2 - O inferno começa

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Eu tinha três aulas antes do intervalo, a primeiro com o sr. Sérgio, já foi, depois eu tive aula de história e agora eu tenho aula de química com o Fernando, não tem 'sr.' na frente porquê ele é novo e só gosta de ser chamado pelo nome.

Lucas passou as duas primeiras aulas quieto, mas agora na terceira aula, ele saiu antes que o professor entrasse na sala e não voltou mais, não que eu esteja reparando nele nem nada.
Eu me levantei e fui me apresentar para o professor, que acabou de entrar.

- Ah, então você é a mocinha que pulou o primeiro ano primeiro ano por causa das ótimas notas! - ele disse com um sorriso no rosto. Isso já está cansando. Mas, forcei um sorriso e assenti. Depois voltei para o meu lugar.

- Bom, pessoal. Pra começar vocês vão fazer uma experiência em dupla.

A sala toda começou a comemorar, um olhava pro outro para dizer 'você vai fazer comigo!'. E eu não podia ficar de fora, sem gritar eu olhei pra Gaby e ela olhou pra mim, então nós tivemos uma mini conversa mental que nos levou a conclusão de que iriamos fazer juntas.

- Calma, calma, calma. Vocês nem deixaram eu terminar de falar. - o professor disse acabando com a nossa alegria. - Eu vou escolher as duplas.

Um longo 'Aaaaffs' , veio da sala. Logo em seguida, Lucas entrou na sala correndo, sentou no seu lugar e pôs os pés calçados com uma bota de couro preta em cima da mesa, como se nunca tivesse saído dali.

- Sr. Mendes, já que você não se importa nem um pouquinho com as aulas, eu vou escolher alguém que possa tentar te ajudar a mudar de ideia...srta. Campos por favor sente-se ao lado do sr. Mendes. - Eu olhei para Gaby pedindo ajuda, mas ela me olhou de volta pedindo desculpas, pois nós duas sabíamos que não tinha o que fazer, eu tinha apenas que obedecer o professor e me sentar ao lado dele. E foi o que eu fiz. Quando me sentei ele nem se mexeu, fixou parado com o pés em cima da mesa esperando o professor seguir com a aula. O professor terminou de escolher as duplas e continuou a explicação:

- Certo. Vocês vão fazer uma mini explosão com bicarbonato de sódio, moleza. Essa atividade vocês fazem no oitavo ano, mas como é o primeiro dia, dei uma lição fácil. Podem começar. - Tinha todos os ingredientes que eu precisava para fazer uma mini erupção em cima da mesa.

- Só quero avisar que eu não vou mexer um dedo pra fazer essa porra. Se vira sozinha. - ele diz de repente.

- Tudo bem. Muito ajuda quem não atrapalha. - respondi, ele apenas bufou, mas eu continuei. - Mas também, quando eu terminar, vou dizer ao professor que eu fiz tudo sozinha. E você vai ficar sem nota.

- Aah, que pena. Eu não vou poder dividir com você a alegria de tirar mais um dos milhares dez que você tirou na sua vida. - ele diz com um tom carregado de sarcasmo.

- Como sabe que eu vou tirar um dez?

- Não está na cara? Você é uma nerd ridícula que só pensa em estudar. É óbvio que já sabe como fazer isso. E eu ainda não esqueci o que você fez hoje mais cedo, você vai pagar, sua estranha.

Quando ele terminou, algumas lagrimas já tinham escorrido pelo meu rosto, mas eu continuei olhando pra baixo e fazendo o trabalho. Não consegui responder ele, as palavras e ofensas ficaram presas na minha garganta.

Terminei bem antes que todo mundo e fiquei parada esperando o sinal bater. Como previsto tirei dez, e pela primeira vez não fiquei feliz com isso. Quando o sinal finalmente bateu, sai correndo para o intervalo. Ouvi Gaby chamando meu nome, mas eu ignorei e entrei no banheiro feminino mais próximo.

Quando entro no banheiro, não aguento e me acabo de chorar. As palavras de Lucas ficam se repetindo na minha cabeça:
'Você é uma nerd ridícula' , 'só pensa em estudar', 'sua estranha'. Segundos depois, Gaby entra no banheiro correndo.

- Nai, para de chorar, por favor.

- Eu não consigo, eu fiquei sendo zuada por muito tempo no ensino fundamental, achava que agora minha vida fosse mudar, mas ele aparece e começa a me xingar. Tudo isso porque eu derrubei sem querer o celular dele e me defendi quando ele foi grosso comigo.

- Não liga pra ele, ele é um babaca que xinga todo mundo que não é do grupo de bagunceiros dele, quase todo mundo dessa escola já sofreu com as grosserias que ele fala, até as meninas com quem ele fica reclamam de como ele é idiota e grosseiro. Agora, por favor para de chorar e vamos para o refeitório. - Eu enxuguei as lágrimas e assenti.

Chegamos no refeitório e logo encontrei a Bárbara, ela veio correndo até mim.

- O que aconteceu? Porque você está com o olho vermelho? Quem é ela? - disse apontando para a Gaby.

Antes que eu pudesse responder, a Gaby já estava explicando para Babi o que aconteceu, desde a parte que eu esbarrei com Lucas no corredor até a parte que eu fui ao banheiro chorar porque estava triste com ele por ter me xingado. E como a conheci.

- Ah meu Deus, eu sinto muito. - Babi diz me abraçando.

- Tudo bem.

- Bom, já que a Gaby é nossa nova amiga eu vou contar pra vocês duas o que estão falando por aí: Nesse sábado, vai ter um baile de boas vindas para os estudantes e nessa sexta não vai ter aula porque tem gente que vai fazer os preparativos para o baile, então a gente vai comprar um vestido novo para o baile. - ela diz pulando de alegria.

- Espera... deixa eu ver se entendi: Sábado vai ter um baile e um dia antes que é sexta, nós três vamos sair pra comprar vestidos de gala como um monte de patricinhas e passar...maquiagem?. - confirma Gaby lentamente, como se não tivesse acompanhado o raciocínio da Bárbara.

- Isso mesmo. Você não gosta de maquiagem?

- Não nem um pouco, me incomoda. E como essa escola pobre conseguiu dinheiro pra fazer um baile? - Gaby pergunta.

- Parece que uma menina entrou no segundo ano e fez o pai dela pagar pelo baile inteiro: música; decoração; iluminação. Tudo. Eu acho que o nome dessa menina é Amanda Argentini. - faz uma careta por conta do nome.

- E eu aposto que você não prestou atenção em uma palavra do que os professores disseram nas aulas só pra poder descobrir isso, né? - perguntei sorrindo.

- Talvez. - ela sorri de volta culpada e depois vamos para a fila para pegar nossos lanches.

Sentamos em uma mesa bem ao de uma mesa onde estavam sentadas três meninas que não paravam de falar alto, Bárbara me disse que a loira do meio é a tal de Amanda. Ela parece me olhar com um certo desprezo em seus olho, mas depois me ignora e continua fofocando. Também decido ignorar e fico conversando o resto do intervalo sobre outros assuntos. Então bateu o sinal e a Babi foi pra sua sala.

- Qual é a sua aula agora? - pergunto para a Gaby no corredor.

- Espanhol e sua?

- Biologia

- A gente se fala depois da aula?

- Claro.

Então eu fui pra minha sala e Gaby foi pra dela. Logo quando entrei, a primeira coisa que vi foi Lucas olhando pras suas botas em cima da mesa. Ele estava no fundo da sala, no canto direito e como a sala já estava cheia só me restou o fundo da sala no canto esquerdo.

O professor logo chegou e começou a aula. Nem me dei ao trabalho de me apresentar a ele com certeza ia me chamar de 'a menina que pulou um ano por causa das ótimas notas', então fiquei quieta fazendo minha lição. Já estava na metade da aula quando um papel caiu na minha mesa, li o remetente primeiro: Lucas.
Abri o papel pra ver o que estava escrito...

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Hei, gnt. Espero q estejam
gostando da história, pfv
deixem seu voto pq ajuda
bastante. E POR FAVOR COMENTEM OQ ESTÃO ACHANDO OU SENTINDO, o comentario é muito importante pra mim
Eu vou tentar postar uma vez
por semana, eu sei q um capítulo
eh pouco, mas a situação na escola
ta difícil kkkkk
Bjs obg.

PRETO E BRANCO • [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora