Capítulo 20 - Isso é bem a cara dela.

94 6 2
                                    




Sofia




O Gael já tinha ido pra casa dele. A Cassia ainda não tinha voltado com o Edu,apesar deu mandar várias mensagens pra ele. A tia Ivone olhava pro guarda roupas, avaliando as que tinha na tentativa de achar algo digno para a ocasião. A Juliana já tomava o banho dela, e eu, já tinha escolhido a minha roupa. Um vestido de um verde claro degradê, mesclado com branco de alças finas e um par de tênis branco. Na cama da ju tinha uma jardeneira jeans e uma camisa vermelha. No chão, ao lado da cama um tênis da mesma cor da blusa de manga, que ela escolheu pra usar. Assim que a Juliana saiu do banheiro,enrolada numa toalha, peguei a minha roupa e saí do quarto. A tia Já estava sentada na cama, cabisbaixa,foi impossível não entrar no quarto para falar com ela. Me sentei ao seu lado, e deixei a minha roupa do lado.

— Tia, quer ajuda pra se vestir?
— Ela olhou-me.

— Acho que não vou mais. — Me virei para olha-la melhor. Segurei a sua mão, e tentei deixa-la confortável com o que eu iria dizer.

— Tia, o Gael tá tão feliz que você decidiu ir. Ele tava sorrindo de um jeito que eu não via a muito tempo. — Ela respirou fundo. — A senhora adorou o Hans, e ele quer te apresentar a família dele. Isso prova que apesar do pai dele não aceitar muito bem a escolha do filho, ele tá lá pro momento que ele decidir seguir outro caminho. — Ele ficou um pouco amolecida. — Eu já fui vê-lo. E ele é muito bom no que faz. E olha que tem muito ator ruim por aí. — Ela sorriu. — Sabia que ele vai começar a receber. Não é grande coisa,mas ele tá sendo reconhecido por aquilo que ama.
— A Juliana entrou no quarto. — Eu sou entregadora de jornais, mas isso não quer dizer que vou ser pra sempre. Isso se adequa ao Gael. Ele faz teatro hoje, amanhã quem sabe ele não tá naquela série que a senhora adora?

— Impossível, ela já saiu do ar a muitos anos. — Sorriu.

— Ou resolve escolher uma carreira nova? — Agradeci mentalmente a Juliana por ter sido tão sabia com as palavras naquele momento.

— Então, vai prestigia-lo? Só por hoje pelo menos? — Ela assentiu. — Então que tal, usar aquele vestido preto acinturado?

— Perfeito.

— E aqueles sapatos fechados de salto? — Sugeriu a Juliana.

— Uma rasteirinha,e não se fala mais nisso. — Levantou-se para buscar o vestido no armário, e eu recolhi minhas roupas e segui pro banheiro. Meu banho foi relativamente rápido. Lavei meus cabelos,apesar de ainda precisar da ajuda de alguém para retirar minhas roupas e emprasticar meu gesso para não molhar. A Juliana me ajudou a me vestir, e eu me achei linda naquele tom de verde. Sequei meus cabelos, e o prendi de lado. A Juliana me maqueou, e em seguida fez a sua própria maquiagem. E ela era boa. Guardei meu celular e um batom numa bolsa pequena de lado e fui pra sala aguardar os demais. Me sentei no sofá, mas tive que me levantar assim que a campanhia soou.

— Você vai ficar bem,não é? — Indagou o Edu,a ela. Assim que eu abri a porta pros dois.

— Obrigado por tudo. — Ele assentiu.

— Me liga se precisar conversar. — Ela assentiu. — E Sofi, você tá linda. O Gael é um idiota se não cuidar bem de você.
— Sorri, e ele se virou pra sair.

— Vai sair? — Fechei a porta, assim que a Cassia entrou.

— Vamos no Teatro, ver a peça do Gael. Quer ir conosco?

— Amanhã eu vou voltar pra casa. Minha mãe me ligou, me pediu perdão e disse que meu padastro vai sair de casa.
— Ela se sentou no sofá, e eu ao lado dela.

— Tem certeza de que ele vai sair?

— Ela disse que vai. — Seu semblante logo mudou,como se tivesse sido alertada de algo. — Puta merda, ele não vai. Minha mãe já me enganou antes.

— Minha casa tá aberta pra você, se quiser ficar. — A Lembrei.

— Eu vou ficar até conseguir outro lugar. — A Juliana passou por nós duas, e seguiu pra cozinha. A tia veio em seguida, toda linda. Terminando apenas de pentear os cabelos.

— Nossa,que linda.— A Cassia a elogiou.

— Tenho uma roupa linda pra você usar hoje. — Disse a tia,pra ela. — A Ju te ajuda com a maquiagem.

— Eu nem te entreguei a roupa que usei da outra vez. — Minha tia riu. — Mas agora, vou me lembrar de trazer pra cá.

— Tá esperando o que,pra ir se arrumar?
— A Cassia levantou-se, e deu um abraço apertado nela antes de seguir pro quarto.




Gael



Vesti uma camiseta branca estampada com uma calça jeans vermelha e tênis. Pus a minha mochila nas costas,e peguei as chaves do carro do meu pai. Seu José terminava de preparar seu macarrão a bolonhesa,e como cheirava. Fiquei tentado a me sentar em uma das cadeiras da cozinha e jantar com ele,mas eu tinha que chegar uma hora antes do espetáculo começar.

— Filho, tem certeza de que sua mãe vai?— Puxou assunto, na hora em que eu pensei em abrir a porta. Deu um passo para trás, e me aproximei dele.

— Ela afirmou, na frente de todo mundo que iria. — Ele riu.

— Eu queria ser uma mosca pra ver essa cena. — Desligou o fogo e puxou um prato pra si.

— Tenho ingressos extra. Quer ir? — Ele negou,e puxou uma cadeira para se sentar, após deixar o prato na sua frente na mesa.

— Já fui esses dias, hoje quero só ficar no sofá,comendo porcaria e assistindo televisão. — Pegou um punhado do macarrão e pós na boca.— Quer um pouco? — Quando dei por mim,já tinha deixado a mochila de lado e já colocava o macarrão num dos pratos. Meu pai achou graça.

— Como foi no trabalho? — Ele respirou fundo.

— Briguei com o cara da portaria. Ele me barrou por chegar alguns minutos atrasados. — E eu comia, o mais rápido que conseguia. — Nos enfrentamos, mas depois ficou tudo bem.

— Que bom pai. — Murmurei de boca cheia.

— Vai se engasgar desse jeito.
— Repreendeu-me. — Come devagar.
— Ordenou. — Vai dar tempo.

— Eu sei. — Mais continuei comendo rápido.

— E as coisas com a Sofia?

— Ah, Ju nos viu juntos. Agora aquela pentelha tá usando isso contra mim.
— Meu pai Riu.

— Isso é bem a cara dela. — Isso era verdade. Terminei a comida, e me levantei. Arrumei a mochila de volta nas costas, e me curvei para dar um beijo na testa do meu coroa. Ele achou graça.
— Dirige com cuidado. — Gritou, antes deu passar pela porta.

— Pode deixar. — Bati continência,e antes de sair o olhei mais uma vez.
— Guarda um pouco do macarrão pra quando eu voltar. Ele tá maravilhoso.
— Meu pai Riu,e eu fechei a porta.

Sempre Foi Você ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora