Capítulo Vinte e Sete Parte I

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Capítulo Vinte e Sete Parte I

Ao ouvir a tenebrosa voz sussurrando seu nome, Amélia Norwood não pôde ignorar o arrepio de temor que rastejou do seu pé até sua cabeça. Ela chegara no Vale de Trinton, este que dera início a incontáveis lendas que no ouvido de todos chegaram, inclusive a do seu nascimento, a lenda do Sol e da Lua. Aquela cavidade rochosa natural de pedra lisa e brilhante tinha uma enorme entrada, sua abertura tinha um formato triangular erguido na vertical, e que fazia qualquer um dos oitos viajantes ter um tamanho insignificante perto dela, tendo da sua maior ponta seis metros de altura. Um lugar tão misterioso e tão temido, que possivelmente desejava que eles estivessem ali... A caverna sussurrara mesmo seu nome assim como em seu sonho? Mia fitou Thor, embasbacada, seria possível ele também estar ouvindo aquilo? Ele também estava sendo chamado assim como ela estava?

O seu olhar pasmo lhe indicava que sim.

– Bons companheiros, aqui estamos – Damyan anunciou, e sua calmaria fazia Amélia pensar que somente eles ouviam os sussurros. – Esta é a chance de decidir se vocês entrarão ou não.

– Não subiríamos nesta montanha e não lhe pagariam para decidir não entrar aqui – Savannah disse, impaciente.

– É tão vazio aqui... – Anna comentou, observando a solidão e a neve cair.

– Os selvagens ficam do outro lado da montanha – Boris rebateu.

Thor tirou quatro moedas de prata e entregou aos arqueiros.

– Boa viagem de volta a vocês – ele disse.

– Agradecemos príncipe, princesa. Fora um prazer viajar com vocês, com todos vocês – Damyan afirmou com um ar triste. – Espero que vocês encontrem o que procuram e possam sair sã e salvos dali.

– Obrigada Damyan. Boris – Amélia assentiu e assim eles deram meia volta em passos lentos e iniciaram a descida, até sumirem de suas vistas. Restando apenas eles seis.

– Se alguém não quiser ir, este é o momento para dizer. – Thor declarou. – Não creio que haverá saídas ao nosso alcance ao entrarmos. Ninguém é obrigado a continuar.

Amélia viu Elliot fitá-la, mostrando-lhe que sua resposta dependia dela. Savannah olhou Anna e Emily fixou seu olhar para o chão.

Amélia olhou Thor e em seguida a caverna. E ninguém disse nada.

– Então vamos – a princesa foi a primeira a iniciar a marcha. – Não temos tempo a perder.

Amélia Norwood seguiu sobre a neve até a única abertura da grande rocha, tentando ignorar o medo que lhe cercava de uma maneira tônica fazendo com que uma única hesitação, ele lhe dominasse. Um vento soprou e outra vez ela ouviu seu nome ser chamado.

Amélia...

Ela parou, olhando arfante para a entrada da caverna. E fitou seus companheiros, estariam eles ouvindo aquilo? Ela não sabia porque todos carregavam uma expressão de aflição desde que chegaram e aqueles traços preocupados poderiam ter mil e um motivos, mas ninguém se pronunciara. Mesmo com o frio na espinha, ela reuniu sua confiança e continuou seus passos ainda mais apressados até ser a primeira a chegar na boca da caverna e fitar aquela enorme imensidão escura da parte interior.

– Vamos precisar de luz, Emily você poderia arranjar isto?

A bruxa acenou com a cabeça e fitou Elliot, sua mula carregava os archotes recém comprados no vilarejo de cima da ALDA, Elliot foi até o animal e foi distribuindo um a um. Emily uniu suas mãos, respirando fundo e invocou a Deusa do Fogo que logo acendeu automaticamente todos os archotes.

Ceres - Agora o Inimigo é Outro [LIVRO 2 - COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora