Capítulo 15 - Amor proibido

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Sofia


Eu o amei de todas as formas naquela noite. Meu corpo implorava pelo o seu,da mesma forma que o dele,implorava pelo meu. Esqueci da dor, esqueci do desconforto, da tia que dormia no quarto ao lado,da Juliana no outro quarto e de mim mesma,e da promessa que fiz de esperarmos. Não tínhamos muito o que esperar,essa era a verdade. Éramos ele,e eu desde que nos entendíamos por gente. Eu já tinha visto ele sem roupas, ou quase, já que um pedaço de pano tampava sua indecência no dia em que fomos na praia. Ele já viu boa parte do meu corpo, apesar deu morrer de vergonha e me achar nada sexy num corpo sem curvas e magro. Lembro-me de ficar me admirando diversas vezes, na frente do espelho. Eu conseguia contar minhas costelas, e meus seios? Ah. Eles eram do tamanho da uma laranja. Enquanto das outras moças lembrava uma melancia suculenta num dia de sol. Mais O Gael não se importou. Me olhou com admiração, e os tocou como se fossem uma jóia preciosa. Seu peitoral era liso e magro. O corpo bronzeado nas partes onde o sol batiam, e aquela marca do short? Ah, ele tinha. Ele tinha sido o primeiro rapaz que cruzou a linha,já que os outros, ah, eram os outros. Era por ele que eu esperava. Era por essa noite, que eu sonhava. Acordava com desejo de suas mãos em meu corpo, de seus lábios tocando minha pele, do cheiro natural dele invadindo minhas narinas. Não demorou a noite toda,mais foi o suficiente para senti-lo dentro de mim, e jamais me esquecer das sensações que ele me proporcionou. Ainda estávamos deitados, o braço dele por cima do meu corpo, e sua cabeça encaixada em meu pescoço. Ele dormia, e eu flutuava. O sono vinha, mas eu o olhava tentando acreditar que era ele mesmo, deitado comigo aqui. Acordei antes dele,o sol já tinha nascido,e pelo corredor eu ouvia a voz da Juliana e a da tia.

— Gael. — Sussurrei em seu ouvido,seu nome algumas vezes, mais era inútil. Ele estava cansado demais para levantar aquela hora. Olhei pro relógio digital na prateleira do quarto, eu tinha que levantar pra me arrumar. Ou eu iria perder a primeira aula. — Gael.
— Depositei beijos, seu rosto. — Já amanheceu. — Ele me abraçou mais forte. — Eu tenho que me arrumar pra aula.

— Falta hoje. — Murmurou.

— Eu não posso. E a tia não pode te ver aqui.— Ele abriu os olhos, e se esticou para olhar pela janela.

— Sofi! — Era a voz da Juliana, ela tentou abrir a porta,mais notou que estava trancada. — Já acordou?

— Já,Ju. — Levantei da cama, e comecei a me vestir, e o Gael fez o mesmo.

— Porque trancou a porta? — Eu olhei pro Gael.

— Eu só queria ficar um pouco sozinha, sem ser incomodada. — O Gael me puxou para um outro beijo, e eu o empurrei.
— Não podemos. — Sussurrei pro Gael.

— Sofi, tá tudo bem? — Era a voz da tia.

— Tô sim,tia. — O Gael se enfiou debaixo da cama, e eu abri a porta. As duas avaliaram o quarto de forma minusciosa.

— Sofi,eu vou levar a Ju pra escola, tem reunião. Quer que eu trago algo da rua pra você?

— Não tia, obrigada. — Ela assentiu,e se foi. A Juliana continuava parada na batente da porta. — O que foi Ju?

— Tem alguma coisa diferente em você, eu só não sei o que é.

— Só tive uma boa noite de sono, só isso. — Ela sorriu. A tia gritou pela Ju,e ela sorriu e se foi. Eu a esperei sumir pelo corredor,e voltei a fechar a porta do quarto e o Gael saiu do seu esconderijo. — Foi por pouco. — Murmurei.

— Entre mortos e feridos,nos salvamos.
— Selou nossos lábios.

— Falta saber até quando...

— Até termos coragem de enfrentar a fera da dona Ivone. — Ele riu. E ouvimos a porta bater. As duas já tinham saído.

— Vou tomar banho. — Saí do quarto e ele veio atrás.

— Posso tomar com você? — Eu sorri,e assenti.



Gael



A Sofi entrou no banheiro,mas esqueceu-se de pegar uma toalha seca. Voltei pro quarto das meninas, e procurei uma toalha. Assim que achei, me virei pra sair do quarto,mais tomei um susto ao ver a Juliana parada na porta, incrédula me observando. Quando dei por mim,que a minha irmã me via nu, tampei a minha indecência com a tolha e ela riu.

— Ju, o que tá fazendo aqui? — Eu estava visivelmente desconfortável com aquela situação.

— Esqueci de pegar meu fone, na cômoda da minha cama. — Ela me deu a entender que iria buscar. Então dei alguns passos, e eu mesmo a entreguei. — Gael, o que faz aqui? Ainda mais nu? — Eu não sabia o que responder, sem me comprometer ainda mais.

— Eu...— Gaguejei mais do que o normal, e empaquei. — Eu... Ah...Bom...
— Pigarrei. E logo em seguida, a Sofia veio ao nosso encontro.

— Porque tá demorando? — Sua voz foi ficando cada vez mais baixa. Ela se assustou ao ver a Ju. E,ela usava a toalha molhada que tinha no banheiro para se cobrir. — Pensei que já tivesse saído?

— É, eu tinha. — Sua feição ficou séria. Eu julgava pela atitude da minha irmã, e pesava um pouco mais, e suspeitava que
aquela iria ser a reação da dona Ivone ao descobrir o nosso relacionamento.
— Que droga está acontecendo aqui?
— A Sofia entrou no quarto, e eu me sentei na cama. Não tínhamos pra onde fugir,a não ser, contar a verdade.

— Eu e a Sofia estamos namorando.
— A Sofia concordou. E a Juliana nos olhou incrédula.

— Como vocês ousaram fazer isso comigo? — Murmurou irritada. — Vocês não podem. — Nos olhou com repulsa.
— Vocês são meus irmãos. Irmãos não namoram com o outro e nem transam.

— Juliana! — Minha mãe gritou.
— Vamos nos atrasar.

— Vocês vão ter que contar pra ela.
— Ordenou-nos. — E meu pai? Ele sabe disso?

— Sim. E ele nos apoia. — A Sofi me olhou e eu percebi que ela estava apreensiva.
— Só nos der um pouco mais de tempo.
— Pedi.

— Juliana! — Dona Ivone gritou de novo.

— Tô indo. — Respondeu rapidamente.

— Por favor? — Implorei.

— Tá. — Saiu do quarto com pressa e eu fechei a porta do quarto das meninas.

— Ela ficou decepcionada com a gente.
— Constatou a Sofia, e eu a abracei.

— Ela vai aceitar melhor,com o tempo. A mãe também.

— Mais e se ela não aceitar?
— Indagou-me.

— Até lá a gente resolve o que vai fazer.
— Ela assentiu. — Só quero que saiba que eu te amo.

— Também te amo. — Ouvimos a porta bater.

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