Alfonso saiu tranquilo para os aposentos de Anahí, ao ganhar o corredor viu Maitê se despedir de Ruth, fingiu não ver, iria ver Anahí primeiro, iria contar a ela que não existia mais motivos para chorar, sua pequena estava em seus braços, sorriu com isso, as vezes se sentia culpado por estar feliz por isso, mas ao pensar no inicio da briga, Dulce poderia estar com a filha viva se não estivesse feito o que fez, isso era um alento para sua alegria. Assim que passou pela porta encontrou Anahí ninando Vitória, a menina já havia mamado e dormia tranquila nos braços de uma Anahí chorosa, os olhos e nariz vermelhos na pele branquinha denunciava o sofrimento.
Anahí: Dulce mandou que a buscasse? - perguntou sem tirar os olhos da menina.
Alfonso: Você gostaria de ficar com ela não é mesmo? - questionou fechando a porta, queria privacidade para ter esse momento de alegria, sem que ninguém na casa escutasse, chegava a hora de dar alento ao coração de uma mãe desesperada.
Anahí: Ela a renegou outra vez? - olhou para Alfonso com uma esperança que fez Alfonso gemer de dor, Anahí já havia se apegado a própria filha sem notar, se aproximou e tirou a menina dos braços da mulher, Anahí fez cara de choro ao sentir o calorzinho se afastar, se abraçou na tentativa de suprir aquela falta enquanto Alfonso colocava a bebê no cesto.
Alfonso: Eu preciso conversar com você - sentou-se ao lado dela, à pegou pela - Quando você e a Dulce entraram em trabalho de parto... eu pedi ao doutor que não deixasse que você se fosse - Anahí deitou a cabeça no ombro dele, Alfonso passou o braço pelas costas em um carinho gentil.
Anahí: Por que você me ama - disse fungando, olhando a bebê no cesto dormindo tão tranquila.
Alfonso: Sim - sorriu - Por que eu amo demais, como eu viveria sem você? - Anahí o beijou no rosto - Ele levou tudo como eu pedi, quando ele percebeu que poderia acontecer algo mais grave ele... bem decidiu fazer o seu parto primeiro - Anahí o olhou sem entender o porque ele contava aquilo - Quando a nossa filha nasceu, você tinha desmaiado por isso não lembra de nada, mas por isso o braço dela ficou preso - Anahí começou a chorar imaginando que talvez isso pudesse ter causado a morte da bebê.
Anahí: Eu fui culpada né? Se eu estivesse me mantido forte, acordada ela estaria viva - se culpou, a dor vinha do fundo do peito.
Alfonso: Não meu anjo, não pense assim... escuta - a segurou pelo rosto a fazendo encarar - Annie a nossa filha apenas deslocou o ombro - sorriu na esperança dela se tocar, mas Anahí estava sentida, se sentia culpada - Annie você escutou o que eu disse? - tentou mais uma vez, ela assentiu e voltou a deitar a cabeça no ombro dele.
Anahí: Eu queria tanto .... queria tanto que a Vitória estivesse viva - disparou secando as lágrimas. Alfonso sorriu ao escutar o nome que ela daria.
Alfonso: Annie ... eu estou tentando contar exatamente isso - Anahí o encarou sem entender - O doutor deixou a nossa filha com uma enfermeira e foi fazer o parto da Dulce, a coisa se complicou e a bebê dela nasceu fraca, mas a nossa estava bem, ela tem o mesmo sinal que eu - contou sorrindo todo bobo, completamente orgulhoso pela filha carregar o mesmo sinal. Anahí ficou zonza, como assim tem? A menina estava morta. - Annie ... - os dois se olharam e Alfonso sorriu, Anahí olhava dentro dos olhos dele buscando respostas, em sua mente surgiu a imagem da filha chorando ao nascer e a escuridão na sequencia, surgiu os a mãozinha imóvel no cesto, os olhos arregalados da menina dentro da agua, o azul dos seus próprios olhos. Duas lágrimas pesadas saíram de seus olhos, não podia ser. Alfonso assentiu ao perceber as lágrimas, ao perceber que ela havia chegado a conclusão que ele queria. Anahí saltou da cama com uma presa nunca vista antes, foi ao cesto, as mãos tremulas puxava com medo a manta da menina, a perninha descoberta, o medo lhe barrou antes de virar a perna da criança, Alfonso se levantou passou um braço pela cintura dela, segurou a mão de Anahí a levando até a perna da filha, a virando com cuidado e a constatação. Um soluço grosso saiu do peito, o choro cheio de alegria e alivio saiu, Alfonso a segurava a deixando por para fora toda a angustia que tinha no peito.
Anahí: Ela ... ela é minha? - perguntava, procurava desesperada por mais uma confirmação, Alfonso assentiu chorando com ela - Minha... minha filha?
Alfonso: Sua filha, nossa filha - a beijou na testa. Anahí chorava e sorriu, um sentimento lhe invadindo, uma alegria tão grande que chegava a cega-la, a imagem da filha estava borrada, as lágrimas a impedia de ver como queria - Não a quer? - perguntou sabendo que era isso que ela queria.
Anahí: Estou .... estou tremendo - confessou com um sorriso nos lábios e muitas lagrimas no rosto, Alfonso sorriu com a alegria dela.
Alfonso: Senta aqui - a colocou sentada, Anahí não conseguia tirar os olhos do cesto, sorria boba, sua filha estava viva. Alfonso surgiu com um copo de agua que ela mal conseguia segurar, ele a ajudou a tomar, deixou o copo de lado e tirou a filha do cesto colocando de volta nos braços da mãe.
Anahí: Vitória? - chamou com a voz embargada - A mam.... a mamãe esta aqui - a voz mal saia, o abraço carinhoso fez Alfonso se emocionar - Meu.... meu bebê.... a mamãe nunca vai te deixar - beijou a menina que abriu os olhos, interessada em quem a acordou. Alfonso abriu a boca ao notar os olhos.
Alfonso: Ela tem... ela tem os seus olhos - soltou todo bobo, sempre sonhou com uma menina com os olhos de Anahí - ela sorriu alegre, voltando a chorar, não conseguia se controlar, era a mais pura felicidade. Alfonso a abraçou e os dois ficaram ali olhando a menina. Vitoria olhou os pais com curiosidade, bocejou e voltou a fechar os olhos, estava confortável nos braços da mãe embora Anahí não conseguisse parar de tremer. Minutos depois ela estava mais calma, mesmo assim não deixou a menina um só minuto.
Anahí: Dulce já sabe? - perguntou preocupada, não entregaria sua filha por nada desse mundo.
Alfonso: Sabe - suspirou - Contei a ela antes de vir aqui falar com você - explicou.
Anahí: Mas como? - Se virou para o marido assustada - Como a Vitória parou no cesto ao lado dela? - questionou fazendo Alfonso lembrar-se que ainda havia uma coisa a resolver, precisava descobrir como isso aconteceu, a enfermeira garantiu que a menina não havia saído do lado de Anahí, então como houve a troca?
Alfonso: Eu ainda não sei ... mas veremos. Fique aqui com ela, eu preciso resolver algumas coisas, mandarei Nina ficar com você - selou os lábios da esposa.
Anahí: Alfonso? - ele se virou antes mesmo de chegar a porta - Eu não queria que sua mãe chegasse perto dela - pediu agoniada, preocupada com a reação dele. Alfonso voltou ate ela.
Alfonso: Minha mãe vai embora hoje, isso se já não foi, apenas Maitê ficará conosco, não se preocupe meu anjo, ninguém fará mal ao nosso bebê - a beijou seguidas vezes e Anahí sorriu, era tão bom a ver feliz daquela forma.
Alfonso saiu apressado, ao chegar ao grande salão havia uma fila de empregados, Maitê olhou para o irmão como quem dizendo, missão cumprida.
Alfonso: Nina vai ficar com Anahí - ordenou e a moça se apressou.
Anelise: Eu posso me retirar Conde? Preciso estar com a senhorinha Dulce, ela está sozinha - tentou, mas Alfonso trancou o maxilar, Anelise seria capaz sim de fazer a troca.
Alfonso: Maitê por favor fique com Dulce - solicitou e Maitê saiu em direção aos aposentos da cunhada. - Eu quero saber quem estava nos aposentos onde ocorreu o parto das minhas esposas ontem a noite - a voz firme fez muitos dos empregados tremer. - Houve uma grave falha e se eu não descobrir quem a fez, todos aqui serão dispensados, deverão deixar a minha casa nesse minuto, portanto estou esperando - sentou-se tranquilo encarando os empregados.
Mila: Mas senhor.... de que falta devemos lhe por a par? - questionou sem entender.
Alfonso: Quero saber quem entrou nos aposentos depois que o doutor e as enfermeiras saíram, quero nomes e agora - disparou serio. Mila forçou a mente, mas nada vinha, lembrou-se que Anelise quis entrar, mas Eulália não permitiu, por fim lembrou-se de Ruth. E agora falava ou não? Precisava ficar, não tinha para onde ir, não havia dinheiro, não havia como sobreviver fora dali, mas acusar a mãe do Conde poderia lhe levar a rua também, isso se não fosse castigada antes.
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SOBRE TENTAÇÃO
RomanceJosias era de família humilde que mal conseguiam sobreviver com o que recebiam quanto mais pagar um dote tão alto quando o exigido para ter a mulher de seus sonhos. Anahí estava completamente apaixonada por Josias, mas a impossibilidade de tê-lo ao...