Parte XI/Gabriel

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Numa manhã algo diferente tinha me acontecido, nunca tinha sentido tanta falta de alguém como eu sentia de Nicolas, eu não tinha ficado com ele ainda, mais pretendia, não aguentava mais. Fui para escola cheio de disposição, vi Nicolas e pedi desculpa pela noite passada, tinha agido de uma forma que não gostaria que fizessem comigo.

Tomei minha primeira atitude, queria ir por partes, virar o jogo, dessa vez não esperaria ele vim conversar comigo, eu iria até ele, mesmo se quebrasse a cara, ou se e eu me arrependesse depois, mais tinha que virar esse jogo de alguma for. Tome-me em mim mesmo, respirei fundo e sai pelos corredores da escola atrás dele, mais queria ser discreto sem deixar que glória desconfiasse, a hora dela saber ia chegar.

O vejo logo ao fundo da sala de música, um dos meus lugares prediletos, só havia ele na sala. Pronto, era a oportunidade que eu tinha. Aproximei-me dele, olhei no fundo de sues olhos.

- Posso conversar com você?
- Falar o que? – Ele me olhava com indiferença, uma espécie de desconfiança.
- Não é nada referente á noite passada, eu só queria conversar com você.

Logo mudei de ideia sobre aquele ser um lugar propício pra conversarmos sobre nós dois, então o convidei para irmos ao Hollyt Café depois da escola, que eu estaria esperando lá.

- Posso confiar que você vá? – Disse logo após de convida-lo.
- Claro!

Então estava tudo certo para aquela noite, estava ansioso, não sabia que palavras usar, não tinha noção da sua reação.

Já era noite, eu estava prestes a dizer tudo pra pessoa que eu mais amava, e que nem fazia noção do que sentia, do tamanho daquilo que estava dentro de mim, daquele sentimento puro, sem maldade, uma coisa que aconteceu assim de supetão a primeira vista.

Já estava a sua espera fazia 20 minutos, angustiado, nem sinal dele em canto nenhum canto, será que ele vinha. Fiquei ali sentado por mais alguns minutos, quando ouço o sininho da porta do Café soar, olho rapidamente, mais não era ele, fico frustrado e desempassiente, não acreditava que ele faria aquilo comigo, sinal então que ele não sentia nada por mim, que aquilo tudo era armação, ele só queria brincar comigo. Resolvi esperar mais um pouco, já estava no meu limite, tinha perdido as esperanças, o sininho já havia soado umas quatro vezes depois daquele. Continuava de cabeça baixa, o meu café já tinha esfriado, eu estava num ponto específico de uma visão perfeita preá vê-lo entrar, só que não funcionou, me assustei quando ao ouvi-lo sua voz, não tinha visto chegar e nem se aproximar de mim. Foi uma surpresa entanto, ele veio.

- Oi!
- Oi Nicolas, pensava que não vinha.
- Realmente não vinha, estava ali fora pensando se entrava ou se não entrava. – Ele falou de uma forma tão fria, não me olhava nos olhos, parecia não muito contente.

Naquele momento me senti a pior pessoa do mundo, me arrependia de tudo o que já tinha falado, duvidado do amor dele, das formas como o olhava, como o julgava. Eu estava disposto a mudar toda aquela situação, me redimir e mostrar pra ele que eu não era aquilo que ele estava me tornando, eu era diferente, muito diferente.

- Nicolas, eu já te pedi desculpas, chamei você aqui pra conversamos, e não pra ter outra discussão.
- Diz o que você quer então, seja mais ágil com as palavras.
- Não sei como te dizer... Tinha te dito que estava confuso, não tinha certeza e que estava querendo evitar...
- Evitar uma suposta paixão, que não queria me machucar se um dia tudo isso acabasse. – Naquele momento ele tinha dito tudo, ele foi direto ao ponto crucial da minha bagunça sentimental, mais eu não quero perde-lo por causa disso, eu queria que ele estivesse do meu lado.
- Era.
- Era por quê?
- Por que agora eu tenho certeza do quero, do que sinto, tenho certeza também que te quero pra minha vida, pode parecer loucura, mai eu te quero, eu vinha escondendo isso de mim mesmo, eu tinha isso guardado comigo a muito tempo. Ter guardado isso me machucou tanto, tive que mentir pra mim mesmo, me desacreditar, me virar contra minha melhor amiga. – Desabafei, falei tudo o que queria ter falado, mais ainda tinha algo a mais para contar.
- Sabe Nicolas, eu te via sempre do meu lado, você falava e eu simplesmente perdia a noção de tudo, nada fazia sentido.
- Nossa! Não sabia disso.
- Mais é logico que não sabia, eu não demonstrava nada pra ninguém, nem transparecia isso nas minhas feições.

Ele sorrio, já não tinha mais aquele expressão de frieza, já se entrosava mais na conversa. Mais eu queria saber dele, o que ele queria, o que ele sentia de verdade, o seu silêncio me matava, ele não abria a boca.

Ele me olhou de uma forma diferente, sua olhos brilhavam, o seu rosto estava meio rosado, acho que era de vergonha, mais não era, era algo diferente, tinha visto aquele olhar nos filmes. Sua mão segurou a minha, olhei meio assustado pra quilo, ele mudou de lugar e sentou do meu lado, meu coração acelerou na hora, minha respiração ficou mais difícil, soava, ele foi se aproximando cada vez de mim, chegou ao meu ouvido e sussurrou algumas palavras.

- Gabriel, eu também não tenho mais duvidas do que quero, o que eu sinto aqui dentro de mim é verdadeiro, nunca tinha sentido isso antes na vida, cada vez que falava com você isso aumentava mais. Fiquei surpreso de te ver na minha festa.

Eu não consegui a dizer uma só palavra, o que ele me dizia ia me fazendo pensar, viajar entre meus pensamentos, tudo o que antes pensava foi sumindo, minha mente ficou vazia. Ele foi cada vez mais se aproximando do meu rosto.

- Nicolas...
- Não diz nada, você já me falou o suficiente. – Seguindo aquilo, ele me beijou.

GabrielWhere stories live. Discover now