1º dia de aula, saindo da faculdade: 24/03/2015 - Segunda-feira, 13:10 p.m.
Hoje foi o meu primeiro dia de aula aqui na faculdade. Acordei cedo, já que estava acostumada e aproveitei para acordar as meninas pulando em cima delas. Ainda não gostava muito da Iris, porém, se iríamos conviver no mesmo quarto, a nossa relação teria que mudar, mesmo que eu não tivesse muito convicta quanto a isso. Por isso, eu pulei. Não sabia como iniciar a nossa nova relação nesta manhã e essa ideia foi a primeira que veio à minha mente. Ao menos deu certo e nós duas estávamos nos dando bem conforme a hora passava. Cheguei até a estranhar porque não havíamos discutido uma única vez nesta manhã. Por incrível que parecia ser, ela até que podia ser legal quando se esforçava. Óbvio que nunca vou admitir, porque o meu orgulho estava em um nível muito alto para se rebaixar ao seus pequeninos pés. Além do mais, não fazia parte da minha personalidade engrandecer o ego de alguém que já estava com ele transbordando de tão cheio. Tinha que parar de pensar nela por essa perspectiva porque senão isso poderia vir à tona sem que eu percebesse e acabasse estragando o recomeço da nossa "amizade".
Para começar tive aula de Criatividade, que durou por quatro aulas seguidas e, para terminar, aula de Desenho de Observação, que durou por duas aulas seguidas. Os professores eram muito legais, foi a primeira coisa que constatei assim que eles terminaram de se apresentar. Eles eram justos, por isso que eram legais. Deixaram claro para nós que quem quisesse realmente assistir às aulas seriam muito bem-vindos para ficar e quem não quisesse, as portas estavam abertas para "cair fora", um dos professores que se apresentou hoje usara exatamente essa gíria. Mas, o que mais me deixou espantada, foi ver a reação dos alunos. Tudo bem que no colégio os professores diziam isso, no entanto, os alunos se não protestavam, falavam mal quando a aula acabava. Já ali, foi surpreendentemente o contrário. Levaram até mesmo bem a sério o que eles falaram.
Ainda no colégio, os alunos não respeitavam os professores como deveriam, porém, aqui na faculdade eles colocavam limites e quem não quisesse seguir podia se retirar que não ganhariam falta. Eles avisaram que tínhamos a liberdade de fazermos o que quiséssemos, porém, tínhamos que arcar com as consequências, que, no caso, seriam as notas que receberíamos por ter perdido as aulas.
O lado bom era que, com isso, eu não precisaria me preocupar.
Avisei para as meninas que depois da aula sairia para procurar um emprego e explorar mais a cidade. Desde que cheguei aqui, vinha fotografando tudo que achava bonito e interessante. Tudo que revelaria uma nova perspectiva em alguém ou simplesmente em mim mesma valeria a pena capturar a cena. Toda simplicidade que camuflava a imensurável satisfação que era alguém viver presenciando os mínimos detalhes da vida, eu fotografava, porque era apenas assim que alguém poderia dizer com orgulho que viveu intensamente. Só assim, poderíamos gritar para todos ouvirem, que finalmente chegamos ao apogeu da vida. Que encontramos o limite totalmente satisfeitos com o resultado que juntamos no decorrer da nossa vida.
E foi pensando desse jeito que fui procurar um emprego porque eu não tinha a facilidade de me preocupar com dinheiro apenas quando o estoque, que consegui juntar em um ano, acabasse sem eu menos perceber. Tinha que repor logo aquilo que gastei para não correr o risco de ficar sem nada.
Há uns três dias, havia achado uma agência de fotos que estava precisando de um fotógrafo. Achado não, na verdade, fora Tifany que comentara para mim. Por essa razão e outra, tinha esperança de conseguir um emprego lá, já que as minhas mais novas amigas me disseram que eu conseguiria logo de cara. Mas, a verdade era que eu acabei de sair dessa agência e não obtive sucesso. Eles me disseram que haviam contratado um cara na sexta –feira. Me xinguei mentalmente por não ter ido lá na sexta ou até mesmo na quinta uma vez que soubera da vaga na quarta. O problema era que eu não tinha nenhum outro contato importante que pudesse me dizer se havia uma outra agência que precisasse de um fotógrafo.
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Primavera Sem Rumo (Livro 1) - Completo
General FictionLivro 1 da série "Estações Insólitas". Livro 2 - "Verão Inabalável": https://www.wattpad.com/story/93481736-verão-inabalável "As aparências enganam." Não se deve acreditar em tudo o que vemos, pior ainda quando achamos que conhecemos alguém. E era...