29 - Surpresas!!

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P.O.V Naiara

Quando finalmente selamos o nosso beijo, nos afastamos lentamente e observo seu peito subir e descer pesadamente com sua respiração. Ele toma folego e diz:

- Eu não quero mais ficar longe de você, eu não quero mais tentar te afastar, eu não quero terminar meu plano, eu quero esquecer aquela merda de plano e ficar perto de você, todo dia, o dia todo. Eu não quero jogar nem atirar coisas em você, eu quero cuidar de você e não te machucar, eu quero te elogiar e não te xingar, quero te fazer sorrir e não te fazer chorar.

Fico chocada com a sua declaração e um sorriso se forma em meu rosto, um sorriso gigantesco, quase não cabe em meu rosto, sua expressão que antes estava séria e preocupada agora carrega um sorriso de alívio. Dou um beijo rápido em seus lábios e digo:

- Obrigada por dizer isso. Me ajudou muito a entender você. Eu sinto o mesmo e não quero mais esconder. - solto uma risada e ele sorri sem graça. Depois de alguns segundos em silêncio, nos levantamos do chão e vejo Lucas lutando para não entrar em panico e desmaiar outra vez. Depois de mais algum tempo em silêncio, ouvimos vozes no corredor, são duas senhoras.

- Quem trancou a nossa sala, Amélia? Eu deixei destrancada quando saí. - uma delas reclama tentando abrir a porta.

- Também não sei. Não fui eu. Deixa eu abrir. - escuto o molho de chaves balançando e pouco depois a porta se abre fazendo Amélia e a outra tia da limpeza gritarem.

- Graças a Deus. - Lucas exclama e, praticamente, corre para fora da salinha apertada. Pego nossas mochilas do chão e saio logo atrás e a luz sol chega a me incomodar por alguns segundos.

- Muito obrigada por nos tirar daqui. Estávamos presos há muito tempo, nos trancaram aqui. Foi uma pegadinha ou sei lá. Mas muito obrigada. Me desculpe qualquer inconveniente. Tchau. - tento explicar esperando que a tia não pense que nos trancamos aqui de propósito para a gente se pegar. Não que isso tenha acontecido, claro.

Volto para o lado de Lucas e saímos andando pelo corredor, ficando cada vez mais longe das tias da limpeza, que estão realmente sem entender nada. Jogo minha mochila do meu lado e sento em um banco perto da minha sala, onde eu deveria estar assistindo a aula, e fico encarando a porta esperando pela próxima aula.

- O que está fazendo? - Lucas para na minha frente do nada.

- Estou esperando pela próxima aula, já perdi uma hora inteirinha de aula com essa palhaçada, não vou perder outra. - tenho a impressão de ver um vislumbre de sorriso em seu rosto, mas ignoro.

- Palhaçada? Depois de todo esse sufoco você ainda quer estudar? - concordo com a cabeça.

- Nem fudendo. Vamos embora, estou exausto e com certeza você está também. Não quer enfrentar aquela menina de novo, né? - pensando bem, não estou com cabeça para brigar, ela vai vir perguntar como saí ou vai me irritar por eu ter ficado todo esse tempo lá.

- Tudo bem. - suspiro - Como vamos sair?

- Só me segue! - ele sorri e pega minha mão me puxando para perto dele. Não consigo ignorar o choque que percorre minha espinha quando ele me toca.

- Por que você está segurando a sua mochila e a minha também?

- Você vai ver. - ele segura minha mão direita com a sua direita e seu braço esquerdo ele passa por trás das minhas costas, segurando minha cintura como se eu pudesse cair.

PRETO E BRANCO • [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora