Capítulo 32 - Andrew Harper

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Semana passada completou um mês desde que entrei para a Crossed Lives. Não era um motivo especial que precisasse urgentemente de uma celebração, pelo menos para mim, mas os caras da banda disseram que devíamos comemorar mesmo assim. Estava marcado um show em um "pub universitário" que era bastante frequentado pelos estudantes maiores de idade. Desse modo, eles decidiram que esse seria o suporte da nossa comemoração. Não que eu me importasse com esse tipo de coisa, porém, gostei deles insistirem em celebrar a minha presença como um integrante oficial. Isso queria dizer que estavam felizes por fazer parte disso tudo com eles.

Se o meu destino estivesse programado e a felicidade fosse a base principal que teria que alcançar, podia dizer francamente que eu jamais tinha sido tão feliz em toda a minha vida. Definitivamente. Há quem diga que a felicidade encontrava-se nas demasiadas coisas simples. Para mim, a felicidade era quando realizávamos algo que, na infância, almejávamos tanto. Essa realização podia ser até mais gratificante, porque as crianças eram ingênuas a ponto de desejar coisas simples, como brincar na areia da praia com seus amigos. Não se comprava um desejo infantil apenas com algumas cédulas. Na verdade, a felicidade nunca esteve à venda. Existiam bens materiais que nos satisfaziam, porém, isso não queria dizer que tinha uma grande chance de encontrar a felicidade neles. Podiam até encontrar, mas provavelmente não duraria tanto quanto queríamos que durasse.

Participar de um grupo, ou melhor, de uma banda, sempre foi um desejo meu quando era criança. Sempre acreditei que iria encontrar a banda certa que traria mais diversão para a minha vida patética. Era isso que procurava sempre que pensava em entrar para alguma banda quando era adolescente. No entanto, eu não queria entrar para algum grupo desse apenas para fazer sucesso, apesar de que tive com as meninas, naquela época. Queria somente achar a felicidade que pensava que encontraria se fizesse algo que realmente gostasse. E, foi, não vou mentir dizendo que não gostei de fazer parte de cada um daqueles grupos, porém ainda não era o que procurava. Sentia que faltava algo. Não era algo da minha cabeça. Relativamente não era, nem se quisesse. E... agora, neste exato momento em que estava fazendo alguns ajustes na guitarra, que Connor me pedira, sentia que era exatamente essa banda que faltava na minha vida. Era essa relação que nós quatro tínhamos que fazia a diferença. Que ocupava o vazio que sentia dentro da minha alma, na minha vida.

Sinceramente, não sabia que a sensação de estar praticamente completo, seria inefavelmente boa.

O show que faremos daqui a dez minutos, era em um pub universitário que, por sinal, não era muito espaçoso. Não sabia dizer a quantidade de pessoas que caberia neste espaço, sabia apenas que uma grande quantidade de estudantes haviam comprado o ingresso e que muito provavelmente este lugar lotaria de uma tal maneira que podia ser bastante difícil para andar ou simplesmente se mexer.

Não que eu estivesse preocupado, porque eles sabiam no que estavam se metendo. Porém, ficaria extremamente grato se as pessoas conseguissem se divertir e esquecer um pouco da chatice que a faculdade podia ser. Se toda troca de suor, devido ao tumulto, não interferisse na diversão deles e os deixasse suficientemente alheios ao mundo ao seu redor e animados, já seria uma imensurável conquista. Além de que a banda ficaria famosa. Não que não estivesse ainda, até porque se este lugar lotaria, queria dizer que estávamos, ao menos, caminhando pela estrada certa.

Quando terminei de ajustar a guitarra, olhei para frente e percebi que os seguranças haviam começado a deixar as pessoas entrarem. Olhei para o lado oposto e vi Dylan conversando com Connor. Definitivamente o que eles conversavam não agradava nada o Connor, pois o mesmo fizera uma careta de desgosto um segundo antes do irmão sair de perto dele e ir até a entrada, onde o segurança estava. Provavelmente fora ver se alguém que ele conhecia e que estava esperando chegara para pô-la para dentro sem que precisasse enfrentar a fila enorme que jazia lá fora, já que o segurança estava deixando as pessoas entrarem.

Primavera Sem Rumo (Livro 1) - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora