Capítulo 18 - Estou de olho em vocês dois

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Gael





Levamos mais tempo do que eu pensei, arrumando todo o cenário de volta ao seu devido lugar. Alguns itens foram trocados, outros precisavam apenas de alguns consertos, mas no final tudo ficou visivelmente agradável para o espetáculo de hoje a noite. Eu não tinha visto a Karine e nem a Lola no Teatro. Tinha apenas os rapazes, e o André chegou mais tarde. O Hans contava a novidade aos demais,que os parabenizavam animados, alguns visivelmente enciumados. Me sentei no chão do teatro, assim que um dos rapazes terminou de varrer. A nossa diretora de elenco passava de um a um distribuindo uma garrafa de água. Peguei a minha,assim que ela passou por mim. O André se sentou ao meu lado. Estava exausto,tanto quanto eu.

- Que chato né, o que aconteceu aqui?
- Eu concordei,e tomei um gole da minha água.

- Que bom que isso não afetou o espetáculo de hoje. - Comentei.

- Gael, seu telefone tá tocando.
- Me gritou, um rapaz que atuava nos bastidores. Eu havia deixado meu aparelho em um dos bancos, junto das chaves de casa. Ele as pegou e me entregou. Atendi rapidamente quando vi que se tratava do número do telefone lá de casa.

- Sofi, aconteceu alguma coisa?
- Enrijeci com a idéia de algo ruim.

- A Cassia tá aqui, ela tava péssima. Aconteceu uma briga na casa dela, e ela se meteu. Enfim... Ela tá arrasada.
- Olhei pro André. Ele parecia não saber de nada.

- O que eu posso fazer pra ajudar?
- Notei que algumas pessoas já juntavam suas coisas para irem embora. Nossa diretora de elenco, logo nos dispensou, após agradecer por nossa ajuda. Uma salva de palmas soou, o que me dificultou ouvi -la.

- A Ju tá te convidando pra vim almoçar conosco. O Edu tá aqui, e a gente.

- Eu vou. - Levantei-me. - Mas me diga, quem é Edu?

- Meu amigo da Faculdade.

- Entendi. - Fizemos uma pausa.
- Sofi, se incomoda se eu levar alguém?

- Acho que tem comida suficiente pra todos nós, e um pouco mais pra quem quiser trazer. - Meus olhos seguiam o André, que já ajeitava sua mochila nas costas.- Vai trazer a Lola? - Eu sorri.

- Não. - Desci as escadas e me apressei para me aproximar dele. - Vou avisar o André. Ele merece ter notícias da namorada,não acha?

- Acho. - Toquei no ombro do André, e ele me deu atenção ao se virar.

- Nos vemos daqui uma hora no máximo. - E desliguei. Eu sabia que ela me ligava perto da minha mãe e irmã. Pude ouvir suas vozes, ao fundo diversas vezes. - André, a Cassia tá com problemas.

- Ela tá bem? - Indagou-me.

- Tá na casa da minha mãe. Acho que ela tá precisando de um cuidado seu.
- O Nilsim o aguardava na entrada do teatro.

- Eu vou ligar pra ela no caminho.
- Me disse, e pediu pro amigo esperar um pouco mais.

- Eu pensei que quisesse ir vê-la. Eu vou pra lá.

- Se ela tá com a sua mãe, tá sendo bem cuidada. - Deu leves batidas em meu ombro. - Agora vou indo. Tenho um compromisso com o Nilsim. - Eu assenti. - Nos vemos a noite. - E se foi. Aquilo não era bem o que eu pensava que seria. Eles estavam juntos, e mesmo assim não se interessou de ir ver a namorada que precisa de toda ajuda nesse momento. Se fosse com a Sofi, eu estaria com ela até ela me implorar para eu ir embora. Mandei uma mensagem pra ela,avisando que eu não levaria mais ninguém. E que o André, não era bem o rapaz que eu pensava que ele era. Pelo menos, foi isso que essa atitude deixou bem claro. Coitada da Cassia.



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