O mensageiro

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Tudo parecia tranquilo, um mês mais e Dulce estava de volta a casa, os cuidados haviam aumentado, Nina tentou sugerir a Alfonso sobre o possível envenenamento, mas ele não acreditou e ela acabou parando pela metade sem coragem de prosseguir. Eulália acreditava que Anelise não iria tentar novamente, era cedo e levantaria suspeitas, dê fato estava certa, uma coisa que Anelise definitivamente não era é burra, cada passo que dava era pensado nas consequências, não poderia correr o risco de Alfonso se livrar dela. Anahí resolveu agir, mas não sabia como, mas por fim passou a observar como a outra jogava, adotaria o mesmo método. Como Anelise estava em pausa com esse jogo, ela também não tinha o que fazer.

Era domingo, o sol estava caindo, as flores lindas como sempre ficavam na primavera, Anahí estava satisfeita com sua vida, era tranquila naquele momento, o marido era só atenção, a casa estava em paz.

Dulce tentava se manter o mais quieta possível, a barriga agora de quatro meses já aparecia e ela estava muito satisfeita com isso, era a primeira vez que passava do terceiro mês já era motivo para comemorar. Os primeiros dias ver Alfonso passar todas as noites para o quarto de Anahí foi terrível, mas com o passar do tempo se acostumou e agora já não ligava, a verdade é que poderia viver com isso, não se importava mais, depois de muito avaliar achava até bom, afinal no final das contas não o amava mesmo. Tendo o filho, sendo mãe, realizando o maior de seus sonhos o deixaria para ela sem problemas. Saiu do quarto e caminhou até o jardim, Anahí estava ali sentada acariciando a barriga já aparente, sentou-se ao lado dela em silêncio, ambas olhando a paisagem.

Dulce: Está lindo não? - puxou conversa, Anahí a olhou estranhando.

Anahí: Bastante... eu gosto de ficar aqui olhando, parece que me deixa em paz - relatou querendo ser gentil, era a primeira vez que as duas conversavam sem segundas intenções. - Você está melhor? - a encarrou, embora já houvesse passado um tempo ela queria ter perguntado antes, então a pergunta saiu um tanto natural de sua boca, sendo confortável para Dulce que assentiu sem graça.

Dulce: Foi um susto e tanto... pensei que perderia meu bebê outra vez - considerou e Anahí assentiu, só de pensar em como seria se perdesse o seu sentiu pena da outra.

Anahí: Olha Dulce... eu queria que soubesse que não tenho nada contra ti - disparou enquanto as duas se olhavam - Eu nunca desejei seu mal e fiquei preocupada - completou. Dulce olhou nos olhos de Anahí encontrando sinceridade.

Dulce: Obrigada - agradeceu e voltou a encostar para olhar a paisagem. As duas já estavam ali por alguns minutos quando viram ao longe, na pequena estrada um mensageiro se aproximar - Mensageiro - apontou e Anahí apertou os olhos para ver melhor, era estranho um mensageiro naquela hora, Anahí se ergueu e foi até a porta do grande salão.

Anahí: Eulália - a moça veio apressada - Avise ao Conde que um mensageiro se aproxima - Eulália correu, sabia que a vinda de um mensageiro aquela hora poderia se significar algo importante, mensageiros só apareciam pela manha bem cedo a fim de recolher e deixar correspondências. Alfonso logo se juntou as duas e fitou o mensageiro que andava apressado, assim que chegou se anunciou ao Conde que o levou ao escritório, as duas estavam que não se aguentava de curiosidade. - será que é algo do trabalho? - questionou a Dulce que deu com os ombros.

Alfonso deixou o escritório um pouco abalado, Anahí não sabia se deveria se aproximar, mas não foi necessário, assim que o mensageiro os deixou o Conde reuniu todos no grande salão.

Alfonso: Teremos visitas nos próximos dias, creio que minha irmã ficará conosco por um tempo - sua expressão não era de alegria e sim dor, algo errado, muito errado, Anahí podia sentir. Dulce sorriu com a notícia, gostava de estar rodeada de famíliares e embora nem mesmo tinha conhecimento de uma cunhada gostou da ideia.

SOBRE TENTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora