Capítulo 06

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MASALOM

Controlar minha vida nunca foi uma opção. Nunca pude fazer o que desejava e nunca tive o poder pra escolher o que viria a seguir, mas havia uma única coisa que prezava e que achava estar sobre meu controle absoluto, entretanto, para meu desespero, não estava.

Eu poderia segurar o peso do mundo se isso protegesse aqueles que amo. Poderia atravessar um deserto ou simplesmente dar minha vida para não ter que presenciar o que presenciei hoje. Ver meu irmão quebrar diante de mim foi esmagador. Horlom era a minha salvação toda vez que voltava do inferno, o garotinho que fazia piadas tornou-se hoje, no início da tarde um homem sem vida, o homem que hoje cedo brincava como um moleque implicante com a Sarah, ruiu diante dos meus olhos. E eu que jurei protegê-lo o que fiz? Nada!

A culpa do meu irmão estar ferido e em estado de choque é dele. Foi ele quem o quebrou, mesmo quase morrendo, aquele velho infeliz a quem eu odeio com todo o meu ser, o destruiu, assim como fez comigo um dia. Ver Horlom que a essa hora já deve estar no palácio é tudo que penso enquanto o carro desliza em direção ao palácio.

Após o ocorrido, Salan lembrou-me que tinha que ir buscar a Savanah na loja da Sandra. Ao ver minha relutância, me prometeu cuidar do meu irmão, porém mesmo que eu saiba, por experiência própria, que ele é capaz e, até melhor que eu para cuidar de Horlom, quero estar com meu irmão.

Recordo já na frente do hall de entrada do palácio, de avisar à Savanah para jantar com a Sarah e que fosse para o quarto em seguida. Dei-lha um boa noite e saltei do carro louco para ver meu irmão.

Estava ofegante quando alcançei meu objetivo.

Tomo algumas respirações antes de entrar no quarto e, quando o faço, Horlom é a primeira coisa que visualizo, ele está com o ombro direito enfaixado e no momento dorme tranquilamente. Caminho até a cama onde repousa e sento observando-o. Talvez ainda não acreditasse que ele tenha se jogado na minha frente e tomado um tiro que a mim era destinado. Nem sabia que ele estava ali. Na verdade ele não sabia que estaria. Segundo um dos meus homens, ele disse que hoje cedo ao invés de ir ensaiar com sua banda, nosso maldito pai ligou e lhe mandou para aquela missão da máfia.

A verdade é que também busco explicações até agora para a invasão da Bravta. Houve um confronto, no entanto, parecia que a real intenção de todos era me matar e, se não fosse Horlom, teriam conseguido, uma vez que eu e os meus homens fomos pegos desprevenidos.

Minha divagação vai para o espaço com o barulho que Salan faz ao adentrar o quarto.

- Davi o examinou e disse que em pouco mais de uma semana ele estará novinho em folha. - me informa ao sentar na poltrona ao lado da cama.

- Fisicamente sim, mas psicologicamente eu não tenho tanta certeza. - olho para o rosto sereno do meu irmão. - Matar uma pessoa pela primeira vez é uma experiência inesquecivelmente terrível. E pra ele que considera a vida como uma preciosidade então.

- Talvez ele seja mais forte do que pensamos.

- Ele não é Salan, ele não é. - suspiro. - Porém ele é teimoso, cabeça dura e, agora que nos viu em ação, não vai mais largar do meu pé.

Ele acente enquanto diz:

- Nisso você tem razão.

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