Capítulo 27 - É, eu sou

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Sofia


O Pedro me deu uma carona,até a casa da tia Ivone. O convidei para entrar,mas ele gentilmente negou. Me despedi dele, e entrei em casa. A casa estava silenciosa. Segui até o meu quarto, e a Juliana não estava e nem a Cassia. Mais as coisas dela, estavam num canto do quarto. O chuveiro do banheiro estava ligado, e ao voltar pra sala, ouvi a voz da tia Ivone cantando uma música baixinha. Me sentei no sofá, e liguei televisão. No relógio da parede, já passava das cinco da tarde. A porta da entrada da casa se abriu, e cheios de sorrisos estavam os três, animados. A Juliana correu pro quarto, a cassia e o Edu a esperavam na sala.

- Como foi na sua casa?
- O semblante da Cassia ficou um pouco triste.

- Minha mãe me implorou pra ficar. Me disse que o Vando,meu padastro,iria mudar. E se acontecesse de novo,ela iria se separar dele. - O Edu colocou o braço no ombro dela,lhe confortando.
- Eu sabia que isso nunca iria acontecer. Pedi para que ela desse parte dele,e ela apavorou-se. Não foi Edu?
- Ela olhou pra ele,e ele concordou.
- Ela o ama mais que a própria filha dela. - Constatou.- Até me ajudar a arrumar as malas,ela me ajudou. Eu a odiei por isso. - Eu via a raiva por seus olhos.

- Mais agora, resolvemos esquecer tudo isso não foi? - Ela concordou.
- Sofi,quer ir conosco ao cinema?

- Deixa pra outro dia. - A Juliana voltou pra sala afoita,com sua bolsa pequena em mãos.

- Peguei a carteirinha da escola, e sua identidade Cassia. Ah, eu peguei na bolsa da minha mãe vinte reais. Então os chocolates são por minha conta.
- Gabou-se.

- Eu pago os refri. - Comentou a Cassia e o Edu sorriu.

- Então as pipocas e os ingressos são por minha conta. - Elas vibraram de alegria. - Tem certeza que não quer ir?
- O Edu Indagou-me.

- Eu vou aproveitar pra colocar os estudos em dia. - Comentei.

- Eu escolho o filme. - A Juliana murmurou ao passar por eles.

-Ah, Ju. Eu quero ver aquele filme daquele ator gostoso! - O Edu revirou os olhos,e fechou a porta assim que eles sairam. A Tia Ivone apareceu na sala. Ela usava seu uniforme,e trazia no ombro a sua bolsa vermelha.

- Sofi, me avisa quando a Ju voltar?
- Eu assenti. - Eu esqueci de avisar a Cassia,que a Ju não pode ficar na rua depois das onze. - Ela abaixou-se,e depositou um beijo no meu rosto.
- Não esquece de tomar seus remédios.

- Sim senhora. - A tia sorriu, e se encaminhou até a porta. - Bom trabalho.

- Obrigado Sofi. - E ela saiu pela porta,e em seguida a fechou. Eu troquei o canal da televisão,e me levantei para buscar um pouco de água. Voltei pra sala com o copo em mãos, lembrei-me da proposta de trabalho,e em seguida me entristeci por não ter o Gael ao meu lado, pra eu dividir essa notícia com ele. A campanhia tocou, deixei o copo na mesa de centro e fui atender.

Gael

Voltamos no jatinho, e depois o Hans me levou até o teatro onde eu havia deixado o carro do meu pai. Hoje, a peça seria estrelada pelo Hans, então ele nem voltou pra casa e ficou no teatro mesmo,enquanto eu seguia de volta pra minha casa no meu carro. Meu pai ainda não tinha voltado. A casa estava silenciosa. Fui ao banheiro, e tomei uma ducha, após aliviar-me. Vesti um short, e uma camiseta. Eu estava faminto,e nem tinha almoçado. Abri a geladeira e não achei nada de gostoso. Voltei a pegar as chaves, e a minha carteira. Tranquei a casa e entrei no carro. No caminho,lembrei-me da Sofia. De como eu sentia falta dela, e de como eu me estressei com ela. Ela não era mulher de ficar com vários homens. Era sonhadora de mais, pra esperar o príncipe dos sonhos dela. Era teimosa,mas inteligente pra sair da minha vida e dos meus problemas antes que não ouvesse mais chances. Eu só tinha duas opções? Ir atrás dela, ou ser consumido pelo ciúme ou saudades. Eu não iria aguentar ficar imaginado ela com outros rapazes. Parei na pizzaria que gostavamos e pedi uma pizza. E eu não podia esquecer de comprar as flores. As comprei, antes de chegar na porta da casa da minha mãe. O coração acelerado. Em uma das mãos a pizza,na outra as flores. Apertei a companhia. Ela abriu a porta, e me encarou. Primeiro observou as flores, em seguida a pizza e depois meus trajes. Eu estava vestido pra ficar em casa,mais meu lar era sempre ela. Sempre foi ela.

- Antes que você me mande ir embora, quero que me ouça. - Ela assentiu.
- Não tem um dia em toda a minha existência que eu não pense em você, em nós e em tudo o que vamos passar pela frente. Eu admito que eu tenho medo de perder o respeito que minha mãe tem por mim,mesmo no tempo em que estavamos brigados. Mas eu convivo bem com isso, mas não me mantenha longe de você. Eu não sei viver assim. - Logo lembrei-me de um poema que criei. E imediatamente o recitei. - O que é de mim,sem você? Uma poeira no ar. Uma cotícula de areia? Uma folha voando pela vasta imensidão que nos rodeia? É. Eu sou. Eu era alguém que vivia bem consigo mesmo,mais preso dentro do menino que eu era. Hoje sou um homem liberto,mais prisioneiro do seu amor. Não me deixe partir, e se deixar tenha consciência de que talvez eu não temha mais coragem de voltar. Eu te amo Sofia, sempre te amei mais não sabia. Agora sei. Sempre foi você, e mesmo eu não querendo admitir,sempre vai ser.
- Minhas lágrimas já rolavam. - Quer que eu vá, ou posso ficar? - Ela ficou calada. Pensando no que iria decidir.
- Me desculpe por hoje. Eu fui um idiota. Na verdade estou sendo um, desde que assumi que te amo.

- Eu te desculpo. - Ela se aproximou de mim. Olhou no fundo dos meus olhos, e eu lhe entreguei as flores. Ela pegou,e as cheirou. - Vem.- Segurou as flores na mão livre, e me chamou para entrar com ela. E eu fui.

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