71 Days Of Pain

Especial Joshua (52º Dia.)

23 de junho de 2017, San Diego.

Acordo sentindo a minha filha a bater-me no braço. Vejo o quanto ela se mexe e sorrio para o pequeno ser ao meu lado. Sento-me na cama, ficando a apreciar toda a inocência que tenho ao meu lado.

Agarrada ao seu pequeno boneco, levei-a para fazer a higiene pessoal, visto que a babysitter só lhe dá banho à noite. Mudo-lhe a fralda e a sua roupa.

Hoje a babysitter está de folga, pois precisava de ir ao médico. Aproveito para hoje estar apenas com ela. Só eu e Mel. A minha adorável Mel.

Preparo o biberão, enquanto ela fica no Moisés. Encaro os seus olhos e logo me lembro de Camilla. Quem diria que me iria apaixonar pela mãe dela. Por uma vítima minha, que já devia estar morta há tanto tempo.

Camilla tem razão, eu tenho receio de matar Elaine, não só porque ela é minha irmã, mas também porque já fomos muito íntimos.

Mas nenhum amor se compara ao amor que cresce todos os dias pela minha filha. Quem diria que alguém como eu ia ser pai? É inacreditável!

Eu que sempre matei e torturei mulheres, tenho uma mulherzinha. E ao pensar que pode haver mais alguém por aí tão doentio como eu era, assusta-me. Assusta-me imenso e assombra-me todas as noites.

Quero estar ao lado dela para protegê-la. Para defendê-la de qualquer pessoa que tente alguma coisa com ela, mas receio não estar cá para isso, para quando ela mais precisar de mim. Por isso, eu quero que Camilla guarde umas coisas de mim para ela. Quero que pelo menos ela tenha uma foto minha e uma carta que já escrevi.

Depois de Melaine comer, abro o computador e vejo se a tal fotógrafa já me respondeu. Ao ver a sua resposta positiva, corro com a bebé ao colo para o quarto. Visto-a depressa e visto-me também. A fotógrafa deve estar mesmo a chegar.