34 - Tchau!

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- Mãe...me deixa explicar por favor.

- NAIARA O QUE VOCÊ FEZ COM A MINHA CASA? - ela grita me assustando - Onde está seu pai? - pergunta entredentes. Eu realmente nunca vi minha mãe assim, ela sempre foi muito calma comigo, com exsessão... daquele dia.

- Mãe, e-eu... - antes que eu possa dizer algo a porta da frente se abre mostrando um Lucas preocupado.

- Naiara? Está tudo bem? - quantas vezes ele me perguntou isso na ultima hora? A resposta é sempre não. Ele entra deixando a porta aberta para continuar de olho no Edu.

- Naiara, quem é ele? - minha mãe pergunta rispida e Lucas franze o cenho.

- M-mãe, esse é o Lucas Mendes. Ele que ficou morando comigo até agora.

- Ah então foram vocês dois que fizeram isso com a minha casa?

- Não, não foi. Foi o meu pai. - digo rapidamente.

- Como assim foi seu pai? Onde ele está agora? Eu fiquei ligando para ele o tempo todo durante a minha viajem e ele não atendeu. Ele não apareceu lá.

- Eu não sei onde meu pai está, mãe. Ele foi embora. Me abandonou aqui. Aproveitou que você foi viajar, encheu a cara e quebrou tudo aqui em casa.

- Você está mentindo... Não é possível.

- Por que eu mentiria?

- POR QUE É TUDO O QUE VOCÊ SABE FAZER! - ela continua gritando. Parece que está pensando que eu voltei a ser a velha Naiara. Meu Deus! Faz anos que não vejo minha mãe agir desse forma e gritar comigo com tanta decepção.

- Ela não está. - Lucas interompe. Eu contei tudo a ele há algum tempo. - Mostre o bilhete. - ele pede olhando em meus olhos enquanto minha mãe parece querer esganá-lo. Subo as escadas correndo para pegar o bilhete no meu quarto e ouço minha mãe gritar.

- E QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA SE INTROMETER ENTRE MINHA FILHA E EU?

- Niguém! - ele reponde com calma. - Mas sua filha não está mentido. Aquele cara chegou bêbado e drogado em casa e bateu nela. Ela foi para a escola com a marca de um tapa na cara, ficou fugindo dos amigos a semana toda para esconder a marca e a vergonha de ter um pai drogado. Ele levou todo o dinheiro que você tinha deixado para sei lá onde ele se meteu, e então, por causa disso, ela não pôde pagar a conta de luz. Ele estourou garrafas de bebida na parede e no sofá, quebrou sua parede e sua louça. Sua filha teve que arranjar um emprego em um bar nojento para tentar arrumar a merda que o seu marido deixou para trás. Então pare de gritar com ela, por que nada é culpa dela. - Ele está me defendo da doida da minha mãe. Eu amo esse menino e acho que deve ser uma má hora para pensar nisso, mas não consigo evitar. Pego o bilhete amassado na minha gaveta. Eu tinha jogado no lixo, mas por algum motivo eu peguei de volta. Entrego o bilhete para minha mãe que lê com raiva.

- Não acredito nisso... - ela diz, mas tenho certeza que acredita em mim. - Vamos embora! - ela diz por fim.

- O QUÊ? - Lucas e eu dizemos em uníssono.

- Vamos embora. - ela repete olhando para nos dois. - Sua mãe tem escola no exterior, não tem? - ela olha para Lucas e ele concorda. - Pois então. Essa casa está destruída, vou vender para o governo que vai destrurir tudo isso. - ela explica com desgosto.

- Não, não. Vocês não precisam ir embora. - Lucas se altera - Ela pode morar comigo até as coisas se resolverem. - minha mãe ri como se ele tivesse dito a coisa mais idiota do mundo.

- Está doido? Sua mãe já me deu um emprego e agora você quer que minha filha more de favor na sua casa? Claro que não! - por que eles estão falando sobre mim como se eu não estivesse aqui? Mas eu também não consigo dizer nada, minhas palavras não saem.

PRETO E BRANCO • [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora