P.O.V: Naiara
No momento em que abro os olhos, os acontecidos de ontem voltam com tudo á minha mente. Não sei se começo a ficar preocupada ou feliz com o que aconteceu. Lucas finalmente foi gentil comigo, mas estava bêbado e me deu muito trabalho. Ele não sabe o que disse nem o que fez. É melhor eu levantar antes que ele acorde, talvez se assuste ao me ver aqui do seu lado. Levanto da cama e deixo escapar um pequeno sorriso ao me lembrar do quanto foi bom beijá-lo.
Mas logo esse sorriso desaparece e a dor de barriga vem até mim com a maior força. Meu sorriso dá lugar a uma expressão desesperada, corro para o banheiro e coloco tudo para fora, com certeza foi aquela gororoba horrorosa que salvei Lucas de tomar ontem. Pelo menos, isso está acontecendo comigo, com certeza seria muito pior se isso estivesse acontecendo com Lucas. Felizmente, paro de vomitar rapidamente e me levanto com a mesma rapidez para escovar os dentes.
Logo, quando levanto a cabeça, vejo Lucas parado na porta me encarando com uma expressão completamente preocupada, nunca tinha visto ele assim.
- Me desculpe! Eu não consigo me lembrar do que aconteceu muito bem, mas tenho uma vaga lembrança do que fez. Obrigado e...me desculpe mesmo. - ele se vira e caminha em direção ás escadas como se não quisesse mais me ver assim.
Pego minha escova de dentes e me viro para privada para vomitar uma última vez. Tenho certeza de que esse deu para ouvir do andar de baixo. E depois de passar um tempo vendo se vou vomitar de novo, fico feliz ao perceber que não e finalmente consigo escovar os dentes decentemente.
Troco de roupa e fico meio decepcionada ao perceber que vou tirar esse pijama tão confortável, depois que deitei com Lucas noite passada, eu ainda estava com a roupa da festa, então tive que acordar no meio da noite para colocar um pijama mais confortável, pelo jeito Lucas também.
Ando pelos corredores devagar, minha barriga está doendo muito, mas tenho certeza de que logo passará, como se eu já não estivesse acostumada com uma das piores dores abdominais do mundo: a cólica. Chego no topo da escada com dificuldade e começo a descer com uma dificuldade maior ainda, minha visão começa e escurecer e a escada parece ter um milhão de degraus. Sinto meu corpo mais pesado, então um impacto nas costas, logo depois, uma dor imensa. Então eu finalmente perco a consciência.
***
- Naiara! - sinto alguém me chacoalhando - Naiara, por favor, acorda. NAIARA!
- Meu Deus! O que aconteceu? - nossa, eu não consigo respirar direito.
- Naiara, o que está acontecendo? Você desmaiou no topo da escada e desceu rolando e inconsciente.
- Eu não sei o que está acontecendo...mas minha cabeça e minhas costas estão doendo demais. Será que você pode me ajudar a levantar? - Lucas me envolve com seus braços longos e me carrega como se eu não pudesse nem mover as pernas. Ele caminha depressa até a porta e a abre meio desajeitado - Lucas? Lucas, para onde você está me levando? Lucas! - ele me coloca no chão por um momento e abre a porta do carro me colocando com cuidado no banco, ele me coloca o cinto rapidamente e praticamente corre para o lado do motorista.
- Você está sentindo muita dor? - ele pergunta do nada ao arrancar com o carro, mas pouco depois ele para em um farol vermelho.
- Não... - minto. Eu demoro muito para responder e ele percebe que eu estou mentindo. Porque eu não sei mentir? Ele estica o braço e encosta a mão delicadamente na minha testa e desliza até a bochecha.
- Droga! - ele murmura e arranca com o carro de novo sem esperar o farol abrir. Acho que isso pode levar a uma multa. Coloco a mão na minha testa só para ter certeza de que o Lucas não está exagerando. Bom, não sei se ele está exagerando.
Pouco tempo depois ele estaciona de qualquer jeito em uma vaga qualquer do hospital, abro a porta e quando olho para cima, Lucas já está a minha espera com um moletom em mãos, ele sabia que eu estava começando a sentir frio apesar de estar fazendo calor hoje.
Visto seu casaco e logo Lucas me surpreende ao colocar o braço ao meu redor, como se eu pudesse sair correndo, mesmo querendo muito, não vou fazê-lo. Odeio hospitais, tenho péssimas lembranças. Sempre que eu vinha aqui, eu precisava estar no meu pior estado de saúde, meu pai evitava vir aqui também, então quando eu vinha, eu tomava soro até não aguentar mais, injetavam várias agulhas em mim, quase todas mesmo tempo, era horrível.
Quando finalmente entramos no prédio, minha cabeça começa a rodar e começo a sentir meus lábios tremerem, eu realmente estou morrendo de frio.
- Naiara, seus lábios estão roxos!! - é a última coisa que escuto antes de cair no chão inconsciente mais uma vez.
***
Acordo com uma luz forte na minha cara. Olho ao redor um pouco confusa e algum tempo depois percebo que estou deitada em uma maca, em um quarto do hospital com Lucas dormindo na poltrona ao meu lado. Pouco tempo depois, ouço uma batida de leve na porta e a mesma se abre, vejo uma enfermeira baixinha entrar com uma bandeja de comida.
- Oi! já acordou? Pensei que você fosse dormir mais um pouco.
- Que horas são? - pergunto com a voz um pouco rouca.
- São seis da tarde. - nossa! Acho que dormi demais - Bom, você precisa comer. Há quanto tempo você não come uma comida decente? Quero dizer, o milk-shake que te fez passar mal não conta.
- Como você sabe que tomei um milk-shake que me fez passar mal?
- Seu namorado nos contou o que aconteceu, em meio aos gritos. Ele estava um pouco alterado. Ele se recusou a sair da sala, ameaçamos chamar os seguranças e mesmo assim ele não saiu de perto de você, só cedeu quando realmente chamamos o segurança, e ainda exigiu que nós tomássemos muito cuidado com você enquanto saia. Depois dos exames ele voltou e dormiu do seu lado, então o deixamos aqui. Ele deve gostar muito de você e se sente muito culpado pelo o que aconteceu. - fico encarando a enfermeira com uma expressão horrorizada o tempo todo enquanto ela fala - Mas acho melhor eu parar de falar e deixar você comer.
- Obrigada, acho que não como algo decente há mais de 24 horas.
- Oh meu Deus! E como você consegue? - dou de ombros, não sei como eu consigo, mas acontece com mais frequência do que eu gostaria - De qualquer forma, se precisar de qualquer coisa é só apertar o botão vermelho do aparelho ao seu lado. - ela se vira delicadamente e sai me deixando sozinha como um prato cheio de comida e Lucas adormecido ao meu lado.
Só depois que eu termino de comer percebo que não contrariei a enfermeira quando ela disse que Lucas era meu namorado.
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Oi, povuu! Só vim aqui para IMPLORAR q vcs comentem.
Por favor, eu AMO LER COMENTÁRIOS
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Bjs.
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PRETO E BRANCO • [Em Revisão]
Teen Fiction[CONCLUIDA] Naiara é uma menina decidida e dedicada, ela não é nem um pouco influenciável, mas assim como qualquer outra pessoa, ela tem que enfrentar fantasmas de seu passado, alguns os quais ela nem tem conhecimento ainda. O que será que ela fez...