Especial Joshua (68° Dia.)

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7 de outubro de 2035, Nova Iorque.

"Aquele filho da puta desligou!" - A mulher à minha frente olha para o chão assustada. "Passa-se algo?" - A mulher agarra-se a mim a chorar. "Camilla, não chores. Eu vou encontrar a nossa filha. Prometo-te." - Passo a mão no seu cabelo. "Eles nem sabem o que lhes vou fazer. Mas agora eu tenho de ir ao meu computador. Tens identificador de chamadas, certo?"

"No meu telemóvel?" - Assinto. "Sim!" - Bate na cabeça. "Que burra! Podemos localizá-los!"

"Exatamente!" - Abro o computador e rapidamente Camilla ligou o seu telemóvel ao mesmo. Depois de umas horas finalmente consegui a morada. "Consegui!" - Exclamo, vendo que a mulher grávida acabou por adormecer no sofá da minha sala. Suspirei.

Levantei-me indo cobri-la. Há qualquer coisa que me faz não ir para aquele sítio. De repente me lembro que não fizemos a transferência bancária para o idiota do raptor! Quando eu souber quem é o filho da puta que raptou a minha filha ele vai ter a pior tortura que alguma vez fiz às minhas vítimas.

Liguei para a secretária do homem para quem faço serviços de assassino profissional.

O telemóvel soou no ar. A mulher dormindo acordou depressa e eu atendi.

- Então não enviaram o dinheiro... Sabe o que vai acontecer à sua filha?

- Ouve lá, seu monte de merda, se tu fizeres alguma coisa à minha filha eu vou dar o pénis minúsculo que tens entre as pernas a ratos! Estás a ouvir?! - Grito.

- Mãe! Mãe! - Ouvi uma voz feminina. Melaine. - Cala a boca a essa cabra! Vou começar por cortar 2 dedos do pé dela. - Fecho as mãos com força, no formato de um punho. - Não! - Ouvi logo de seguida um choro contínuo e a minha raiva subiu.

- Tu vais arrepender-te!

- O dinheiro na minha conta! Tens uma hora! A seguir vou viola-la, tal como fizeste à mãe dela. Achas que ela gostaria de saber que o próprio pai violou a mãe e que ela foi fruto dessa mesma violação?! Pois é, Joshua! Eu sei de tudo. Aliás, todo o mundo soube naquela altura menos a Mel.

Dei um soco na mesa, ouvindo o computador cair no chão logo em seguida. Camilla ficou olhando para a minha mão.

"Ele desligou." - Entrego-lhe o telemóvel.

"Tens sangue nas mãos. É melhor colocares gelo aí."

"O que eu quero é acabar com aquele desgraçado! Ele nem sonha! Ele nem sonha!" - Tiro o sofá do seu lugar e viro-o ao contrário, tirando as armas que estavam coladas lá. Confirmo se ambas têm munições.

"O que pensas que vais fazer?! O melhor é eu ligar para a polícia! Eles poderão ajudar-nos."

"Até agora eles nos ajudaram, Camilla?!" - Ela abaixa a cabeça. "Acho que não! Portanto, deixa-me ser eu a acabar com isto já que tudo isto começou por minha culpa!"

"Não podes simplesmente ficar com a culpa toda..." - O telemóvel de Camilla volta a tocar e a mesma atende. "Sim?... Então, como estás? ... Não estou em casa... Depois falamos, sim?" - Desliga.

"Quem era?"

"Ninguém especial..." - Continuo olhando para a mulher corada. "Era a tua irmã."

"Podes explicar-me como ela está viva se a Elaine matou-a?!"

"Bem, pelo que ela me explicou, Elaine matou a empregada dela e ela fugiu." - Estaria a ouvir bem?

"E tu acreditas-te nisso?" - Afirma. "Pensava que já não fosses tão burra, Camilla! Isso é a desculpa mais parva que já ouvi! Há algo de muito estranho nesse retorno de Catherine! Ela deve estar envolvida no desaparecimento da nossa filha!"

"Ela não é como tu! Aprende a entender isso!" - A minha mão foi diretamente para o rosto de Camilla. Ela apontou-me a sua arma. "Achas que é assim?! Eu devia-te matar!"

"Tu tiraste-me do sério!" - Encaro o chão, arrependido. "Desculpa! E olha, ela não é o anjo que tu pensas que ela é."

"Olha quem fala! Tu andavas com a tua própria irmã! Fodeste com ela vezes sem conta!"

"Isso é ciúmes? É porque se é, deixa-me dizer que safaste muito melhor do que ela na cama."

"Pára com isso! Porque levas a conversa sempre para esse lado?! Não ias ser o herói?! Estás a fazer o quê aqui?! Vai encontrar a nossa filha e mata o filho da puta que a raptou!"

"Sempre às ordens, minha senhora." - Um tiro foi dado. "Mas tem calma!" - Respondo, irritado. "Primeiro quero localizar a última chamada que foi feita para o teu telemóvel."

Consegui as duas localizações. O filho da puta mudou de sítio.

"Adivinha só! A minha querida irmã, que é um anjo caído do céu, está no exato local que o filho da puta que tem a nossa filha! Então, ela não é como eu, pois não?" - Camilla pega no computador para verificar.

"Não posso acreditar! Ela não seria capaz disso!"

"Não, claro que não!" - Tiro o laptop das mãos da mulher. "Ela não é flor que se cheire! Ainda estou para saber como ela te enganou!"

"Ela me ajudou! Ela colocou-te na prisão..."

"Era isso que tu querias, não era? Que eu ainda lá estivesse. Nem vale a pena tentares responder pois eu sei exatamente a resposta esfarrapada que vais dar! Eu apenas queria que fosses sincera comigo, mais nada!"

"Quando ela foi lá à tua casa, a Melaine estava em casa?"

"A Melaine abriu a porta a ela. Foi muito antes do desaparecimento da nossa filha. Aonde queres chegar? Ainda achas que foi ela? Pode haver algum engano... Verifica novamente."

"Não há engano nenhum! Mentaliza-te disso! Ela está totalmente fodida comigo! Se a Elaine morreu daquela forma, ela sofrerá muito mais!"

Preparo tudo o que preciso para ir salvar a minha filha. Entretanto a secretária do homem para quem trabalho marcou um ponto de encontro com um homem que tem o que eu pedi. Sei bem o que sofri quando Elaine ordenou que Camilla corta-se aquilo que me caracterizava por homem. No meu caso ainda deu para fazer a cirurgia de reconstrução, mas no caso deles, desconfio muito.

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71 Days Of PainOnde histórias criam vida. Descubra agora