Capítulo Dezesseis

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Capítulo Dezesseis

Os caminhos até o Vale Perdido, ou Vale de Trinton, eram demasiadamente traiçoeiros e fastidioso como dissera Lucky, e Savannah pôde notar isso apenas em quatro noites e cinco dias de caminhada em direção ao noroeste, era outono, mas a temperatura era mais alta que o previsto devido aos ventos quentes que sopravam do oeste. O solo era mais seco e árido assim como o ar, mas aquela não era a primeira vez que Savannah se aventurava por aquelas terras, ela lembrava-se perfeitamente da sua última estadia por ali com Anna no último outono em busca do Vale Perdido. Não estava admirada de que as duas não tivessem chego tão longe, com poucos mantimentos, vestimentas de longe não apropriadas, pouca comida... Fora uma viagem sem sentindo e quase um suicídio, tudo porque... porque Savannah Campbell acreditou que ela poderia encontrar quem era. Afinal, ela acreditou que o vale não existia depois de conhecer a lenda de Ceres, tudo lhe pareceu uma mera fantasia de seu subconsciente, mas então veio o encontro com Mia e a visão de Anna... Desde então, Savannah se sentia mais perdida do que antes, vivendo trancada num castelo vendo sua vida passar e sua jovem irmã criando raízes as quais ela não estava ligada.

– Atravessaremos o rio, então vocês precisam amarrar todos os pertences mais importantes ao corpo. Conheço um atalho onde podemos atravessá-lo sem muitos problemas...

– Porque não seguimos até o final do rio? Se já estamos a noroeste, este rio pode nos levar até o pé do vale. – Thor questionou Lucky que andava em liderança do grupo. – Talvez ganharemos um dia de caminhada, mas é mais seguro do que atravessar um rio com as constantes chuvas do outono, nos poupará de vestimentas encharcadas no frio.

– Eu conheço o caminho e eu digo que devemos atravessar o rio.

– Lucky, é outono, as chuvas são constantes e a maré deve estar alta, se alguém se ferir podemos perder ainda mais tempo.

– Então, aconselho que ninguém se fira e poderemos seguir com nossa viagem mais depressa – ele rebateu Mia, ela com cara feia, não discutiu.

Seguindo os passos de Lucky, eles chegaram à beira do rio. Savannah foi pega de surpresa quando se deparou com a distância de um lado ao outro contava com aproximadamente quarenta metros de distância, uma correnteza violenta que ia contra os pequenos rochedos trilhados de um lado ao outro. O barulho da água era turbulento.

– Não faça essa cara Savanninha – Lucky sussurrou atrás dela, lhe assustando. – O pior que pode acontecer é você se afogar.

– Obrigada pela informação incontestável.

– Não se preocupe – ele disse levantando as mangas da jaqueta. – O nível da água subiu, veja que as últimas árvores têm seus troncos parcialmente cobertos pela água, mas não são árvores aquáticas. Isso quer dizer que um terço deste caminho não é fundo. Os riscos de um afogamento só serão propensos no meio do rio, mas você sabe nadar, não sabe?

– Prefiro descansar um pouco antes de ir.

– Eu também acho que será uma boa ideia – Emily disse. – Faremos uma pausa antes da travessia.

– Como as damas desejarem. Descansaremos meia hora. Ari, poderá me ajudar a encontrar pedaços de madeira? – Ari anuiu.

– Acompanho vocês – Louis avisou.

– Também posso ajudar – Elliot se ofereceu.

– Eu também – Anna acompanhou.

– Ótimo, faremos uma caça ao tesouro – Lucky replicou, fingindo uma animação, logo se afastando com eles de volta para a mata.

Ceres - Agora o Inimigo é Outro [LIVRO 2 - COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora