A garrafinha rodava, rodava e nunca parava em que eu queria. Até que quando eu menos espero a grande jogada acontece, pronto, ali estava minha oportunidade de saber tudo sobre ele. Não hesitei em fazer minhas sórdidas perguntas. Cada qual tinha direito a cinco perguntas, eu já estava com as minhas elaboradas a muito tempo.
- Bom Nicolas. Minha pergunta é. Você trem medo do seu passado? – Perguntei.
- Não Glória. – Via que ele não falava totalmente a verdade, a resposta não foi muito o que eu esperava. Fiz minha próxima pergunta.
- Você esconde alguma coisa sobre você, o que seria?Todos olhavam para mim com olhares assustados, ele era um dos que me olhavam meio sem saber o que responder. Na cabeça dele eu acho que se passavam várias coisas, do por que eu estava tão interessada a saber da vida dele.
- Até onde você quer chegar Glória? – Me disse com indiferença, com um ar de raiva.
- Em lugar algum se você quer saber.
- Então chega de perguntas de perguntas sobre minha vida, por que você não faz perguntas normais como as outras pessoas?
- Não. Ainda tenho três perguntas válidas, se você não as responder, é sinal que você esconde algo, e eu vou descobrir.Os olhares ficaram mais intensos, mais fixos em mim, como se quisessem me dizer algo. Aquilo não me abalava de forma alguma, e logo indaguei a minha terceira pergunta.
- E seus pais, por que eles nunca veem te visitar e nas férias você nem os procura?
Ele me olhou com desprezo, seus olhos brilhavam, ele engoliu o seco, supostamente estava com muita raiva de mim, mais eu não havia dito nada de mais, ali era um jogo onde todos estavam sujeitos a perguntar e responder o que quisessem sobre qualquer tipo de assunto, só que nem todos tinha a mesma intenção que eu.
- E então Nicolas... – Fiquei sem respostas, mais não havia me convencido de que ele escondia algo, agora eu queria saber de qualquer jeito, de alguma forma ele me contaria.
Ele levantou-se da cadeira e deixou o lugar, logo em seguida todos saíram juntos, diziam que eu não deveria ter feito aquilo, que eu era muito fria. Mais eu não estava nem ai para o que eles falavam, aquelas pessoas pesavam muito na moral e nos bons costumes, coisa que eu passava longe. Eu ainda não tinha demonstrado meu verdadeiro eu para ninguém, a única pessoa que sabia do que eu era capaz era Gabriel, isso é um dos motivos que eu entendo o fato dele quase nunca me contar suas coisas.
Nicolas sabia que eu não descansaria enquanto não soubesse da verdade, não tinha como me evitar, ou ele sairia da escola para que não contasse ou outra coisa do tipo. Eu poderia usar todos os métodos para arrancar dele o que eu queria saber, poderia também tirar Gabriel dele. Era o que eu não queria fazer, mais seria capaz, quando quero algo eu faço de tudo pra conseguir, até destruir toda uma vida.
O persegui, andava sobre o seu rastro, não ia desistir tão fácil assim, não naquele momento. Nicolas não sabia com quem estava se metendo, não sabia do que eu era capaz de fazer, até onde eu chegaria com aquilo tudo. Fiz mais outro teatrinho, comecei a me fazer de desentendia.
- Nicolas! – O chamei, não ia lhe fazer pergunta alguma, iria me desculpar. – Desculpas pelas perguntas que fiz, e por tão conveniente que fui.
- Confesso que fiquei chateado com tudo aquilo, não queria me expor tanto. Ali tinham pessoas que não sabia quase nada sobre, e não queria que soubessem, que se contentassem com o Nicolas que conheciam.
- Ok! Foi mal. Mas se você quiser conversar eu estou aqui. Em momento algum queria te constranger, nem te obrigar a me dizer nada que não quisesse, acho que fui longe de mais no jogo, me empolguei com a situação. – Pronto, já tinha ganhado sua confiança de novo. Se com a forma mais direta não tinha conseguido o que eu queria, iria usar forma falsa, falsidade para mim sempre era como uma aliada.
- Depois a gente conversa sobre isso Glória, não tenho a nada a esconder, apenas não me entenderiam quando falasse sobre minha família, meu passado. Nunca senti segurança em falar sobre esse tipo de assunto.Suas palavras faram as mais sinceras que já tinha ouvido falar, ele me mostrava um Nicolas mais livre, mais seguro. Me sentia confiante por isso, ele se sentia seguro comigo, as coisas estavam começando a ir por onde eu queria, chegar no ponto onde me interessava.