20 - A Festa - parte 1

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Faltam menos de duas horas para a festa começar e eu não faço ideia do que vestir. Ainda nem tomei banho e Lucas fica passando de toalha pela porta do meu quarto toda hora. Isso me deixa mais nervosa ainda.

Entro no banheiro e fico pensando no que vestir. Tenho consciência de que não posso ir com um vestido da gala, mas também não posso ir com um vestido simples demais. Na verdade, acho que não posso nem ir com vestido. Sempre vi na televisão que em festas assim só existem pessoas semi-bêbadas, bêbadas ou até desmaiadas de tanto álcool. Tenho certeza que não vou ficar a vontade, muito menos com um vestido.

Decido ir com uma calça jeans. Saio de banho de toalha e tomo o cuidado de olhar no corredor para ver se Lucas está por perto e então corro para o meu quarto\quarto dos meus pais. Antes de fechar a porta fecho as cortinas das janelas para impedir que os vizinho me vejam. Foi um dos piores erros que já tomei.

- O que é isso? - me viro rapidamente por causa do susto - Isso é uma tatuagem? - Lucas entra de repente no meu quarto e pergunta curioso e autoritário. Droga! Eu tentei esconder dele o máximo que pude, mas agora não tem como mentir.

- T-talvez! - gaguejo - O-olha, sai do meu quarto. Preciso me trocar.

- O que é? Me deixa ver!

- Se eu deixar você ver, você sai do meu quarto e deixa eu me trocar? - ele concorda. Me viro de costas e aperto a toalha contra o meu corpo para me certificar de que não vai cair.

- É uma coruja? - ele pergunta passando os dedos pelo desenho nas minhas costas, na altura do meu ombro onde está tatuado, isso me deixa arrepiada, mas eu ignoro e concordo - Por quê você fez essa tatuagem?

- Digamos que eu era bem radical até meus treze anos. - respondo envergonhada do meu passado.

- Eu sei - ele responde para a minha surpresa. Como assim? Como pode saber que eu era daquele jeito? Ele nem me conhecia menos de um mês atrás. Ou conhecia?

- O que? Como assim? - ele parece perceber o que acabou de dizer começa a ficar nervoso e isso quase me faz sorrir. Ele é muito fofo quando está nervoso e pensar nisso me deixa nervosa.

- Q-q-quero dizer, e-eu sei que...que...que a tatuagem tem mais de dois anos. Enfim...preciso me trocar. Sua tatuagem é legal e bonita - ele vai falando e andando de costas até a porta e quando chaga no corredor vai correndo para o seu quarto.

Mas eu nem disse que a tatuagem tinha mais de dois anos. Decido ignorar por um tempo enquanto me troco. Coloco a calça jeans e fico um tempo encarando o guarda-roupa me perguntando que camiseta usar. Por fim, coloco minha camiseta mais nova e leve e por cima coloco um cardigan muito bonitinho.

Meu cabelo é totalmente encaracolado, cheio de cachos. Se eu não prendê-lo parra dormir ou lotar de creme para ele não armar, meu cabelo vira um ninho de pássaros. Mas hoje decido perder meu tempo para tentar fazer chapinha ou uma escova.

Uma hora depois fico orgulhosa com o resultado, nunca tinha feito isso antes, mas achei legal, não pretendo ficar com meu cabelo liso, gosto do encaracolado. Mas às vezes é bom mudar. Ele continua chegando até as costas, mas deu uma boa alongada.

Lucas não para de me chamar, está impaciente lá embaixo e fica ameaçando me deixar para trás. Faço uma maquiagem rápida e simples (a única que sei fazer) e desço as escadas. Por um momento penso ver Lucas corar, mas deve ser reflexo de algumas luz ou coisa assim. Eu com certeza não seria o motivo.

- V-vamos? - ele parecia estar bravo, mas a raiva foi embora de repente.

- Não vai me elogiar? - brinco quando entramos no carro.

PRETO E BRANCO • [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora