Capítulo Dois

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Capítulo Dois

No globo ocular, a íris comportava cores de um forte castanho presenteados com um leve, e às vezes, imperceptível tom escarlate que dava uma intensidade no olhar como na personalidade da princesa. Ele se refletia no líquido roxo-azulado que entrava em ebulição após alguns minutos em contato com as chamas. - Que cor magnifica - murmurou. Anna se aproxima do seu lado e com o mesmo gesto observa a poção preparada por Simon Vorins. No momento o qual a princesa ergue seu olhar, ela encontra os pequenos olhos amarronzados desproporcionais e inofensivos dele que, em seguida desvia o olhar evitando contato visual.

Simon Vorins era um dos apoticários do reino do Norte, más línguas referiam-se a ele como uma aberração. Todos sussurravam: ele tinha sangue nobre, talvez fosse um bastardo nunca assumido. Afinal fora abandonado numa simples cesta de vime em um dos corredores do castelo em meio a calada da noite durante a guerra Os Dias de Escuridão, quem assumira sua maternidade por um grande coração fora Rosa Stuart, apesar de não ser seu filho, ela o acolhera. Simon cresceu no castelo sempre isolado de todos por opção, sempre apresentou um vasto conhecimento e aprendizado fármaco, poderiam exclui-lo da sociedade, mas ninguém poderia negar que se tratava de um gênio.

Amélia pensou automaticamente que seu semblante de um animal acanhado havia melhorado desde sua volta. Por um pedido de sua falecida ama, a rainha bancou seus estudos em Wanderwell, nos vastos campos de ervas medicinais fazendo com que se especializasse em medicamentos no último ano. No ver da princesa, ele não parecia se importar com a opinião alheia, às vezes ria sozinho e sem motivo, Simon tinha um grau de dificuldade para se socializar com a corte de Skyblower, por suas atitudes estranhas e até mesmo ecolalias.

Ele não citava o assunto, nem demonstrava, todavia Amélia sabia que a morte da única pessoa que se importara com ele no castelo estava sendo doloroso.

- Esta poção criada por Simon é capaz de retardar os sintomas de um veneno em contato com o organismo. Caso o indivíduo tenha sido envenenado, ele terá minutos talvez horas antes que os sintomas apareçam - Emily revela.

- Isso é incrível - Amélia proferiu olhando para Simon que ainda evitava contato visual.

- Você não é muito de falar, não é mesmo? - Savannah comentou apoiada na parede de braços cruzados.

- Ele apenas é tímido - Anna disse amigavelmente. - Não é mesmo, Simon? - ela abre um sorriso e o fita, Simon semicerra os olhos e mostra um sorriso reservado acenando com a cabeça.

- Esse antídoto seria capaz de retardar o veneno de uma cobra, por exemplo? - Amélia pergunta pensando vagamente no bichinho de estimação que Drazhan por vezes carregava no pescoço. - Mesmo se ela não pareça ser só uma cobra?

- Qual espécie de cobra?

- Na verdade, eu não sei. Ela tem uma cabeça achatada, cor cobre, porém nunca vi uma espécie parecida.

- Talvez um tipo raro - Simon deduz, do chão ele desvia seu olhar para os livros dando uma clara visão para os cabelos espeço e lisos de cores intensas de castanho. - Talvez a poção aja somente por minutos. Eu poderia procurar algo a respeito.

- Eu agradeceria sua ajuda, Simon - ele não responde e segue em direção as estantes de livros.

- O que você está em mente para fazer agora? - Anna dirige-se a Amélia.

- Pretendia procurar Ari e Louis.

- Eu posso fazer isso para você - Savannah se oferece de fundo.

Savannah e Anna agora usavam vestidos decorados e acessórios da realeza, seus cabelos sempre estavam penteados e suas unhas sempre limpas, como das garotas da corte. Anna ficara contente com o título que a rainha havia lhes concedido, já Savannah não se demonstrava a vontade com os interesses de sua majestade.

Ceres - Agora o Inimigo é Outro [LIVRO 2 - COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora