18° Dia.

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9 de abril de 2016, San Diego.

Joshua estava conduzindo desde que saímos da pensão.

Continuo em silêncio, olhando para longe vendo o sol nascer, anunciando um novo dia.

A minha roupa está ensanguentada.

Não acredito que aquele psicopata deu um tiro na dona da pensão onde estávamos.

Do que ele é capaz, afinal? Cada vez mais, ele me surpreende pela negativa - como é óbvio.

"Vais continuar calada?" - O homem ao meu lado falou.

Ignorei o que ele tinha dito.

"Camilla, estás assim só porque eu matei aquela mulher?" - Assinto. "Eu devia ter-te feito sofrer, ontem. Tu pediste-lhe ajuda!" - Grita as últimas palavras.

"Quando me vais deixar ir?" - Perguntei, olhando para a estrada vazia à nossa frente.

"Nunca." - Ele falou aquilo com tanta convicção e certeza que até todo o meu corpo arrepiou-se.

"Vamos parar em algum lado?" - Murmurei.

"Vamos arranjar outra pensão." - Abanei a cabeça e voltei aos meus pensamentos.

(...)

Sentei-me na cama, enquanto o homem de cabelo preto e loiro colocava algumas bolsas dentro do quarto.

"Vou tomar banho." - Falei e ele logo me seguiu. "Vens comigo?!" - Olhei-o e ele encolheu os ombros, sem dar importância ao que eu acabara de dizer.

Entrei na casa de banho e ele fechou a porta.

Olhei para todos os cantos e tentei respirar fundo até ao fim.

"Não ias tomar banho?" - Senti a sua respiração no meu pescoço e estremeci.

"Tu... estás aqui..." - Gaguejei.

"Não interessa." - Sussurou-me. "Em breve, vamos ser marido e mulher e como tal, iremos ver-nos nus no banho."

"O quê?!" - Virei-me para o homem que me olhava um pouco chateado. "Eu não me vou casar contigo!" - Gritei.

"Isso é o que vamos ver!"

"Não vamos ver coisíssima nenhuma! Eu não caso contigo!"

"Camilla, estou a perder a paciência." - Passou a mão no cabelo.

"Tu deves ter sido abandonado pelos teus pais e amigos, por isso começaste a sequestrar mulheres para teres companhia. Magoar-nos é a melhor coisa que sabes fazer! Se eu fosse tua mãe, abandonava-te imediatamente! Ninguém merece ter um lixo como filho!" - Senti uma forte pancada no rosto, fazendo-me andar alguns passos para trás.

"Tu vais aprender a comportar-te!" - Agarra-me no braço, abrindo a porta e puxando-me para a cama.

"Tu és um lixo!" - Gritei. "Psicopata!"

"Já que sou um psicopata, vou agir como tal." - Deu um sorriso malicioso.

Ele começou a amarrar-me com uma corda à cama.

71 Days Of PainOnde histórias criam vida. Descubra agora