16° Dia.

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7 de abril de 2016, San Diego.

Perguntei tantas coisas mas nenhuma resposta foi ouvida.

Fiquei acordada durante toda a noite, e mais ninguém falou.

Será que Joshua encontrou quem falou?

Desviei o livro para a outra almofada e levantei-me indo até à casa de banho.

Olhei-me ao espelho vendo as raízes do meu cabelo da minha cor natural. As mãos de Joshua estavam marcadas no meu pescoço que estava agora roxo.

Abri uma das várias gavetas presentes no lavatório e procurei um elástico. Invés de um elástico, encontrei um gancho.

Pensei logo como fazem nos filmes.

Caminhei até à porta do meu quarto e como não havia qualquer ruído eu decidi arriscar.

Tentei abrir a fechadura com o gancho. Levou tanto tempo, mas finalmente consegui.

Certifiquei-me que continuava tudo ainda em silêncio e abri a porta. Espreitei e não vi ninguém.

Andei devagar pois o chão estava a ranger. Olhei sempre para trás pois a qualquer momento, Joshua ou Richard poderiam aparecer.

Pensei em voltar atrás para fechar a porta, mas não o fiz. Deparei-me com o portão de ferro fechado. Olhei para todos os cantos procurando uma chave.

A minha única opção é pular pela janela e para isso terei de subir dois armários, o que vai ser muito difícil para mim pois tenho pavor a alturas.

Respirei fundo e tomei coragem, não tanta quanto precisava mas era a única que tinha para sair daqui.

Quando estava a subir para a mesa que dava para o primeiro armário, umas mãos grandes agarram-me por trás e apuxaram-me.

Gritei sempre. A pessoa não falou e voltei para o quarto.

Fui atirada para o chão.

"Com que então, eu a tentar tirar-te daqui e tu a tentares fugir?" - Era Joshua.

Virei a minha cabeça ligeiramente vendo a sua expressão de desaprovação.

Vou sofrer, novamente.

"Joshua, eu posso explicar." - Disse, tentando parecer calma.

"Ai podes? Então explica!" - Sentei-me no chão e vi-lhe de pé com os braços cruzados.

Comprimi os lábios e suspirei.

"Eu não estava a fugir."

"Não? Não, foi o que me pareceu."

"Eu não poderia deixar-te aqui, não é mesmo? Tu andas a ajudar-me e..." - Ele interrompeu.

"Não vale a pena estares a procurar desculpas, pois eu sei que tu estavas a tentar fugir, coisa que não conseguiste."

Não havia nada a negar.

Ele estava certo.

Como poderei fazer-lhe a cabeça? Ele é demasiado esperto e claro que as outras raparigas devem ter dito as mesmas coisas que eu.
"O que é aquilo?" - Vejo ele dirigir-se à cama e logo nas suas mãos estava o livro de Olivia.

71 Days Of PainOnde histórias criam vida. Descubra agora