Capítulo 4.

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Meu rosto estava ardendo devido aos tapas. Eu já tinha secado algumas lágrimas depois da Kate ter gritado: "engole o choro". Era de se esperar, Kate não gostou nada de Dylan ter vindo aqui. Kate me mandou subir para o meu quarto e não sair de lá por nada. Eu me sentia mal, mal por tentar dar o amor de filha à Kate e não receber o amor de mãe.

Eu sempre ficava no tédio, Kate não me deixava ter aparelhos eletrônicos. O mais perto que eu tinha de um aparelho eletrônico, era o rádio velho que havia no meu quarto. Para me distrair naquela sexta-feira à noite, eu peguei um livro e comecei a ler. Era um romance. Esses livros de romance me deixavam na vontade de me apaixonar. De amar alguém. De poder desejar um beijo com apenas um olhar. Eu abri a janela do meu quarto, olhei para a janela do Dylan que estava aberta e levava a pouca visão do quarto dele. As paredes eram azuis e dava para ver sua cama, que por sinal, estava uma bagunça. Parecia ser confortável, me imaginei deitada lá. Com ele.

- Está me procurando? - Dylan apareceu em sua janela, me fazendo assustar e me tirando dos pensamentos. Pensamentos que eu não deveria ter.

- Não... eu estava olhando como a sua cama é bagunçada.

- Se quiser arrumar pra mim, eu não irei reclamar. - Ri e balancei a cabeça em gesto negativo. - Então, vai fazer alguma coisa agora? Sair com o namorado? - Ele olhou para suas mãos.

- Eu não tenho namorado. - Ele me olhou e deu um sorriso de lado. - E não, não irei fazer nada.

- Não quer dar uma volta? Aqui mesmo pela vizinhança.

- É que... - Olhei para a porta do meu quarto com medo de Kate estar lá, mas não estava. - Eu não posso.

- É a segunda vez que você me evita, e nunca tem uma desculpa convincente. Qual é? Eu sou legal. Eu acho.

- Está bem, está bem. Mas tem que ser uma volta rápida. - Eu estava me arriscando, mas com certeza Kate nem ia sentir minha falta. Agora eu tinha que inventar uma desculpa para o Dylan, eu não podia sair pela porta da frente. - Dylan... a minha mãe me proibiu de sair hoje, tenho que ir escondido.

- Estou meio que te levando pro mal caminho. Certo. Eu vou pegar uma escada que tem aqui, coloco na sua janela e você desce. - Concordei e vi ele descendo. Ele colocou a escada e eu saí pela janela. - Você poderia ter vindo de saia. - Demorei pra entender a piadinha e revirei os olhos.

- Em que lugar nós vamos?

- O céu está lindo e estrelado. Poderíamos ir à um lugar alto e observar as estrelas. - Assenti

Fomos para um lugarzinho há 5 minutos dali, tinha uma grama verde e dava pra observar as estrelas muito bem. Nós nos deitamos na grama e ficamos olhando as estrelas.

- Eu amava observar as estrelas com o meu pai. - Dylan sorriu enquanto falou.

- Eu queria ter tido a chance de ter feito isso.

- Não conheceu o seu pai? - Ele ficou me olhando e eu continuei olhando as estrelas.

- Não. A minha mãe não tem fotos dele, e ela não gosta nem que eu toque no assunto. E o seu pai? - Olhei pra ele.

- Ele já morreu. Eu tinha 5 anos. Ele estava com o meu irmão mais velho, que na época tinha 8 anos. Três ladrões pararam eles e pediram o relógio que estava no pulso do meu pai. Era um presente da minha mãe. Ele não quis dar o relógio e mandou o meu irmão correr. Os dois foram acertados com vários tiros. E os ladrões não levaram o relógio. - Dylan colocou a mão em seu bolso e tirou um relógio de lá. Era um relógio muito bonito, de ouro, e estava com o vidro quebrado.

- Eu sinto muito, Dylan. - Vi uma lágrima descer no rosto de Dylan. Rapidamente limpei a lágrima dele.

- Está tudo bem. - Ele sorriu fraco.

Me sentei e abracei os meus joelhos. Dylan fez o mesmo.

- Samantha, eu... sei que eu te conheço há alguns dias. Mas eu queria que você soubesse que o seu olhar me deixa seguro. - Não pude evitar um sorriso.

- O seu olhar também me deixa segura, Dylan. - Senti ele se aproximando e acho que ele vai me beijar! Eu não sei fazer isso! Me afastei e ele me olhou com reprovação. - Dylan, é melhor não.

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Sem beijos. Por pouco tempo!

Até o próximo capítulo.

Psycho Love || Dylan O'BrienOnde histórias criam vida. Descubra agora