Capítulo 04 - Parte III

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MASALOM

   O sono recai sobre mim e eu permito que me leve.

   Acordo com um frio dos infernos por conta do ar condicionado além da baixa temperatura causada pelo inverno e, estar nu, não ajuda em nada. Cubro-me com outro cobertor que estava bem dobrado ao meu lado e, então, ao ver a perfeição daquele lençol, lembro-me da minha boneca. Quando me viro para seu lado, vejo que está vazio.

   Olho ao redor procurando-a e a encontro no mesmo lugar que deixei antes de dormir.

   Realmente aflito, me sento num pulo. Se na cama está fazendo esse frio congelante, imagine no chão. Essa louca vai ter uma hipotermia, além de um belo resfriado se não levantar dali.

    Desenrolo-me dos lençóis e, quando ponho meus pés descalços no chão, me assusto com o que sinto. É como se pisasse em gelo, além do ar frio que rapidamente envolve meu corpo, deixando-o arrepiado.

    Levanto totalmente e caminho a passos decididos até ela.

    — O que diabos pensa que está fazendo aí?  — rosno furioso com aquela birra infantil e irresponsável.

   Ela não me responde, mas eu sei que está acordada porque ninguém consegue dormir com seu corpo inteiro tremendo e seus dentes batendo naquela proporção.

   — Estou falando com você, caramba. — berro exaltado, mas nada acontece. Não há nenhuma reação da sua parte.

   — Preocupado, me agaicho ao seu lado e tiro os cabelos do seu rosto. Ao ver sua expressão, me assusto.

   Minha boneca tem os olhos vidrados e estes piscam apenas quando necessário, além de ter um círculo em volta deles. Seus dentes fazem atrito uns nos outros e sua pele facial, que era branca, está roxa.

    Ligeiramente, passo os braços por suas pernas e o outro por seus ombros levantando seu corpo trêmulo e molenga.

    Praticamente corro até o banheiro com ela nos braços e ligo a água quente colocando-a com roupa e tudo ali embaixo ainda no meu colo.

    A temperatura da água está escaldante, mas seu corpo ainda está gelado. Para meu alívio, os dentes batem moderadamente agora. Saio do box e afasto os cosméticos colocando-a sentada na bancada para ter os braços livres e poder tirar sua roupa.

Puxo a saia, com dificuldade, e tiro também a sua calcinha. Com cuidado, abro a blusa e tiro-a juntamente com o sutiã. Ela fica nua na minha frente, mas não reclama.

  Sequei-a rapidamente com a toalha e fiz o mesmo processo comigo. Volto a pegá-la nos meus braços e a levo pra cama deitando-a ali e lhe cobrindo. Pego meu celular. Ando apressado e desligo o ar. Vou até Savanah e me deito ao seu lado, trazendo seu corpo para meu peito. Subo e desço uma das mãos por seu braço para aquecê-la. Ligo para o Salan.

   — Aconteceu alguma coisa, chefe? —  pergunta sonolento.

    — Não, quer dizer, preciso que traga um chá bem quente até meu quarto. Fora isso, nada demais. — me apresso em dizer.

   — Claro, mas por que não desceu para buscar? Digo isso porque sei que não gosta de depender de ninguém e... — se enrola todo.

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