Primavera Sem Rumo (Livro 1) - Completo

Capítulo 12 - Andrew Harper

Pub perto da república: 21/03/2015, Sexta-feira, 9:58 a.m.

Como disse, fazer amizades rápido era a minha maior especialidade. Estava conversando com os meus colegas de quarto, Eric Lopez e Johann Mynssen, em um pub que era bem perto da república. E, claro, também estávamos tomando cerveja casualmente numa sexta-feira — era a última sexta que seria normal, pois essa segunda já começariam as aulas da faculdade. Por coincidência, Eric fazia o mesmo curso que eu e estava no mesmo período também. Não era como se eu fosse ficar estudando com um colega de quarto para as provas só porque ele estava no mesmo quarto que eu, até porque não precisava disso. Era só ficar atento na aula enquanto o professor explicava e fazer umas anotações básicas para me lembrar depois porque nas provas eu enrolava o mundo respondendo, mas acabava tirando uma nota consideravelmente boa. Dizendo coisas que faria sentido para mim e para a maioria dos professores já bastava. Muito felizmente tinha uma memória extremamente boa e uma capacidade de interligar as coisas fora do normal, porque eu nunca que iria ficar gastando meu tempo para ficar estudando horas e horas à toa como a maioria faz. Não estou julgando nem nada do tipo, somente achava que estudar demais acabava prejudicando as notas mais ainda, pois muitos estudavam para gravar e não aprendiam nada. E também me dava muita dor de cabeça se passasse horas estudando.

— Sério? — perguntei retoricamente rindo do que o Eric acabara de falar. — Isso não pode ser verdade!

— Infelizmente, é! Assim, não sou muito de ficar com qualquer uma, muito menos uma mulher esquisita ou simplesmente desleixada — sabia que não era bem assim, pois quando tivemos vontade de transar ela só passava mesmo quando conseguíamos o que tanto queríamos ou por outra solução que nós mesmos teríamos que pôr em prática. — Ela era tão bonita que esse único defeito nunca passaria pela minha cabeça! Pois é, tinha que acontecer aquilo logo comigo! — choramingou gesticulando enquanto falava para nós dois. Johann também ria descontroladamente.

Era nessas horas que a gente tinha certeza de que a sorte estava do nosso lado e que um anjo nos protegia. Eric estava contando de uma vez em que ele estava em uma balada e conheceu uma garota muito gostosa na qual se interessou e bonita também, apesar de que naquela hora ele só conseguiu pensar em como o corpo escultural e malhado daquela mulher ficaria por cima dele. Ele disse que a convidou para ir à outro lugar onde pudessem ficar a sós. Deram aqueles amassos um no outro, mas bem na hora em que ele pedira para ela fazer sexo oral nele... CABUM!, a dentadura de apenas um dente da mulher saiu da sua boca e ficou bem no seu membro íntimo. Bem no movimento de vai e vem com a boca. Bem no momento em que ele já estava quase chegando aos céus para dar um "olá" a Deus de tanto prazer... isso aconteceu. Obviamente ele broxou na hora e a mulher, que não tinha mais de vinte e cinco anos, ficara com a cara no chão de tanta vergonha.

— Nossa, não sabe como estou agradecendo por isso nunca ter acontecido comigo, cara! Estou com pena é da garota que passou por esse vexame — comecei a rir de novo junto com Johann que só sabia rir. — Desculpa, cara, mas é que é bem engraçado ouvir isso, sabe? — desculpei-me pois a sua expressão dizia que não estava gostando das nossas reações exageradas. Entretanto, se parar para pensar, o que ele nos contou merecia reações ainda mais exageradas porque era realmente muito engraçado pensar naquela cena.

— Sim, dá pra imaginar, apesar de não achar graça alguma já que foi comigo que isso aconteceu e não com outra pessoa.

Eric tinha muitas histórias vividas que podia nos contar. Ele mesmo disse. Nunca deixou de se privar por nada porque, para ele, a experiência de uma vida valia muito, apesar de que ele levava Direito muito à sério também. Às vezes, ele me lembrava o meu pai e, certamente, não gostava desse lado dele, mas era tão engraçado quando queria ser que isso ficava, algumas vezes, para trás.