Capítulo 24 - Tá mais pra sapo.

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Sofia





Assim que a aula terminou, fui direto pro ponto de ônibus. A Cassia ficou no campus,e o Edu ficou de leva-la até a casa dela pra buscar as suas coisas e deixar na minha casa. Ela estava mais animada, e o Eduardo a fez rir o tempo em que eu estava perto deles. O ônibus demorava. Peguei meu celular e pensei em mandar uma mensagem pro Gael,mas desisti. Eu já estava arrependida de ter feito o que eu fiz.

— Sofia D'Avila. — Tirou-me dos meus desvaneios o rapaz bonito,dos corredores da minha faculdade.
— Quer carona? — Ele sorria. — Eu não mordo, e você tá com um tempinho livre bem agora. — Eu ri, e acabei aceitando a carona. Ele gentilmente abriu a porta do carro pra mim, e eu me sentei ao lado dele no banco do passageiro. O carro dele era bonito, num tom prata. Um modelo do ano passado. — Então, onde deixo a princesa? — Expliquei onde eu morava e ele rapidamente digitou no GPS do carro.

— Pelo o que entendi, é contra mão pra você. — Ele concordou.

— Não tô com pressa de chegar em casa. — Ele ligou o rádio baixinho.
— Tá gostando do curso que ta fazendo?

— Muito. — E era verdade. — Eu sempre sonhei em ser jornalista.

— E eu atleta, mas acabei perdendo alguns jogos e resolvi me aventurar em algo novo. Por isso estou investindo no curso de economia.




Gael





Dormi tarde, e acordei com o toque do meu celular. Atendi, e era do teatro pedindo para que eu fosse até lá. Sai da cama, e fui na cozinha buscar um copo de água. Meu pai tinha deixado um bilhete avisando que tinha ido pescar com um amigo e que não tinha hora para voltar. E ele avisava que tinha pão fresco no armário. Voltei pro quarto, e busquei uma muda de roupas limpas. Recebi uma mensagem do teatro,avisando que era pra eu levar meu portfólio com algumas fotos. Respondi a mensagem com um ok,e deixei o celular na cama enquanto eu ia pro banheiro tomar um banho. Não demorei, e quando saí me vesti, e reuni na minha mochila o que eu iria usar. Logo lembrei-me de que as fotos que eu iria precisar, estavam na casa da minha mãe. Meu pai tinha levado a caminhonete,mas deixou o outro carro caso eu quisesse usa-lo. Busquei as chaves, e tranquei a casa em seguida. O trajeto até a casa da minha mãe foi tranquilo. A encontrei na cozinha, preparando o almoço. A Juliana na sala, assistindo televisão e me ignorando pela cena de ontem. Reuni as fotos, que estavam guardadas no armário da minha mãe e me despedi dela com um beijo no rosto. Coisa que aliás, a muito tempo eu não fazia. Assim que saí de casa, um carro parou na entrada, e a sofia saiu dele toda sorridente. Meu sangue esquentou, e eu não me segurei.

— Então era pra isso que você me dispensou? — Ela se assustou quando notou-me. O Rapaz saiu do carro, e tentou defende-la.

— Como ousar gritar com ela desse jeito?— Eu ri.

— Foi por causa dele então?
— A questionei, e a Sofia não respondia.
— E eu me sentindo mal por toda essa história, e você saindo com outro?
— Gritei, e a minha mãe apareceu na porta de casa.

— O que tá acontecendo aqui?
— Indagou-nos.

— Não é nada tia,ou é? — Disse-me a Sofia. — Existe algum motivo pra essa cena bizarra Gael? — Alfinetou-me.

— Não. — Respirei fundo. — Eu só estou estressado. Me desculpe. — Pedi a todos, e saí de perto em direção ao carro do meu pai.




Sofia





Eu não sabia que iria encontra-lo,mas se soubesse não teria mudado de idéia ao aceitar a carona. Ele tinha que ter a consciência de que eu não iria passar a vida o aguardando decidir o momento certo de contar ao mundo,ou a própria mãe que tinhamos algo sério. E mesmo assim, consumido pelo ciúme ele não contou. Se reservou, e fugiu. O Natan não entendia muito bem o que tinha acabado de acontecer, na verdade nem eu, mas dei graças a Deus que tinha acabado.

— Tia, esse aqui é o Natan. Um amigo da faculdade. — O Natan se aproximou dela e a cumprimentou. A tia sorriu, depois de obseva-lo.

— Muito prazer. Gostaria de entrar?
— Ele negou.

— Outro dia eu venho com mais calma.
—Disse por fim. — Eu tenho estágio agora.

— Qual curso cursa? — O questionou.

— Economia. E eu soube, que a senhora é uma exelente enfermeira. — A Tia sorriu. — Ouvi ótimas referências suas.

— A Sofia deve ter exagerado,com certeza. — Brincou. — Eu vou deixar vocês sozinhos. — Assentimos. — Volte mais vezes.

— Vou voltar,com certeza. — E a tia entrou. — Quem era aquele? O garoto escandaloso?

— O filho da tia Ivone, o Gael.

— Seu primo? — Eu neguei.

— Meus pais eram amigos da tia e do tio Jose. Pais do Gael. Eles morreram em acidente onde o Gael e eu estavamos no carro. Fomos os únicos que sobrevivemos. Depois disso, a tia me trouxe pra morar com ela.

— Entendi. Ele e você tinham algo a mais que a amizade? — Eu assenti.

— Mais acabou o que tinhamos, e ele não ta aceitando muito bem.

— Percebi. Ele surtou. — Comentou.
— Eu acho que ele é familiar. Ele faz teatro,ou algo do tipo? — Eu concordei. — Então ele é o cara do pedido?

— E eu, a menina que foi pedida em namoro.

— Acho que eu não tenho muitas chances, não é? — Brincou. — Não da pra competir com aquilo que ele fez. O cara é o príncipe mais desejado do momento.

— Príncipe? — Eu ri.— Ta mais pra sapo. — Respirei fundo.

— Você ainda o ama,não é?

— Muito,mas um dia esse amor fica menor.

— Ai vai ter espaço pra mim? — Eu sorri.

— Quem sabe!

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