisas que eu fazia. Ela sempre destorcia tudo, falava dela nas conversas, isso tudo me parecia estranho de mais. Tive várias oportunidades de pergunta-la, conversar com ela, dizer tudo o que estava acontecendo, saber da sua opinião. Mais se eu não conhecesse Glória como eu conhecia, não diria praticamente quase nada.

Ela tinha um que de mistério, seu jeito alegre, mais sempre de bem humor, sempre desposta a me ajudar, eu sei que ela é minha melhor amiga e que já fazia 7 anos de amizade, não dava pra desconfiar dela nunca, mas eu desconfia. Bobeira minha querer desencanar logo com ela, aquele que me aguenta, aquela que sempre está comigo por onde eu vá, me ajuda, me dá a mão, me socorre quando as coisas aqui em casa estão ruins, me leva pras melhores festas, conversamos sobre tudo e todos. É, eu devo está pirando mesmo, a onde que glória queria meu mal, acho que estou vendo coisa que não existem, e colocando ela como razão de tudo, devo parar com isso, acho que são essas coisas que me acontecem, me deixam tão complicado que nem eu mesmo me entendo.

O primeiro dia de prova estava acabando, acho que tirei uma boa nota, tinha estudado o bastante, não vi o Nic no decorrer do dia, me senti meio perdido, eu nunca tinha me sentido assim antes, fui para o Café com Glória, como saímos cedo da escola além do Café passamos em casa e fomos ao parque. Era um parque de diversão de frente para a praia, a turma toda ia para lá quando gaseavam aula, os casais iam namorar. A noite era perfeito, tudo colorido, as luzinhas acesas dos brinquedos, mais o que eu mais gostava era do por do sol ao entardecer, lindo, aquele laranja vibrante dos raios refletindo nas ondas, o vento que batia no rosto, um semanário perfeito para embalar romances. Eu via as pessoas lá embaixo na areia da praia, juntas como se nada mais importasse para elas, como se o sol os dissessem que não a tempo a perder, e que a vida passa muito rápido se não aproveitássemos.

E eu ali, sozinho, pensativo, como sempre eu estava, meus pensamentos iam apenas nele, aquele que me deixava bagunçado, aquela pessoa que eu tanto queria.

GabrielWhere stories live. Discover now