Capítulo 26 - Sonhos em construção

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Sofia


Saí da sala do Rogério cheia de esperança. Eu iria estagiar em um jornal de verdade,tudo graças ao Pedro. Meu sorriso era tão evidente, que quando me aproximei da Andréia não me contive, e fui abraça-la em agradecimento. Ela se fez de desentendida, e me enxotou de sua mesa,mas eu me sentei na sua frente e a olhei no fundo dos olhos.

— Será que dá pra parar com isso?
— Mandou-me, enquanto me olhava de rabo de olho.

— Eu sei o que você fez? — Eu não conseguia parar de sorrir.

— Eu sei, você deixou isso bem claro.
— É, eu tinha. — O que pretende fazer agora?

— Como assim? — Endireitei-me na cadeira.

— Sobre a faculdade, e a distância do seu novo trabalho? — Eu não tinha parado pra pensar sobre isso.

— Eu podia vender a casa dos meus pais, e comprar um carro. — Sugeri.

—E você sabe dirigir? — Eu neguei. E ela riu.

— Eu faço auto escola. — Ela riu.

— Que horas? — Ela sabia desfazer a minha alegria.— No tempo que vai estar na faculdade,ou no trânsito a caminho da redação? Ou quem sabe, a noite,enquanto tenta pegar no sono.

— Tá, eu já entendi. Isso não vai dar certo.

— Claro que vai. — Olhou-me finalmente nos olhos. — Você só precisa descobrir como. — O Pedro saiu da sala do pai dele, e se aproximou de mim.

—Andréia, meu pai quer fallar com você. — Ela assentiu,e se levantou.

— Me procura depois, que vou te ajudar com aquele seu probleminha. — Eu Sussurrei um obrigado, e ela se foi.

— Tá preocupada com o fato de ter que se deslocar pra outra cidade? — Ele puxou uma cadeira ao meu lado e se sentou.

— Estou. Eu não faço ideia,de como vou fazer isso. — Eu estava ficando angustiada com a possibilidade de ter que negar a proposta.

— Acho que eu posso te ajudar com isso.

— Você já me ajudou muito,Pedro.

— Eu vou me transferir para lá, pra ajudar meu pai e pra ficar bem mais informado com os negócios do que eu já estou. Então, poderei te dar uma carona nos dias do seu estágio que será remunerado. Três vezes na semana, e eu como companhia,que tal? Aceita? — Eu o abracei.

— É óbvio que sim. — O soltei, e me envergonhei com o jeito estranho que a Diana me olhou, ao descer as escadas.
— Ela não gosta muito de mim.
— Sussurrei, e o Pedro sorriu.

— Nem eu dela,mas de você é outra história. — E sorriu.


Gael


Eu estava sentado, observando a cena do Hans com o protagonista da série. No banco que eu estava, haviam me servido uma garrafa de água, e eu a tomava. O Hans brilhava na tela. Algumas falas eram engraçadas, e todos riam. Ele tava indo super bem e o René anotava algumas coisas num bloco de papel.

— O garoto da internet. — Uma mulata,lindíssima se sentou ao meu lado.

— Nina forgalha, sentada ao meu lado. Uau. — Pensei alto.— Quando em toda a minha vida, eu iria imaginar isso? — Ela riu.

— Aproveita que não é todo dia.
— Brincou. — Garoto da internet,você tem nome?

— Gael. — Estiquei a mão para cumprimenta-la. — Muito prazer.

— O prazer é todo meu. — Apertou a minha mão de volta. — Puxou do bolso da calça o celular, e abriu a câmera.
— Posso? — Eu assenti, sorrindo por dentro e por fora. Ela esticou o celular e o flash saiu.— Tem instagram? — Eu tinha, mas raramente usava. Lhe falei, e ela me marcou antes de postar a foto. O René a chamou, e o Hans quase babou em cima da moça. Após as apresentações, era chegada a minha vez de fazer o teste de câmera. Coloquei-me onde fui indicado pelo diretor. Minhas falas eu já tinha todas na mente. Assim que ouvimos o "Gravando" começamos a contracenar. Tudo ocorreu tão bem, e tão rápido que eu já me sentia parte daquilo tudo. Ganhei um abraço do Hans, e o diretor nos chamou de volta pra area reservada.

— Vocês foram ótimos. Semana que vem, vamos gravar pra valer. A Love, vai entregar os roteiros. — A Moça dos fios rosa, se aproximou e nos entregou os papéis. — Sejam bem vindos, a série "Os sampaios".

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