Capítulo Dezenove
Parte Dois
A Vida e a Morte de Nicholas CrawfordNa alvorada fria e límpida do final do inverno, Yavor Crawford havia tirado suas crianças de suas camas quentes contra a vontade delas. Ele carregava uma expressão séria, a qual não surpreendera os filhos, mas os deixara devidamente curiosos quando ordenou que se vestissem porque eles fariam uma cavalgada pelos arredores de Sharwood.
Ainda antes que a luz do sol se levantasse, os três partiram das muralhas em rumo as montanhas que cercavam o vale. O irmão mais novo notara as olheiras abaixo dos olhos de seu pai, ele não deixou de pensar – assim como seu irmão –, se ele não os tirou da cama tão cedo para um novo castigo devido a última briga de ambos ontem, que nos últimos tempos estavam cada vez mais repetitivas. Em meio a trilha cercada pela relva de um opaco verde molhado pelo orvalho, os animais trotavam. Ainda geava no final da estação do gelo, e por isso o barro do solo era demasiado escorregadio.
– Se estamos aqui é por culpa sua – o irmão mais velho sussurrou, trocando seu olhar entre seu pai que andava na frente em seu corcel e seu irmão mais novo que o observava há um longo tempo. – Ele pode estar zangado pelo vaso que você quebrou ontem!
– Você que começou com a briga! Se você não tivesse me provocado, nós não teríamos quebrado o vaso da mamãe!
Eles se ajeitaram sobre seus pôneis e tentaram manter o ritmo do corcel do rei que parecia ser demasiadamente grande em comparação aos pôneis dos filhos, que continuavam seu caminho pela floresta aproveitando o cantar dos pássaros na manhã.
Yavor Crawford era um homem conhecido por suas aventuras e sua bravura, havia conquistado muitas coisas para seu feudo e todos o consideravam um honrado senhor. Seu único arrependimento, como ele sempre repetia, fora ter criado uma família muito tarde junto de sua amada senhora Elena podendo criar apenas dois únicos filhos: Jared e Nicholas.
Logo após algum tempo de caminhada, os olhos cinzentos que se escondiam atrás dos grossos cílios do senhor de Sharwood se fixaram num ponto fixo em meio ao nascer do sol atrás das montanhas, um sorriso se formou em seus finos lábios e um suspiro vitorioso escapou de suas grandes narinas, porque como ele planejara em seu sonho, eles haviam chego na hora certa.
Ele puxou as rédeas de seu corcel e observou a ampla imensidão a sua frente.
– Uau – os garotos disseram em uníssono quando conseguiram alcançar seu pai no ponto mais alto da floresta, onde seus olhos eram privilegiados por uma incrível vista de um vale no nascer do sol.
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– Esses são os limites de nossas terras, minhas crianças. O Vale de Trinton. – Ele disse, orgulhoso.
– Por anos este lugar ainda é descrito como imaginário. Muitos tentaram, porém poucos descobriram. Aqui é um dos limites de nosso continente. De Reynes.
Os olhos deles admiravam tamanha beleza. Aquele há pouco tempo atrás havia sido um cenário de uma guerra sangrenta, porém hoje tudo que restara fora a natureza que formava grandes colinas e montanhas que eram recobertas pelo final do gelo que restava ao noroeste, o verde da primavera já começava a surgir de maneira discreta nas partes menos relevadas da serra.
– Olhe, quantas pedras! – o mais velho gritou impressionado apontando para um ponto especifico onde seus olhos pararam entre duas cordilheiras.
– Não são pedras Jared. São ossos. A primeira vez que eu estive aqui, eu era tão novo quanto vocês, minhas crianças. Contudo, o Vale de Trinton era habitado por um povo em especial, Kadagwis, um grupo de monges que abrigaram muitos refugiados da recente guerra como Os Dias de Escuridão.
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Ceres - Agora o Inimigo é Outro [LIVRO 2 - COMPLETO]
Mystery / ThrillerSEGUNDO LIVRO DA SÉRIE AS ADAGAS DE CERES Os muros cinzentos que cercavam o castelo retinham a cruel realidade fora de suas barreiras, e mesmo com a quantidade de problemas que a rodeavam, Mia pensava que aquele castelo era uma falsa miniatura de um...