Capítulo 22 - Não faz isso com a gente!

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Sofia





O Gael literalmente derramou refrigerante no colo da Juliana. Ela deixou o celular em cima da mesa, e ele correu para pega-lo,assim que ela levantou-se junto da tia em direção ao banheiro. Ele tinha ido longe de mais. Rapidamente ele excluiu o link, e abriu na página do YouTube onde tinha o vídeo da declaração que ele fez pra mim. Nos comentários, muitas mensagens positivas, e até apaixonadas pela forma em que tudo aconteceu. Outros, apenas diziam que aquilo era tudo encenação. E era aquilo,que o Gael queria que pensassem. Ele deixou o celular no mesmo lugar que pegou, e tomou outro gole da bebida que pôs no copo.

—Até quando acha que vai conseguir esconder isso dela? — Murmurei, ele fingiu não ouvir. — Gael, sua mãe não é burra. Você ficou estranho perto do Pedro, e quando a sua irmã insinuou que ele estava dando em cima de mim, você deixou claro que aquilo o incomodava. Você não sabe disfarçar quando tá incomodado com algo. — Ele não me deu atenção. — Ta fazendo de novo.

— Então eu devo ser um péssimo ator,não acha? — Finalmente me deu atenção.

— Uma hora ela vai descobrir.

— Até lá eu já vou ter tido coragem pra contar pra ela. — Murmurou.

— Quando? — O encarei. —Quando voltar do Rio de Janeiro, ou quando terminar de gravar a sua novela das nove? — Ele riu.

— Tá com ciúmes porque vou pro Rio?

— Você nem fez questão de conversar comigo antes,apenas decidiu-se.

—E quando iria me contar que tomou café da manhã com o seu amigo Pedro?

— Quando me formasse,talvez.
— Ironizei, e a tia voltou com a Ju.

— Gael, toma meu cartão. Paga a conta pra irmos embora.

— Eu não terminei de comer.
— Murmurou.

— Sua irmã está precisa trocar de roupa. — Ele deu-se por vencido e pegou o cartão da mão da tia, e levantou-se a contra gosto. A Juliana pegou o celular, e foi procurar o link que mandaram pra ela mas não achou. Então me fuzilou com os olhos.

— Vocês me pagam. — Ameaçou-me, e eu tomei um gole do refrigerante do Gael.



Gael





Deixei minha família em casa. Minha mãe e minha irmã entram em casa primeiro, a Sofia ficou no lado de fora me encarando dentro do carro. Eu estava consumido pelo ciúme. Logo lembrei-me que iria ficar longe o tempo suficiente para deixar o caminho livre pra ele, e me odeie por isso.
Assim que a porta da nossa casa se fechou, a Sofia abriu a porta do carro e se sentou. Eu liguei o rádio do carro baixinho, e subi os vidros. Eles eram revestidos por um plástico filme preto. Liguei o ar condicionado, e ela virou-se para mim.

— Eu não gosto de brigar com você.
— Eu concordei,e foquei meus olhos aos seus. — Você não acha que eu não tenho ciúmes da Lola ou da Karine? Ou das outras meninas do seu elenco,ou das moças da platéia que te pede um autógrafo ou o seu número de telefone? — Eu sorri.

— Ninguém me pede autógrafos, e nem meu número de telefone. Pelo menos que eu saiba.

— Mais um dia vão pedir. — Constatou.
— Vai surgir fã clube,ou fãs lunáticas por sua atenção. — Eu ri. — E se eu brigar com você por tudo isso,quando acontecer algo desse tipo? — Ela respirou fundo.
— Eu te amo Gael. Amo muito, e esperei muito tempo pra ter você do jeito em que estamos.

— Você não vai me perder.

— Isso é o que você me diz agora.
— Onde ela queria chegar com aquele papo.
— Sua carreira vai alavancar. E quando chegar o momento de você escolher sua carreira ou a mim? Qual vai decidir levar a diante?

— Você! — Respondi rapidamente.

— Eu queria muito acreditar nisso.
— Eu toquei seu rosto de forma carinhosa.
— Mais não é isso que vai acontecer.

— Você ta terminando comigo? — Ela calou-se. — É serio isso Sofia?

— Me desculpe, eu não consigo mais mentir pra tia,ou disfarçar que te amo ou que estamos juntos.

— É o Pedro? Não é?

— Não. Não tem ninguém.

— Então porque tá me afastando de você?

— Porque você não me ama o suficiente pra me assumir,ou pra desapontar a sua mãe.

— Eu sou um desastre pra ela todos esses anos. Hoje ela me viu de outro jeito. Teve orgulho de mim, da escolha que fiz. E pela primeira vez na vida, eu pude conversar com ela sem brigarmos.
— Respirei fundo, e tentei abaixar o tom da minha voz. — Eu não quero peder isso. Não de novo.

— Eu sei. — Ela já deixava sua lágrima rolar. — Por isso estou me afastando de você. — E abriu a porta do carro pra sair. Eu segurei sua mão.

— A gente da um jeito.— Implorei. — Não faz isso com a gente. — Pedi. Mais ela saiu do carro. — Eu te amo,Sofi. Sofi!
— Gritei.

— Tchau Gael. — Seguiu até a porta de casa e entrou. Eu esmurrei o volante com raiva. Ela não podia ter feito isso comigo.

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