O resto do caminho é feito em total silêncio o que, na verdade, não me deixa muito confortável mas em falta de assunto não posso fazer muito.
-"Chegamos"- estaciona o carro num aparcamento onde estão mais alguns veículos.
-"Um estacionamento?!"- pergunto confusa.
-"Claro que não"- tira o cinto- "O restaurante é já ali à frente"- sorri.
Eu tiro também o meu cinto, ambos saímos do seu carro e vamos a caminhar durante dois minutos no máximo até chegar-mos a um pequeno restaurante todo de madeira, não é no centro da cidade mas também não é muito longe, existem algumas casas ao seu redor. Não conhecia este estabelecimento.
-"Pode não ser nenhum restaurante de luxo como estás habituada mas é agradável"- profere o moreno depois de entrar-mos e nos sentar-mos numa das mesas livres.
-"Eu sou apenas uma rapariga normal de 18 anos, não é pelo facto da minha família ser rica que como em restaurantes de luxo e essas merdas"- as pessoas sempre tentam bajular-me porque sou rica ou então fazem o que o Zayn está a fazer, tratam-me como se eu fosse uma mimada e egoísta.
-"Desculpa"- pede ao perceber que eu não tinha gostado da sua anterior afirmação- "Mas como és de família rica e isso"- explica.
-"Tu também és de família rica"- recordo-o.
-"Mas eu não quero saber da merda do dinheiro, é do Lewis não é meu"- será que o Lewis não é mesmo pai dele?!
-"Bom dia"- um dos, pelo menos três, empregados de mesa presentes no local fala assim que se aproxima da nossa mesa- "Já sabem o que vão querer?"
-"Bom dia, para mim é bifes de frango com cogumelos"- faço o meu pedido depois de dar uma vista de olhos no cardápio que estava na mesa.
-"Para mim traga-me um prego no prato"- Zayn pede sem sequer olhar para o cardápio.
-"Muito bem"- anota num bloco qualquer- "Bebidas?!"
-"Coca-cola"- profiro.
-"Uma preta sagres"- o empregado anota tudo e retira-se.
-"O Lewis não é mesmo o teu pai?"- tenho mesmo de perguntar isto.
-"Não"- grunhe-" De sangue é mas não é meu pai nem nunca vai ser"
-"Porquê?"- levanto uma sobrancelha.
-"Cenas privadas"- responde- "Mas chega de falar de mim, tu andas em que escola?"
-"Acabei a escola à pouco tempo, tenho uma experiência de emprego durante uma semana, começo amanhã"- respondo não insistindo em saber mais sobre o caso do seu pai.
-"Não vais para a universidade?"- o empregado pousa as bebidas na nossa mesa e retira-se novamente depois de eu eu Zayn dizermos um Obrigado/a- "É estranho uma miúda como tu não ir para a universidade"- leva a garrafa da sua cerveja à boca dando um gole na mesma.
-"Uma miúda como tu"- repito as suas palavras- "Uma rapariga normal como as outras"- a sério que odeio que pensem que sou diferente só por ser uma Clark.
-"Desculpa mas acho estranho"- explica- "Queres ajuda com isso?"- oferece rindo ao ver que eu não estou a conseguir abrir a garrafa de coca-cola.
-"Não"- continuo a tentar-"Eu consigo"
Tento mais umas 50 vezes abrir a merda da garrafa mas sem sucesso, tenho as mãos um pouco suadas, não é por falta de força para a abrir.
-"Dá cá isso"- tira-me a minha bebida e abre-a com alguma facilidade.
-"Obrigada"- agradeço- "Mas eu ía conseguir"
-"Tá bem"- ri-se um pouco- "Mas o trabalho que estavas a falar é onde?"- retoma a nossa conversa.
Sobre o Zayn, no início ele foi mal educado e estranho mas, apesar de não gostar muito de falar das cenas pessoais dele, até o acho simpático.-"Numa loja de roupa"- o empregado chega e pousa os nossos pratos.
-"Bom apetite"- o senhor diz.
-"Obrigada/o"- eu e o moreno respondemos ao mesmo tempo e o homem afasta-se.
-"E vais fazer o quê lá? "- pega nos seus talheres e leva a comida à boca.
-"Caixa"- respondo e imito-o começando a comer também.
O almoço é passado entre conversas sobre nada em especial e algumas piadas.
-"Vou pagar"- levanta-se.
-"Eu pago o meu "- protesto.
-"Eu convidei, eu pago"- dito isto vai até o balcão e efetua o pagamento.
-"Tens planos para a tarde?"- Zayn pergunta enquanto caminhamos para o carro.
-"Se estar no sofá sem fazer nada contar tenho, se não, não"
-"Agora já tens"- chegamos ao carro e ele abre-me a porta sem eu pedir.
-"Uau, nem foi preciso pedir"- sorrio e ele retribui o sorriso.
Entramos no carro e ele começa a conduzir, não andamos mais que 5 minutos até ele voltar a parar a viatura.
Saímos do veículo e estávamos no que parecia ser uma casa abandonada.
-"Uma casa abandonada?"- franzo a testa.
-"Não julgues as coisas pela aparência"- começa a andar e eu sigo-o até a parte de trás daquela degradada residência.
Assim que paramos tenho uma visão duma parede cheia de grafittis fantásticos.-"És tu quem os faz?"- pergunto observando todos os detalhes de um grafitti que me chamou em especial a atenção pelas suas cores mais vivas.
-"Todinhos"
Eu fico uns longos instantes a observar toda aquela arte numa parede suja e velha.
-"Tens muito talento"- encaro o moreno.
-"É das poucas coisas que me dá prazer na vida, desenhar e grafitti"
Sentamos-nos num muro velho e permanecemos a conversar.
-"Não me chegas-te a dizer a tua profissão"- balanço as minhas pernas que não chegam ao chão.
-"Nada que precises de saber"- profere mas de uma maneira não rude.
-"Já percebi que de ti só posso saber o nome, dizes me ao menos a idade?"- tanto mistério fogo.
-"23"- põe um cigarro na sua boca e saí do muro ficando de pé.
-"Fumas?"- questiono imitando-o, saindo do muro.
-"Não, é ilusão de ótica"- brinca e eu rio.
-"Não devias"- aconselho.
-"Há muita coisa que não devemos e fazemos"- responde e acende finalmente o cigarro que tinha entre os lábios.
O meu telemóvel toca e no ecrã indica que é a minha mãe.
-"Tenho de atender"- explico e afasto-me um pouco atendendo a chamada de seguida-" Diz mãe"
-"Onde andas?"- ela pergunta e eu reviro os olhos, não tenho 10 anos para me andar a controlar.
-"A dar uma volta"- informo.
-"Vens jantar?"
-"Vou mas ainda é muito cedo"
-"Não chegues tarde, até logo"
-"Até logo"- desligo a chamada.
Volto para perto de Zayn e fico a observa-lo a fumar que até fica bem sexy, nunca fumei, não tenho tendência para essas cenas.
-"Tenho trabalho a fazer daqui a nada"- vê as horas no seu relógio de pulso depois de deitar a ponta ao chão-"É melhor levar-te a casa"- diz e eu apenas assinto, voltamos ao carro onde fazemos a viajem de regresso a minha casa.
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Dark Romance {Z.M}
Fanfiction"A certa altura, tens de perceber que algumas pessoas podem ficar no teu coração mas não na tua vida" Nem todo o amor do mundo consegue unir o que a vida quer separar. Elena & Zayn #777 #286 #130