Dulce foi bem cuidada por Anelise que lhe aplicava compressas quentes nas marcas deixadas por Alfonso, haviam muitos delas, mas uma em especial deixava Dulce irada, a que estava ao lado do olho esquerdo, uma grossa faixa vermelha com um corte profundo, era doloroso de ver.
Dulce: Ela me paga ... ai - resmungou ao sentir Anelise encostar no local - Aquela vadia contou a ele, claro da forma dela.
Anelise: Acha mesmo que ela contou? - estava admirada, não era possível que Anahí tinha tanta coragem. O plano parecia tão perfeito como pode dar tão errado?
Dulce: Eu preciso me acalmar, preciso me redimir e me aproximar de meu marido, ela não poderá engravidar dele assim tão fácil, eu preciso lhe dar esse herdeiro antes - considerou arfando. Anelise estava longe pensava em como poderia mudar aquela situação, como mudar a favor dela, Dulce era apenas uma ferramenta e pela forma que as coisas aconteceram naquela noite, uma ferramenta velha e quase sem utilidade.
Anahí e Alfonso entraram no grande salão de braços dados, lindos em suas roupas elegantes, os olhos de todos os homens do salão eram dela, algumas esposas se demonstravam abaladas pela cena. Alfonso por outro lado estava orgulhoso, sua esposa era linda, graciosa e meiga, tudo que um homem daquela época queria, claro que Alfonso a conhecia melhor e sabia que Anahí tinha uma pitada de rebeldia também, mas isso os demais não precisavam saber, assim como não precisavam saber o quão era boa na cama, o tamanho do fogo que lhe causava todas as noites que lhe tocava.
Alfonso: Estão todos a olhando - comentou em um sussurro. Anahí levantou a cabeça olhando ao redor e constatando o que o marido acabava de dizer, era constrangedor a forma como alguns homens a olhava.
Anahí: E tu não se importas? - questionou estranhando.
Alfonso: Claro que me importo, tu es minha. Mas deixem que olhem - deu com os ombros. Anahí sorriu com a atitude.
Anahí: Mas olhe até que tem alguns que são afeiçoados - brincou e Alfonso fechou a cara não gostando do comentário, lhe causando risos, esses que mais uma vez chamou atenção. - Desculpe, mas seu semblante foi muito engraçado - considerou ainda rindo.
Alfonso: Não brinque com isso - soltou serio e ela se calou, Alfonso era extremamente orgulhoso, se uma de suas mulheres lhe traísse, se ele virasse piada, não restaria pedra sobre pedra da pobre. - Eu lhe amo muito, mas nunca me engane - pediu ainda serio e ela assentiu parando a frente dele.
Anahí: Amor - Alfonso a olhou - Nunca faria isso com você... me dói lhe dividir, mesmo sabendo que eu sou a segunda, mas me dói ainda mais se eu souber que tu se deitaria com uma amasiada ou uma viúva, até mesmo uma mulher da vida - considerou e ele sorriu. Alfonso levou os dedos ao rosto dela, deslizou com carinho a sentindo.
Alfonso: Lhe jurei não jurei? - ela assentiu abaixando a cabeça - Então por que disso agora? - Anahí respirou fundo como que tomando coragem para continuar.
Anahí: Porque não gosto de Anelise naquela casa, não gosto da forma como ela faz Dulce estar contra mim, parece que ela terá você outra vez e isso eu não suportaria - os olhos marejados fugiram dos dele. Alfonso ergueu seu rosto para que ela o olhasse nos olhos.
Alfonso: Enquanto eu a tiver não me deitarei com nenhuma mulher da vida, com nenhuma amasiada, mas Dulce também é minha esposa e me terá em algumas noites - Anahí assentiu se controlando para não chorar - Mas anjo - ela voltou a olha-lo - Eu amo apenas a ti - confessou a fazendo rir - Dulce pode estar em minha cama, mas em meu coração é apenas tu - Anahí o abraçou, era a coisa mais linda que poderia escutar na vida. Por anos escutou dizer que os homens casados com mais de uma mulher nunca diria a suas esposas que as amava, mesmo assim sentindo.
A noite estava do jeito que Anahí gostava, o salão de festas repleto de casais dançando e um Alfonso carinhoso que lhe fazia todas as vontades, ou seja, não saia do meio do salão de danças com ela. As risadas e olhares do casal era o assunto da festa. Um leilão aconteceria naquela noite e a pausa para as danças se fez para tristeza de Anahí. A mesa reservada ao casal novamente tinha convidados e novamente aquela viúva que Anahí tanto detestava, além dela havia um rapaz, os olhos lhe chamou atenção de uma clara cor que pareciam até transparente.
Anahí: Conde o que há com os olhos dele? - questionou sussurrando impressionada enquanto se aproximavam da mesa.
Alfonso: Não sei, não o conheço - O casal se acomodou e a mão de Anahí buscou a do marido, mesmo sentada ela queria o sentir, Alfonso jamais a negaria, lhe prendeu os dedos ao dela por debaixo da mesa e assim ficaram.
Rita: Então hoje é o dia da segunda senhora? - sorriu por perceber que Anahí não gostava de ser chamada assim - A primeira me pareceu mais recatada, embora o Conde lhe demonstrasse o mesmo afeto - considerou alfinetando.
Alfonso: Honro meus casamentos, mas acredito nunca será igual, cada uma delas tem sua própria personalidade, gosto de coisas distintas em cada uma delas - Anahí franziu a testa, como assim gostava de algo em Dulce, o ciúme lhe consumia, tirou a mão da dele. Alfonso estranhou a atitude, mas nada disse.
Rita: Imagino.... sabe que nos últimos bailes fiquei cismada - olhou para Anahí que tinha os braços cruzados e uma cara nada boa. Alfonso sentia a mudança e procurava saber o que havia acontecido para tal mudança - Eu imaginava que a conhecia de algum lugar - sorriu e Anahí franziu a testa - Mas não era você.... Conheceu uma moça chamava Hiana? - Anahí sentiu vergonha, a irmã que havia causado a morte do pai e fugido com o forasteiro.
Alfonso: Hiana é uma perdida, que não honrou o sangue de sua família, não o contrário - disparou em defesa da esposa, Anahí o encarou agradecida. Rita se calou sem graça. A pista de dança estava novamente liberada e Alfonso ao perceber o desconforto da esposa se virou a ela - Vamos dançar? - questionou piscando o olho. Anahí assentiu forçando um sorriso. Os primeiros passos foram em silêncio, Anahí se manteve distante - Posso saber o que há? - questionou a olhando.
Anahí: O que gosta em Dulce que não gosta em mim? - questionou direta e Alfonso estranhou, não estava entendendo.
Alfonso: Não estou entendendo? - queria muito que ela esclarecesse de onde saiu aquilo, Alfonso procurou mentalmente algo em Anahí que não lhe agradasse e não achou então como ela poderia pensar em algo assim.
Anahí: Você disse que gosta de coisas em Dulce que não gosta em mim - disparou sentida.
Alfonso: Quando foi que eu disse isso? - realmente queria saber, havia horas em que Alfonso chegava perto de enlouquecer com aquela mulher.
Anahí: Agora vai dizer que não disse? - estava irritada e decepcionada com ele, o olhar dela dizia isso e estava o deixando desesperado - Lá na mesa quando aquela vaca disse aquelas coisas - explodiu o deixando sozinho e caminhando em direção a saída da festa, Alfonso a seguiu sem entender.
Alfonso: Anahí - a segurou pelo braço - Olha para mim - pediu se irritando, quando ela se virou havia lágrimas em seu rosto. Alfonso respirou fundo - Eu não disse isso, o que eu quis dizer é que gostava de vocês por motivos diferentes ... Anahí por Deus hoje mesmo eu lhe disse que a amo, que apenas você - esperou e ela o olhou em duvida - Quer ir para casa? - perguntou em suspiros, Anahí assentiu e ele sabia que realmente estava mal ou não iria querer ir para casa. No caminho para casa o silêncio era maior que tudo, mesmo assim Alfonso procurou sua mão entrelaçando os dedos e Anahí não sabia o que estava sentindo, mas gostava dessa proximidade.
Os dias começaram a passar Anahí já se sentia outra vez confiante graças a Alfonso que lhe dava muito carinho, Dulce esteve se humilhando e ele acabou por perdoa-la, ainda não havia decidido nada a respeito de Josias e Mila, os dois trabalhavam bem e ele tinha uma Anahí viva outra vez embora evitasse a todo custo o jardim o que ele achava ótimo. As marcas de Dulce estavam fracas quase desaparecidas e ela tentava estabelecer uma amizade com Anahí conforme Alfonso havia imposto. As noites foram dividas as segundas e quartas eram de Anahí, as quintas e sábados de Dulce, mas o que Dulce desconhecia é que Alfonso meio que fugia as vezes de sua cama direto para a cama de Anahí, apenas para dormir abraçado e se sentir menos culpado.
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SOBRE TENTAÇÃO
RomansaJosias era de família humilde que mal conseguiam sobreviver com o que recebiam quanto mais pagar um dote tão alto quando o exigido para ter a mulher de seus sonhos. Anahí estava completamente apaixonada por Josias, mas a impossibilidade de tê-lo ao...