25 de março de 2016, San Diego.
Não consegui dormir durante toda a noite.
Os meus pais devem estar profundamente preocupados comigo. Tyra deve estar preocupada comigo. Já para não falar no Mason.
Quero sair daqui!
Mas como?
Essa de conversar com Joshua não vai durar para sempre. Eu não consigo obter nenhuma informação dele.
Tirei o diário de Beatrice.
Não havia mais páginas escritas.
Porque o diário dela está aqui?
A porta abriu-se e ele viu-me com o diário na mão.
"O que fazes com esse diário?" - Ele perguntou-me severo.
"Encontrei." - Falei, com medo.
"Hum..." - Pegou no diário e deu-me uma bofetada.
Não chorei e acho que ele admirou-se por isso.
Em pequena sempre levava bofetadas por causa da minha irmã Emily. Eu protegia-a e o meu pai batia-me. Acho que habituei-me à dor ou então perdi a sensibilidade.
"Eu ia dar-te o pequeno almoço, mas afinal, já não vou." - Sai.
Boa!
Agora nem vou comer!
Ele voltou desta vez com a mala dos acessórios.
"O que me vais fazer?" - Pergunto, receosa.
"Vou cortar-te a mão!"
"O quê?!" - Gritei.
"Para aprenderes a não procurares coisas aqui!" - Ele tira uma daquelas facas usadas na china.
Comecei a gritar.
Ele tentava agarrar-me e calar-me, mas continuei. Dei-lhe pontapés e continuava a gritar a plenos pulmões.
"Cala-te!" - Ele gritou, mas não obedeço.
A porta estava aberta.
Comecei a correr dali para fora.
Pelo caminho encontrei umas chaves. Levei o molhe de chaves comigo.
Vi uma porta entreaberta e dirigi-me á mesma. Olhei para trás e vi-o atrás de mim.
Abri a porta e fechei-a. Tranquei a mesma com a chave.
Felizmente as duas eram iguais.
Comecei a correr.
Isto é um lugar deserto. Não existem casas, carros ou pessoas. A quem vou pedir ajuda?
"Camilla!" - Ouço um grito.
Era ele.
Como ele escapou?
Corri mais depressa. As minhas pernas estão doendo. As minhas sabrinas mais um pouco rasgam-se.
Ele ainda não desistiu.
Um carro passou e eu gritei.
"Socorro!" - O carro parou mais há frente.
Corri até ao mesmo.
"Olá, Camilla." - O homem dentro do carro falou.
"Como sabe o meu nome?" - Afastei-me.
De repente, Joshua apanhou-me por trás.
"Larga-me! Deixa-me ir embora!" - Grito.
"Cala a boca!" - O homem que estava dentro do carro estava há minha frente e deu-me uma bofetada.
"O que querem? A minha cabeça é isso? Porque mataram todas as outras mulheres? Que mal elas vos fizeram? Parem de ser psicopatas!"
"Tu aqui não fazes perguntas!" - Joshua falou.
"Deixei-me ir!"
"Não posso deixar."
Fui colocada dentro da bagageira do carro.
Eu não acredito que vou voltar àquele sítio!
Ele vai matar-me!
"O que vais fazer com ela?" - Fico em silêncio para ouvi-los.
"Ela está a descobrir muita coisa." - Ouvi Joshua.
"Tu escolheste mal a rapariga! És um burro, tal como foste quando te apaixonaste pela Beatrice!"
"Não fales da Beatrice! Tu mataste-a! Mataste-a há minha frente!"
O quê?
"Olha parece que gostaste de ver eu a cortar-lhe toda aos pedaços! Adorei cortá-la! Era como manteiga!"
"Cala a boca! Não fales mais nela! Ela foi a única pessoa que me amou!"
"Cala-te tu! Olha o que estás a dizer? Amor não existe! Não existem mulheres perfeitas! Nem sei porque queres continuar com essa ideia de reviver a Beatrice. Ela morreu."
O carro parou.
Fui tirada do carro e levada para o quarto novamente.
Joshua entrou com a cadeira.
"Vais cortar-me aos pedaços?" - Perguntei, segurando as lágrimas.
"Não." - Suspira.
"Porque não me deixas ir? Porque estás a fazer comigo o mesmo que fizeram com a Beatrice?" - Desatei a chorar.
"Pára de chorar." - Ele pediu-me, mas sem gritar. "O teu choro parece o dela." - Olhei-lhe e ele estava com as mãos nos ouvidos e a balançar na cadeira.
"Eu não consigo. Tenho medo. Tu ias cortar-me a mão! Não sei como alguém alguma vez te amou!"
Ele saiu.
Chorei imenso.
Eu quero sair daqui!
Mais um capítulo para vocês!
Acham que Joshua vai matar a Camilla?
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71 Days Of Pain
Mystery / ThrillerCamilla Collins será uma das várias vítimas do temível Joshua Bolivian. Conhecido por gangsters e assassinos, este destaca-se pela tortura a que submete as suas vítimas no seu armazém, onde viveu toda a sua vida. Com uma infância perturbada e cheia...