Capítulo Sete Parte I

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Capítulo Sete - Parte I

– Estou devidamente honrado com seu chamado, minha princesa – a voz de Nicolas Kaufmann sobrevoou o ar do estábulo enquanto Amélia acariciava seu honrado alazão pendurada na cerca que separava os dois na baía, seus pelos eram escuros como ébano com uma incrível tonalidade avermelhada como vinho, tão macios de modo que ela tinha a impressão de roçar seus dedos sobre a superfície d'água. Amélia podia ficar por horas olhando seus incríveis olhos negros, pensar o que passava em sua mente que por fora parecia tão silenciosa.

Ela respirou fundo e desceu da cerca, seu olhar se direcionou para Nicolas que estava aprumado em meio ao corredor da estrebaria com as mãos atrás do torço, ela esfregou suas mãos se livrando dos pelos grossos e escuros do animal.

– Agradeço por ter vindo rápido – respondeu com um meio sorriso. – Eu lhe devia demonstrar meus agradecimentos por ter me ajudado no dia do evento dos militares.

Um sorriso se formou em seus lábios e seus olhos brilharam. – Eu apenas mostrei minha lealdade a você, querida princesa.

– E eu admiro isso, Nicolas – adianta ela. – Em meio tantos desconhecidos, é bom saber em quem eu posso confiar.

– Eu sempre estarei aos seus mandos, Amélia – ele se atreveu chamá-la pelo nome, porém ela não o reprendeu. Amélia sabia onde queria chegar e sabia que precisava dele para isso. – Eu fiquei aterrorizado em saber que Jan Xavier esteve tão próximo de você e poderia ter tido a chance de machucá-la.

– Agora eu estou segura – ela completou sem querer citar esse assunto que ainda lhe causava mal-estar. – Porém, eu sinto que precisarei dos seus serviços mais uma vez Nicolas. Você estaria disposto a me servi?

– Sem sombra de dúvidas, querida Amélia.

Do outro lado do castelo, Anna Campbell invadiu o quarto que ela e sua irmã foram hospedadas e pode soltar um espesso alívio surpreso quando seus olhos encontraram os cabelos lúbricos escuros como ébano. – Eu estive procurando por você – Anna expressou. Savannah, de pé ao lado da cama, parecia afobada ajeitando todos seus pertences dentro de um bornal velho e surrado. O dossel da cama de casal que elas dividiam segurava longas longos tecidos de seda de diáfana, estes separavam a imagem das duas. Anna se aproximou arfante. – Savannah, eu soube o que aconteceu com Jan Xavier, eu sinto muito.

– Eu não me importo – rebateu numa voz fria enquanto socava mais coisas dentro do bornal. Anna a encarou.

– O que está fazendo?

– Arrumado nossas coisas – o queixo dela caiu. – Nós vamos embora.

– O que?

– Embora, Anna. Jan Xavier não cometeu um suicídio, ele fora assassinado! Assassinado por ser um Caçador Espírita! E eu não tenho sombra de dúvidas que fora ao mando dos reis. Não podemos ficar aqui, vamos embora!

– Você me disse que não gostava dele – ela pronunciou ainda pasma e fez com que sua irmã lhe fitasse confusa. – Você me disse que não gostava de Jan Xavier.

– E eu não gostava. Ele era simpático comigo, mas isso não muda nada.

– Então, por que você quer ir embora?

– Pelos deuses, você me ouviu Anna? – Savannah empurrou seu bornal para cama. – Eu disse que assassinaram um homem inocente por ele seguir uma facção, somente para proteger a pele dos reis! Não podemos brincar com estas pessoas! Todos nós neste castelo somos peões de um jogo de xadrez e a cada vez que eles precisarem, matarão um por um para se proteger. Proteger a pele deles!

Ceres - Agora o Inimigo é Outro [LIVRO 2 - COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora