Capítulo 21 - Caramba,e agora?

75 4 0
                                    




Sofia




Saímos de casa, após o uber que a tia chamou pelo aplicativo aparecer na porta de casa. O Gael havia me mandado uma mensagem avisando que nossos nomes estariam registrados na portaria. Avisei a tia, e a Juliana não parava de se olhar no espelho dentro do carro. A Cassia parecia aérea, mas esbanjava um sorriso fraco para não nos preocupar. A tia Ivone ia conversando com o rapaz que dirigia. Ele se mostrou bastante educado para ouvi-la contar de como pode ser perigoso dirigir por muito tempo sem um descanso. A tia não tinha muito assunto, além do trabalho, pra conversar. Nem amigas ela tinha, a não ser a gente. Ela deixou uma gorjeta pro pobre rapaz, assim que descemos. Nos apresentamos, e escolhemos um lugar mais na frente. Queríamos ter a certeza de que o Gael iria vê-la. Depois de uns dez minutos, os outros assentos foram sendo ocupados. Vimos o Hans olhar pela fresta da cortina, contente por ter feito a rocha da dona Ivone ceder aos encantos do milagroso Hans.

— Será que vai demorar muito?
— Disse-nos a tia nervosa. Ela olhava em seu relógio de pulso, agoniada e pela cara que ela fazia estava se arependendo de ter vindo.

— Dona Ivone, só mais alguns minutos.
— Disse a Cassia, e a tia assentiu.

— O Hans faz que personagem? — Ela olhava o panfleto que havíamos pego na entrada. A foto do Hans estava como um dos protagonistas. — Se o Gael é o protagonista hoje?

— Ele vai ficar com o tio da janelinha.
— Ri, me lembrando do Gael comentar.

— E onde é isso? — Apontei para a parte de trás, e ela disse um sonoro "ah", decepcionada por não vê-lo atuar. Os aplausos soaram, e um rapaz bonito subiu ao palco. Ele dava a introdução, e os olhos da tia de fixaram no palco. Esperançosos, para a entrada triunfal de seu filho mais velho.




Gael


Eu terminava de me vestir, quando ouvi o Hans me dizer que minha família já havia chegado no salão do teatro. Fiquei mais nervoso do que eu já estava. Ouvi o Ruan falar suas primeiras falas, logo seria a minha vez de subir ao palco e dizer as minhas,antes da Lola entrar e dramatizar sua cena. Me vesti com mais pressa, e calcei as sapatilhas do meu figurino. Arrumei o chapéu esquisito na minha cabeça, e corri para focar o mais próximo das cortinas.

— Finalmente sua mãe vai te ver.
— O Hans falava sem parar,atrás de mim.
— Me agradeça depois, por isso. — Deu uma leve batida em meus ombros, e se foi. As cortinas se abriram, e eu surgi ao palco. Os olhos vidrados da minha mãe em mim, me deixaram ainda mais nervoso. Consegui dizer as minhas primeiras falas,ainda travado. Depois, me forcei a relaxar. Eu esperava por aquele dia desde o momento em que decidi que era isso que eu iria fazer pro resto da vida. Minhas próximas cenas,foram mais tranquilas. A Lola me deixou mais calmo, e demos um show de interpretação. A diretora de elenco vibrava nos bastidores. Descobrimos, depois que a peça terminou, que um caça talento estava na platéia. O Hans se entristeceu por não ter atuado, mas aninou-se ao descobrir que ele voltaria outras noites. Me troquei, e fui com pressa receber a minha família. Minha mãe me abraçou, e sussurrou em meus ouvidos que se sentia muito orgulhosa de mim. Eu tinha ganhado meu dia,naquela noite.




Sofia



Nunca vi os olhos da tia Ivone brilharem tanto, ao olhar pra sua família, em especial pro seu filho mais velho. O Gael nos contava sobre os outros dias de espetáculo, ele ria e era bonito de ver o quanto se sentia mais confiante de ser ele mesmo,perto da mãe. A tia não fazia ideia de como a sua aprovação era importante pra ele. Os dois de mãos dadas, se aproximaram do carro do tio José. Ele abriu a porta pra mãe, e ela se sentou no banco do passageiro. O sorriso largo me acompanhava enquanto eu entrava pela porta de trás, e me sentava perto da janela,enquanto a Juliana e a cassia se ajeitavam ao meu lado. De todos a Ju era a mais calada. Até a cassia ficou orgulhosa do Gael e da tia. Antes de sairmos com o carro, o André a gritou. Eu tinha até me esquecido de que ele também havia atuado na peça. O Gael a aguardou sair do carro pra falar com o rapaz,mas depois de alguns minutos ela veio se despedir e informar que iria passar algumas horas ou quem sabe a noite na casa do André. Dona Ivone assentiu, e tirou da bolsa uma chave reserva e a entregou. Intimou o André para cuidar da menina, e avisou que se precisasse, podia ligar a qualquer hora pra ela que ela dava um jeito de busca-la. Era bonito a forma cuidadosa que a tia tinha com todos. Lembro-me de já ter ouvido o tio José comentar que isso era uma das coisas que ele tinha se apaixonado por ela.

Sempre Foi Você ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora