Espero que não tenha sido uma omissão de minha parte eu não ter falado sobre mim mesmo. Me chamo Dastrun. Profissão: Bárbaro. Ah, e eu sou um minotauro, então, não fica muito difícil de se chegar à conclusão de que eu não vivo minha ideia de uma vida normal.
Eu morava em uma caverna particularmente cobiçada: Ouro, prata e pedrinhas reluzentes aos montes. Era muito bonita, e foi por isso que eu a escolhi como casa. Tenho que concordar com os magrelos, ouro até que é legal. Mas morrer por causa de uma pedra amarela soa muito idiota, não acha? Mas é o que acontecia. A média era de um ou dois exércitos de magrelos da superfície (elfos, vampiros, humanos... ah, é tudo a mesma coisa) por semana, tentando invadir minha toca e pegar toda a parte bonita pra eles. Retardados.
E eu sempre conseguia vencer os magrelos, não importa quantos eles fossem, não importa de qual raça eles fossem , não importa que armas eles usassem. Eu era uma lenda, temido por todos os magrelos. Mas teve uma vez que a coisa não foi bem assim, e é essa a história que eu vou te contar agora.
O barulho de cascos era ensurdecedor. Dezenas, talvez centenas de magrelos. Quem quer que estivesse à caminho do lugar da caverna que habitávamos, não era muito sutil – logo, não era muito esperto.
Eu estava segurando meu machado de guerra, escondido ao lado da entrada do túnel por onde a maioria dos invasores da superfície costuma entrar. Eu estava calmo, pois já havia me acostumado à enfrentar batalhões inteiros sozinho. A coisa mais parecida com um ninja que você pode ser quando tem duas guampas. Por um momento, olhei para meu machado, e pensei em todos os magrelos que nós matamos juntos. Lista essa que estava prestes à aumentar.
O barulho de cascos ficava cada vez mais forte. O inimigo se aproximava. Seria só mais uma batalha em minha suficientemente interessante vida. Quer dizer, era isso o que eu pensava.
E, de repente, uma multidão de centauros, armados com arcos, entrou correndo de fazendo muito barulho naquela caverna onde o eco aumentava muito os ruídos. Se aquilo ali já seria ensurdecedor ao ar livre, imagine lá dentro. Eu não sei como eu ainda ouvia alguma coisa, cara.
E, como eu estava ao lado da porta, eles não me viram ao entrar. Foi só golpeá- los com meu machado, pelas costas. Não era muito justo, mas era tão deliciosamente fácil que eu não parei de fazer aquilo, até que...
-Cadê o Ravin? – gritavam os centauros – Hey, como é que é? A gente não vai mais seguir o plano, não? Cadê aquele maldito Ravin?
Ravin? Um nome típico para um centauro. Afeminado, como os nomes que os centauros normalmente têm. Porquê esse tal de Ravin seria tão especial, etão importante nesse plano deles? Aliás, que diabo de plano era esse? Nem pensei tanto nisso,e continuei matando aqueles centauros idiotas. Francamente, invadir minha caverna sem olhar para os lados e ainda querer sobreviver... Eles podiam ter mandado o esquadrão da divisão do batalhão do departamento dos melhores soldados que eles tivessem, mas não, eles mandam um bando de tontos para me enfrentar. Quem era o estrategista deles?
É claro que eu recebia muitas flechadas, mas minha armadura era feita com os metais mais duros que o ferreiro de minha sociedade havia necontrado naquela caverna (não que eu confie muito naquele cara, mas, em todo caso...), e, depois de tantos anos como guerreiro, eu já havia me acostumado com a dor das flechas. Doía menos que picada de msoquito. Mas, de repente, uma flecha verde – ponta de algum metal verde, haste de madeira verde e pena de alguma ave verde na outra extremidade – voou de não- sei- onde e acertou minha coxa. Só tive tempo de decapitar mais uns dois ou três centauros (sim, só isso) e de ouvir um deles dizer "Boa, Ravin!", antes de desmaiar. Ravin, seu filho da...
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A Coroa da Sabedoria
FantastikEntão... uns tempos atrás, eu e uns amigos tínhamos a ideia de fazer um jogo. É claro que nunca saiu do papel, pois plano de adolescente nunca dá em nada, mas enfim: eu era o responsável por escrever as histórias dos personagens, e pelo menos a minh...