Dark Romance {Z.M}

Capitulo 17

O som do despertador faz-se ouvir fazendo-me acordar. Choramingo como forma de desaprovação e desligo-o. Por mais que me custe sei que tenho de me levantar e é o que faço. Vou até a casa de banho onde lavo o meu rosto, vejo a minha imagem no espelho e verifico a minha cara de sono horrível. Faço a minha higiene e regresso ao meu quarto vestindo uma roupa da qual gosto.

Arranjo o meu cabelo o melhor que consigo, maquilho-me e desço as escadas até a sala tendo a visão dos meus pais a tomar o pequeno almoço, na mesa obviamente.

-"Bom dia"- proferem em coro assim que me vêem.

-"Bom dia"- o meu tom de voz não está, de todo, animado tendo em conta a passada noite e as poucas horas de sono que mais pareceram 5 minutos.

Sento-me no meu lugar habitual depois de pousar a minha mala no sofá.

-"Onde foste ontem?"- questiona o meu progenitor- "Era meia noite e ainda não tinhas chegado"- explica o motivo da pergunta.

-"Dar uma volta"- dou de ombros e pego num croissant colocando fiambre no seu interior.

-"Com quem? "

-"Com a Alisha"- respondo depois de engolir o pedaço de comida que tinha na boca.

-"Eu quero falar contigo à cerca de um assunto"- a sua expressão está um tanto ao quanto séria e a da minha mãe também o que indica que não vem aí coisa boa.

-"Diz, só não demores muito que eu tenho compromissos"- informo.

-"Ontem em conversa com o Lewis toquei no assunto daquele rapaz que foi contigo à festa"- pronto já vem merda- "Ele disse que não o considera como filho e contou-me uns negócios ilegais em que ele anda metido"- provavelmente aquele assunto da droga.

-"Pois pai, o James já me falou disso mas não acredito nele"

-"Ele pode ser perigoso"- a minha progenitora interfere- "Não podes confiar assim numa pessoa"

-"Eu sou crescidinha e sei o que faço"- retroco- "Não tenho razões para duvidar dele, não o vou fazer só porque alguém decidiu dizer uma coisa menos agradável a seu respeito"

-"Também não tens motivos para duvidar do James"- replica o meu pai.

-"Se o Lewis te dissesse que eu me ando a prostituir e eu dissesse que não em quem acreditavas?"- dirijo-lhe uma questão.

-"Não compares"- passa a mão nos cabelos.

-"Não comparo porquê?"- levanto uma sobrancelha- "Penso que acreditarias em mim e não tens razões para desconfiar do Lewis"

-"Sim mas nesse caso é uma situação de afetos, és minha filha, é meu dever acreditar em ti"- explica.

-"Lá está"- levanto-me assim que acabo o croissant- "É uma questão de afetos e eu sou amiga do Zayn e o James é apenas o filho do sócio do meu pai"- dito isto pego na minha mala e casaca de cabedal e saio de casa.

Apanho um táxi que me leva ao hospital e peço ao condutor para esperar alguns minutos por mim. Dirijo-me para o interior do edifício e, depois de avisar na recepção, vou direta ao quarto de Zayn que se encontra acompanhado de um outro médico.

-"Boa tarde"- cumprimento, com um aperto de mão, o senhor de meia idade.

-"Boa tarde"- sorri.

-"Já vou ter alta?"- a voz do moreno soa impaciente.

-"Sim senhor Malik"- o médico informa- "Ele não dormiu absolutamente nada"- diz baixo apenas para mim- "Demos-lhe outro analgésico para as dores mas vai ter de repousar em casa"- explica.

-"Claro"- sorrio- "Pode deixar que eu tomo conta dele"

O médico assina a alta e eu e Malik saímos do hospital.

-"Estava farto de ali estar"- resmunga enquanto caminhamos até o táxi.

-"Eu imagino que sim mas teve de ser"- ambos entramos ns bancos de trás da viatura e Zayn dá a sua morada ao condutor.

-"Não dormiste nada por minha culpa"- constata.

-"Isso é irrelevante"- desvalorizo- "Tens dores?"

-"Agora não"- responde- " Encheram-me de comprimidos ainda há pouco"- reclama.

-"Se te medicaram foi porque era necessário, não reclames" advirto.

Vamos calados até o condutor parar o táxi à entrada da casa do moreno. Pago a viagem e saímos da viatura e é aí que surge um problema.

-"Eu não tenho chave Elena"- encara-me.

-"Não olhes para mim assim, achas que me lembrei de levar uma chave?"- dou de ombros.

-"Espera aí"- tem um ideia- "Eu tenho sempre uma chave cá fora"- mexe numa tijoleira do chão da varanda que não está colada, levanta-a e tira de lá uma chave. -"Sou um génio"- auto glorifica-se.

-"Sabes que não és a primeira pessoa no mundo que tem uma chave suplente fora de casa não sabes?"- pergunto enquanto ele abre a porta.

-"Não sejas desmancha prazeres"- fecha a porta depois de ambos entrar-mos.

-"Não sou"- nego- "Agora vais comer"- ordeno.

-"Está bem mãe"- brinca e ambos vamos até a cozinha.

Preparo-lhe uma sandes e entrego-lha.

Ele devora a comida num instante e eu sorrio ao vê-lo comer.

-"Não queres nada?"- pergunta depois de engolir o último pedaço.

-"Comi em casa, obrigada"- sorrio- "É melhor descansares porque nao dormiste e eu acho que vou até casa dormir mais um pouco e volto mais logo"

-"Podes dormir aqui"- sugere- "Escusas de ir e vir"- sorri.

-"Está bem"- aceito dando de ombros

-"É hoje que o quarto de hóspedes é estreado"- ri um pouco e eu faço o mesmo.- "Tenho é que colocar uns lençóis na cama"- avisa.

-"Eu faço isso porque tu tens de descansar"- digo- "Dá-me só uns lençóis"- peço enquanto saio da cozinha e Zayn segue-me.

-"És minha convidada"- vai até um armário onde mexe tirando o que lhe havia pedido- "Eu é que devia fazer isso"- entrega-me os lençóis.

-"Não faças cerimónias Malik"- reviro os olhos- "Vai lá dormir que bem precisas"- sorrio- "Se precisares de alguma coisa é só chamares"- dito isto ele beija a minha testa e susurra um "Dorme Bem" antes de ir até o seu quarto.

Eu entro no quarto de hóspedes, coloco os lençóis na cama e aí lembro-me de que não tenho nenhuma roupa para dormir e não posso dormir vestida.

Volto a sair e bato ligeiramente à porta do quarto do moreno mas, não obtendo qualquer resposta, resolvo entrar e vejo Malik deitado, coberto com um simples lençol, já a dormir. Não tendo coragem para o acordar regresso ao quarto de hóspedes e acabo por me deitar apenas com roupa interior adormecendo rapidamente.