Capítulo 08

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MASALOM

Cruzei os corredores até o último salão onde está acontecendo a recepção para o anúncio formal do meu noivado. Do topo da escadaria que leva até o lugar, tinha uma visão privilegiada das pessoas e da decoração sabiamente distribuída pelos empregados sob coordenação da minha irmã. O mais impressionante é que foi em tempo recorde.

Havia mesas redondas nas duas laterais deixando um corredor livre formado por luminárias segundo a Sarah para evitar tumulto mesas bem colocadas, prontas para o jantar que será servido em breve pelos inúmeros garçons. A imprensa agitada está bem próxima à escada.

De repente um anúncio da minha presença ecoa pelos salões.

- Senhores e senhoras deem boa noite ao nosso príncipe!

Quase reviro os olhos. Só não faço porque, a esta altura, deve haver centenas de câmeras focadas em mim. Além disso, eu quase, digo quase, me acostumei a esse monte de frescura.

A passos confiantes, desço os degraus sendo aplaudido. Assim que alcanço o salão, sou encurralado por uma enxurrada de flashes e perguntas vindas de todos os lados.

- Alteza, qual o motivo este evento de última hora? - questiona um repórter.

- Alteza, as suposições dos jornais têm fundamento? Estamos mesmo em guerra? - pergunta uma moça de olhos claros.

Os seguranças fazem uma barreira de proteção diante de mim, porém isso não impede das indagações continuarem a vir.

- Príncipe, por que fechar as fronteiras? - questiona um homem de meia idade em inglês.

- Alteza, saíram fotos suas ao lado de duas mulheres esta madrugada. Algo a declarar? - pergunta um jovem em português.

- Alteza.... - falam vários outros deles. Eu perco a conta das indagações a mim dirigidas.

Querendo acabar com o tumulto, ergo uma das mãos e o silêncio reverbera pelo cômodo. Assim é bem melhor.

- Entendo que precisem de respostas para todas essas indagações, mas, se vocês me permitirem, irei dar atenção a cada uma delas, contanto que falem um por vez. O motivo para ter requisitado a presença de todos, não tem relação nenhuma com as questões administrativas do reino ou fofocas publicadas em jornais e revistas. Entretanto, não me oponho a...

- Oooooh! - todos exclamam observando algo atrás de mim.

Os homens parecem ver um pedaço de bife suculento, aqueles de dar água na boca e você ficar louco pra provar. Já as mulheres admiram com devoção, como se apreciasse uma deusa que elas reverenciam. O fato é que eles todos parecem que perderam a capacidade de raciocinar.

Extremamente curioso para saber o real sentido dessa reação pouco comum, giro nos calcanhares e sinto meu queixo cair diante do brilho que cintila da minha boneca. Porra. Que. Perfeição! O vestido reflete todo o seu corpo, além de moldá-lo lindamente. Há também luvas brancas em suas mãos que vão até os cotovelos e que, junto às mangas do vestido, cobrem seus braços. Em seu rosto um batom vermelho escuro quase preto, em sua cabeça um véu extremamente bem colocado e o melhor de tudo, sua beleza natural. Aquela que me fez querê-la desde o primeiro instante que a vi.

Porém ela está incrívelmente pálida - quer dizer mais pálida do que de costume - e parece que vai desmaiar a qualquer momento.

Preocupado, desvio a minha atenção de sua beleza e foco em ir ajudá-la.

Rapidamente, subo as escadas. Os meus olhos nunca deixando os dela durante o percurso. Vejo o alívio dela quando me vê ao seu lado. Ofereço-lhe meu braço pra ela colocar o seu. Olhamo-nos hipnotizados.

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