Capitulo 18

2.4K 180 40
                                    

Sinto algo tocar o meu rosto o que me faz acordar mas não abro os meus olhos porque ainda tenho sono.

-"Acorda Elena"- ouço a voz de Zayn e sinto um beijo na minha testa.

Abro os olhos progressivamente e encontro os do moreno a observarem-me demasiado perto até.

Escondo a minha cara nos lençóis numa maneira de dizer que ainda não me quero levantar.

-"Deixa de ser preguiçosa"- descobre o meu rosto depois de se sentar na cama- "Já são sete e tal da tarde"- avisa.

-"Tá bem, eu já me levanto"- cedo.

-"Eu vou só tomar um comprimido para as dores"- levanta o seu corpo anteriormente sentado -"Estou na cozinha"- volta a beijar a minha testa.

-"Quero tomar um banho"- digo quando ele já se prepara para sair do quarto.

-"Eu deixo toalhas na casa de banho do meu quarto e tomas lá para depois te vestires mais há vontade no quarto"- sorri e sai fechando a porta.

O problema deste quarto reside no facto de não ter casa de banho mas, como ele mesmo disse, nunca vem cá ninguém, devo ser a sua primeira "hóspede".

Levanto o meu corpo e pego em todas as minhas roupas que havia colocado em cima de um sofá pequeno existente no local.
Como estou em roupa interior e não me vou vestir para me voltar a despir já a seguir, abro a porta do quarto e espreito para os dois lados do corredor vereficando que Malik não se encontra no mesmo. Caminho sempre a olhar para todos os lados com as minhas roupas na mão até entrar no quarto do moreno e respiro de alívio por ele não me ter visto em peças íntimas.

-"Já estás aí? "- ouço uma voz vinda de dentro da sua casa de banho indicando que o moreno se encontra lá, provavelmente a colocar as toalhas para eu tomar banho.

-"Não saias daí"- grito e procuro alguma coisa que sirva para me tapar.

-"Porquê? "- pergunta mas faz o que eu lhe havia pedido permanecendo no interior do compartimento do qual a porta se encontra praticamente fechada.

A primeira coisa que me ocorre é pegar no lençol da sua cama e é o que faço depois de pousar a minha roupa sobre a sua cama.

-"Já podes sair"- digo assim que acabo de me tapar e vejo o moreno a sair da casa de banho.

-"Estavas nua?"- pergunta assim que me vê enrola no tecido branco.

-"Em roupa interior"- respondo.

-"Até parece que seria muito mau ver-te de roupa interior"- desvaloriza.

-"Não seria muito mau mas uma vez que podia evitar"- vou até a casa de banho.

-"Está aí também uma roupa interior minha"- avisa e ouço a porta do quarto ser batida ligeiramente indicando que ele acabara de sair.

Tranco a porta da casa de banho e tomo o meu banho, molho também os meus cabelos mas não coloco champô porque, como era de prever, o moreno só tem champô de homem.

Saio da banheira, seco-me com a toalha e visto os boxers que ele me havia deixado que, digamos de passagem, são praticamente a minha medida, só ficam um pouco compridos demais. Visto também o meu sutiã e saio da casa de banho. Coloco as minhas vestes no meu corpo e verifico que um pouco do elástico dos boxers é visível num dos lados da minha cintura devido a estes chegaram um pouco mais acima do que as calças jeans que, devido à minha cintura fina, descaem um pouco para um lado.

Dou um jeito aos meus cabelos molhados com os dedos e saio do quarto indo até a cozinha onde se encontra Zayn a preparar alguma coisa.

-"Que estás a fazer?"- pergunto curiosa.

-"O jantar"- informa.

-"Eu acabo isso"- espreito para dentro da panela só com um pouco de cebola e azeite ainda- "O médico disse para descansares"- tiro a colher de pau das suas mãos e começo a mexer.

-"Não estou aleijado"- resmunga- "E além disso nem dores tenho"

-"Porque tomaste o comprimido"- retroco- "É para fazer o quê mesmo?"- refiro-me ao jantar.

-"Arroz, batatas fritas e bife"- resmunga e senta-se numa cadeira.

-"Okay"- respondo e começo a confecionar o pretendido enquanto converso sobre assuntos aleatórios com o moreno.

-"Prontinho"- coloco a comida em cima da mesa já com a loiça que o moreno insistiu em pôr.

Sento-me à sua frente e servimo-nos.

-"Precisamos de falar sobre um assunto sério Zayn"- bebo um pouco de água- "Aliás dois até"- recordo-me da conversa com o meu progenitor esta manhã- "Primeiro parece que o teu pai ou a merda que ele te é, já foi encher a cabeça ao meu com coisas sobre ti e o meu pai convenceu-se de que era verdade"

-"Já sabia que isso ia acontecer"- diz depois de limpar a boca com um guardanapo. -"Até aposto que o teu pai te disse para te afastares de mim"- o seu olhar fica mais escuro transmitindo alguma raiva.

-"Não diretamente"- digo- "Mas insinuou, um dia ele vai perceber que quem está a mentir são eles e não tu"- demonstro a minha confiança.

-"Essa maneira como confias em mim"- coloca mais um pedaço de comida na sua boca.

-"É a maneira como os amigos confiam uns nos outros"- sorrio e imito-o comendo mais um pouco -"Mas isso do meu pai é irrelevante"- desvalorizo- "Quero é saber o que aconteceu na passada madrugada Zayn"- toda a sua expressão fica tensa assim que eu pronuncio estas palavras.

-"Não foi nada de importante"- demonstra não querer falar sobre o assunto.

-"Nada dessas merdas Zayn, no hospital ainda percebo que não quisesses falar mas agora quero saber"- o meu tom fica mais sério.

-"Já te disseram que és muito curiosa?"- passa uma mão nos na barba mal feita- "Uns gajos a quem devo dinheiro"- dá-me a resposta.

-"Deves dinheiro?"- levanto uma sobrancelha.

-"Sim Elena"- pensa um pouco, provavelmente na melhor maneira de me explicar- "Eu jogava poker ilegalmente já há muito tempo e fiquei a dever algum dinheiro"- explica.

-"Porque não pagas essas dívidas? "

-"Se eu tivesse dinheiro pagava"- a sua voz soa óbvia.

-"Eu empresto-te"- ofereço ajuda, na verdade não me custa nada emprestar dinheiro e não quero que o que lhe aconteceu se repita.

-"Nem pensar"- nega- "Não preciso"

-"E depois eles voltam e fazem a mesma merda da noite passada"- elevo um pouco o tom de voz.

-"Não te preocupes Elena"- coloca uma mão sobre a minha- "Está tudo sob controle"- diz calmamente- "Não vai acontecer de novo, prometo"

-"Como podes ter tanta certeza?"

-"Apenas confia"- faz-me acreditar nas suas palavras. -"Vamos acabar de comer sossegados e não falamos mais sobre o assunto"- tira a sua mão da minha e continuamos a jantar em silêncio.

Se ele tem tanta certeza de que isto não se repetirá a única coisa a fazer é acreditar e esperar para ver.

Acabamos de jantar e arrumamos a cozinha enquanto conversamos.

-"É melhor eu ir"- digo à frente do moreno- "Já devo ter 500 chamadas dos meus pais"- exagero.

-"Obrigado por tudo que fizes-te"- coloca uma mão sobre o meu rosto.

-"De nada"- digo baixo examinando todos os pequenos pormenores do seu rosto até que ele une os nossos lábios num beijo ao qual eu correspondo.

Dark Romance {Z.M}Onde histórias criam vida. Descubra agora