6 de junho de 2016, Nova Iorque.
|Tribunal de Nova Iorque|
Hoje é a primeira audiência do julgamento do Joshua. Durante um mês eu não fui chamada para ir à polícia nem soube de nada. Por mais que quisesse falar com Catherine a mesma não me atendia. Depois cai em mim. Ela não pode falar comigo, senão é como se ela estivesse sendo influenciada por mim, o que não é o caso, mas o advogado de Joshua podia usar isso contra mim.
"Camilla, já estás pronta?" - O meu pai gritou e eu corro até à porta da rua onde ele e a minha mãe já estavam à minha espera. "Não podemos chegar atrasados."
Passei um mês, estudando o que devo e não dizer no tribunal. A minha advogada dispensou muito tempo mostrando-me as nossas chances de vencer esta causa. Ela pediu-me para ser realista e não foi nada otimista da sua parte. Provavelmente, pois ela já esteve a par de outros casos em que as provas não provavam o suficiente e o culpado ficava livre para cometer outros homicídios, outros sofrimentos. Apesar de não saber se vou ou não ganhar o caso, apenas estou concentrando-me neste momento, em o que tenho de dizer no tribunal.
Quando o carro parou em frente ao tribunal de Nova Iorque, o meu coração acelerou ferozmente. Parecia que ia sair-me pela boca a qualquer momento. Fiquei hesitante, mas depois sai e andei diretamente para o que devia ser feito.
Entrei na sala, sentei-me ao lado de Megan, minha advogada e já algumas pessoas estavam noutra sala para depor e umas estavam sentadas na plateia. O júri logo depois entrou e acompanhado por ele veio o advogado de Joshua e o psicopata. Estava vestido formalmente, de fato completo azul escuro brilhoso. O seu olhar encontrou o meu e logo desviei o meu. Catherine entrou e todos nós nos levantamos. Quando ela deu permissão, voltamos aos nossos lugares.
"Vamos dar início ao julgamento. A defesa alega que Joshua Bolivian é culpado por 55 homicídios e tentativa de homicídio e rapto de Camilla Collins." - Leu e olhou-nos. "Iremos primeiro ver as provas."
Um polícia entrou e sentou-se no local onde são questionadas as testemunhas. Um bloco foi entregue a Catherine e a mesma olhou-o, arregalando os olhos pouco depois.
O polícia fez o juramento e a juíza começou por falar.
"Senhor David Blue, de acordo com os papéis que me deu, visualizo que não foram apenas 55 vítimas." - Todos na sala começaram a falar. "Ordem na sala!" - Ordenou e voltou-se para o policia que aguardava uma pergunta da meritíssima. "Tenho aqui provas e fotografias de 200 vítimas." - Olhei para Megan que estava tão surpresa quanto eu. "Aonde foram encontrados estes cadáveres?"
"55 cadáveres foram encontrados no armazém que foi casa de Joshua, no quintal. O resto foi encontrado por trás da empresa do senhor Cole, cujo era cúmplice de Joshua."
"Nessas vítimas, estavam algumas que desapareceram durante os últimos anos?"
"Todas. Quase todas raparigas. Havia apenas um homem, meritíssima, Mike que era namorado da última vítima de Joshua, Olivia."
O polícia saiu a mando da juíza. O seu olhar caiu sobre Joshua, seu irmão.
"Joshua Bolivian, o que tem a dizer sobre os cadáveres encontrados?"
"Nada. Não fui eu quem os matou." - O olhar de Cat encheu-se de raiva assim como o meu, porém ela não deixou que ele ficasse assim.
"No armazém em San Diego, ainda existem umas câmeras, já velhas, algumas já não trabalhavam, porém no último quarto que Camilla esteve, a câmara funcionava perfeitamente." - Vi Joshua engolir em seco. Era óbvio no seu rosto que ele não sabia da existência dessas câmaras escondidas. Certamente, tinham sido postas quando eles ainda lá moravam com os pais. "Vamos ver as gravações." - Gravações do primeiro dia que fui para aquele quarto não apareceram, mas sim as outras em que ele me batia, violava-me e chicoteava-me.
O júri estava realmente pasmado com a quantidade de provas que haviam. E ainda faltava as testemunhas. A minha advogada mantém ainda em segredo se Cole irá testemunhar ou não. Quero acreditar que sim, porém não sei.
"Vamos dar início às testemunhas. Cristine Bolivian Wilson, pode entrar." - Aquele nome era-me familiar. Quando a tia do Joshua entrou olhei de imediato para Megan que encarava os seus papéis com a maior seriedade do mundo. Ela não me contou que a tia de Joshua vinha testemunhar.
Depois do juramento, Catherine começou a questionar a tia.
"Cristine Wilson, é tia de Joshua Bolivian?"
"Sim."
"Sabia que Joshua matava, raptava e maltratava mulheres?"
"Não, e sinceramente não acredito nisso. Ele sempre foi um rapaz meigo, carinhoso e nunca fez-me mal, ou ao meu filho. Ele nunca demonstrou ser assim."
"Os psicopatas como ele não revelam o que são!" - Falei, levantando-me.
"Meritíssima peço imensa desculpa, pela minha cliente." - Megan logo falou logo, antes que pudesse falar o que quer que fosse e fez-me sentar.
"Mostraremos então a gravação novamente." - A gravação de à pouco passou de novo no ecrã e Cristine estava apavorada. "Então, mudou de opinião ou continua com a mesma?"
"Nunca pensei que alguma vez na minha vida, tivesse na minha casa um assassino. Realmente qualquer pessoa pode ser um psicopata e às vezes estão mais perto de nós do que pensamos."
"Obrigada." - Cat falou e a tia saiu. "A próxima audiência será no dia 10 deste mês." - Megan olhou-me e eu revirei os olhos.
Já sei que vou levar com sermão por ter falado no tribunal, ainda por cima num momento como aquele, porém não aguentei. Tinha de falar!
Acabamos por sair e entrei no carros dos meus pais. Megan não chegou a falar comigo pois a babysitter que cuida da filha dela ligou. Não percebi bem o motivo, mas foi algo de grave.
"Achas que vais ganhar o caso, filha?" - O meu pai fala.
"Eu não sei... Amanhã preciso de ir à consulta, podes levar-me?" - Ele assentiu sorrindo.
Novamente a irmã de Joshua que desapareceu voltou à minha mente. Alguma coisa me diz que ela está mais perto do que eu possa pensar.
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71 Days Of Pain
Mystery / ThrillerCamilla Collins será uma das várias vítimas do temível Joshua Bolivian. Conhecido por gangsters e assassinos, este destaca-se pela tortura a que submete as suas vítimas no seu armazém, onde viveu toda a sua vida. Com uma infância perturbada e cheia...